2022-10-30

Casal de Poupas nos Olivais

 

 Em tempos (2016) fiz um post sobre poupas nos Olivais com fotografias tiradas com o telemóvel mas também com uma máquina fotográfica com zoom. Desta vez só tinha o telemóvel  comigo e as poupas estavam em cima de postes de iluminação e de telecomunicações, pelo que apenas se distingue o perfil das pequenas silhuetas destas aves. Mostro aqui com o intuito de documentar a presença do casal.

Primeiro a foto com o enquadramento original, tirada na Rua Cidade de Benguela em 10/Out/2022

 


 

 

 

 À direita um detalhe da mesma imagem com os postes de iluminação e de telecomunicações onde as poupas pousaram por breves instantes.







E em baixo ampliação de duas partes ainda da mesma imagem


 

2022-10-18

Arte no Metro - Alvalade



Foi uma decisão inteligente da administração do Metropolitano de Lisboa, decorar desde o seu inicio as paredes e espaços das estações com obras de arte, aproveitando as vantagens da cerâmica vidrada na protecção contra a humidade mas também minorando as intervenções dos grafiteiros que têm mostrado algum respeito pelos mosaicos existentes.

A presença do vidrado em grandes superfícies torna contudo difícil tirar fotografias da totalidade do mural pois existem sempre reflexos indesejáveis em um ou mais sítios do painel.

No caso da estação de Alvalade acabei por tirar fotos muito “de esguelha” para minimizar as reflexões indesejadas de focos luminosos, como se vê por exemplo na imagem seguinte
 


depois apliquei deformações e cortes na imagem para que os quadrados dos mosaicos voltassem a ficar quadrados, usando o programa Photoimpact 4.2 de 1998 que continua a funcionar muito bem, dando o resultado seguinte:
 
 
Depois procurei no Google images usando esta última e obtive este resultado
 

depois lembrei-me de verificar se com a versão “de esguelha” conseguiria descobrir outros sítios com a mesma imagem e, para minha relativa surpresa, também descobriu

 

Posteriormente tentei reproduzir esta busca e o resultado não foi o mesmo se bem que tenha conseguido localizar reproduções do mural noutros sítios, a reprodução de que gostei mais  foi esta:

 

neste endereço: https://www.tumpik.com/lisbonmetro onde esclarecem que a autora dos mosaicos é Bela Silva. A imagem deve ter tido algum tipo de processamento e é provável que tenha usado filtros anti-reflexos.


Deformando outra foto que tirei mais abrangente obtive este resultado:
 


Quando se deforma a imagem original algumas zonas perdem a nitidez.

Por esta altura já “descobrira” que se tratava da extensão da estação de Alvalade, quando  comecei o post tinha dúvidas se não seria a de Roma. E no meio das buscas “descobri” que no sítio do Metropolitano de Lisboa tem uma área dedicada a “Arte nas estações”, com imagens e informações sobre os autores das intervenções artísticas e suas datas.

A escala das imagens é grande, como se pode constatar nas seguintes

 

 
 Os painéis são alegres e o motivo é a história infantil “O Macaco de Rabo Cortado” que vai abandonando coisas para logo se arrepender.

E fizeram-me lembrar o clube do Bolinha em que “menina não entra”, neste caso nos painéis “menino não entra”, a não ser, talvez, na forma de macaco.


Adenda: De vista  oblíqua para vista frontal

Uma vez que num quadro (numa obra a duas dimensões) considero como canónica uma vista frontal, vista a partir de um ponto existente numa recta perpendicular ao plano do quadro e intersectando esse plano no centro geométrico do mesmo, chamo "distorcidas" a vistas tomadas noutro ponto.

Uma vez dada uma vista "distorcida" neste sentido, não sei como chamar à operação de recuperar uma vista frontal, o antónimo melhor que me ocorre para opor a "distorcer" ou "deformar" é "repor".



2022-10-13

Pedro Serra sobre os "Problemas de água com Espanha"

 

No jornal Expresso, parece-me que na edição online de 5/Out/2022, saiu uma entrevista com o Engº Pedro Cunha Serra, pelo jornalista Rúben Tiago Pereira,  intitulada:

- "Temos problemas de água com Espanha? Só aqueles que gostamos de inventar na nossa cabeça

O entrevistado tem dedicado largos anos ao tema do abastecimento da água e é consolador ouvir um especialista falar sobre o que se tem resolvido e os desafios actuais, sem o tom tremendista com que os média costumam abordar qualquer tema.

Limito-me no post a destacar umas tantas perguntas e respostas, a versão integral está disponível no link acima:

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 ...

Os transvases que Espanha faz do Tejo para os rios Júcar e Segura, por exemplo, não são um problema para nós?
Não. O que ficou previsto nos documentos convencionais foi que eles poderiam transvasar até mil milhões de metros cúbicos e eles raramente transvasam mais de 300 milhões. O Tejo no seu estuário tem afluências na ordem dos 17 mil milhões de metros cúbicos, por isso, 300 milhões nas suas cabeceiras não tem um impacto tão significativo quanto isso para os nossos interesses nessa bacia. Tanto mais que, a alguns quilómetros da fronteira, eles têm três aproveitamentos hidroelétricos cuja capacidade de armazenamento anda na ordem dos 5 mil milhões de metros cúbicos. Estamos a falar de 300 milhões de transvase e de 5 mil milhões ali represados essencialmente para produzir energia, o que tem uma particularidade: os aproveitamentos hidroelétricos deixam correr água para Portugal. Por isso é que nós só em raras excepções tivemos problemas na bacia do Tejo.

...

Os nossos interesses estão assegurados nesse acordo?
Nós temos ainda represados, na bacia do Douro, no lado português, 700 milhões de metros cúbicos de água, nas barragens do Baixo Sabor e Foz Tua. As necessidades de abastecimento de água à Área Metropolitana do Porto andam na ordem dos 100, 120 milhões por ano. É importante dizer que, mesmo nos anos mais secos, chove sempre na Cordilheira Cantábrica, de corre muita água para o Douro. E chegamos a ter anos húmidos em que chovem mais de 4 mil litros por metro quadrado. Isto é um número perfeitamente brutal, é o polo pluviométrico mais importante da Europa e nós beneficiamos dele. Seria muito mau espírito de vizinhança se tentássemos insistir com os espanhóis para que eles cumprissem com o protocolo adicional no que diz respeito ao regime de caudais do Douro.

Beneficiamos da Cordilheira Cantábrica, mas Portugal e Espanha também estão sujeitos a uma grande irregularidade climática.
Sim, é verdade. A Península Ibérica tem uma irregularidade climática que não é única, mas é muito acentuada, interanual e não apenas sazonal. Temos anos muito húmidos e anos muito secos. Na bacia do Tejo, a variação dos afluentes máximos e afluentes mínimos de um ano para o outro é de 1 para 20.

Isso significa o quê? Tem exemplos?
Na bacia do Sado, entre 1944 e 1945 não correu uma gota de água no rio. Em 1995, tivemos 8 meses de seca em que não caiu praticamente uma gota de água em todo o território nacional. No dia 11 de novembro caiu uma chuva diluviana e tivemos inundações por toda a parte.

Se é assim tão relativo, então não temos um problema de água em Portugal, é isso?
Existe um problema de água, sim. Temos de fazer uma gestão muito mais criteriosa dos nossos recursos. Temos de ter uma gestão muito mais participativa, muito mais colaborativa e para isso temos de dar alguns passos importantes que, aliás, a lei da água de 2005 já prevê no seu artigo 4º.

Como por exemplo?
A implementação de títulos de utilização da água em regiões onde a água já é muito escassa e onde já está instalada uma escassez estrutural, como é o caso do Algarve, a reutilização das águas residuais tratadas, a criação de associações de utilizadores, onde quem utiliza a água se possa juntar para se coordenar, o recurso à dessalinização, como já acontece no Algarve, para reforço de águas superficiais e subterrâneas.

...

Para acabar, gostava de deixar claro: os portugueses têm de se preocupar com problemas de abastecimento de água em algum ponto do país?
Em algumas regiões, pontualmente. Por exemplo, na zona de Viseu, no nordeste transmontano ou em certas regiões do Algarve pode haver situações dessas, mas muito pontuais e estamos a falar de povoações pequenas. E convém relembrar que esses episódios acontecem em zonas onde existem por natureza poucos aquíferos.

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Aproveito para referir dois posts deste blog sobre abastecimento de água em Portugal:

- Factfulness (Factualidade) e o abastecimento de água no Algarve

- Precipitação de água em Portugal

 

2022-10-06

Mahsa Amini, outra vítima dos teocratas iranianos

 

Visitei o Irão numa excursão de 12 dias  de 24/Abr a 5/Mai/2010 há 12 anos e alguns meses.

Na altura, e como referi noutro post considerando que
«
quer o presidente dos EUA George W. Bush quer o primeiro-ministro inglês Anthony Blair, seu aliado dessa época, usaram a mentira da existência de armas de destruição maciça no Iraque, como motivo para a invasão desse país, sem mandato das ONU, com oposição de vários países, entre eles da França e contra a opinião de Hans Blix, coordenador da equipa da ONU que fez inspecções no Iraque de busca desse tipo de armas. Depois da invasão ninguém encontrou armas de destruição maciça. A invasão do Iraque em 2003 causou dezenas de milhares de mortos, não enfraqueceu a Al Qaeda, facilitou o aparecimento do DAESH, outra organização terrorista que fez ainda mais vítimas e deixou o Iraque numa situação caótica até ao presente ano de 2022”
»
 e dada a retirada de boa parte dos militares americanos do Iraque e a tradição dos EUA se envolverem numa nova guerra sempre que acaba a que estão envolvidos e considerando ainda os esforços do Irão para enriquecer Urânio, alegadamente para uma futura central nuclear mas mais provavelmente para fabricar bombas atómicas, considerando tudo isto receei que os EUA invadissem o Irão num futuro próximo e que seria prudente visitar o Irão antes que fosse invadido pelos americanos.

E tinha grande curiosidade de visitar o país onde existira o império persa, que falhara as campanhas de domínio da Grécia, dando assim origem às dezenas (ou serão centenas) de milhares de Maratonas, tão na moda nos dias que correm, que interagiu com o antigo Egipto, que foi derrotado por Alexandre o Grande, que teve uma religião em que os crentes podiam (e deviam) apressar a vitória do Bem sobre o Mal, que foi um grande império entre o Otomano e o dos Mogóis indianos e “last but not least” que tinha uns desenhos geométricos maravilhosos, usando por vezes conceitos matemáticos com um avanço de 500 anos sobre o Ocidente. O país tinha também pouco jeito para escolher os governantes mas não se pode ter tudo.

Fomos em voo da Lufthansa até Teerão, tendo a minha mulher iniciado aí o uso permanente de lenço cobrindo o cabelo. No dia seguinte fomos em voo interno até Shiraz, que visitámos e onde pernoitámos, seguindo depois de autocarro até às ruínas de Persépolis e pernoitando sucessivamente em Yazd, Isfahan e novamente Teerão, de onde regressámos noutro voo da Lufthansa em que praticamente todas as mulheres dentro do avião tiraram o lenço da cabeça mal o avião levantou voo.

Fiz muitos posts sobre o Irão e até um índice dos mesmos.

Recentemente Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos foi detida pela polícia dos costumes em Teerão por mostrar quantidade excessiva de cabelo, que deveria estar mais tapado pelo hijab, um véu que designam por “islâmico” como referi aqui.

Na foto da Mahsa Amini que mostro a seguir, nota-se algum cabelo visível mas trata-se de uma situação que observei com frequência em 2010. A imagem está espalhada por muitos sítios da internet e em todos eles a mão esquerda foi tratada por razão que desconheço.

 


Enquanto estava sob custódia da polícia morreu, muito provavelmente na sequência de maus tratos a que foi sujeita.

A obrigatoriedade de ter os cabelos sempre cobertos é não só uma obrigação legal das mulheres como existe uma vigilância policial permanente para vigiar o cumprimento dessa lei, não vi uma única mulher, nesses 12 dias da nossa viagem de 2010, que andasse em lugares públicos sem o véu obrigatório. E lembro-me duma senhora da nossa excursão referir o espanto e agitação do empregado na recepção da sala do pequeno-almoço do hotel, quando acidentalmente se esquecera de pôr o véu, tornando-se óbvio que teria que o ir buscar o mais rapidamente possível ao quarto.

Em Isfahan tirei nessa viagem esta foto dum conjunto de alunas iranianas em visita de estudo a um edifício histórico de Isfahan, todas de casaco preto sendo a senhora com casaco vermelho uma portuguesa da nossa excursão. A quantidade de cabelo à vista é parecido à da imagem da falecida.
 

Noutro local tirei mais esta foto a outras jovens
 


Segundo li, o rigor da  polícia vai variando ao longo dos anos, o presidente actual assinou uma ordem em 15/Ago/2022 para reforço das leis sobre vestuário com uma nova lista de restrições.

Esta obrigatoriedade é uma violência enorme sobre as iranianas, neste caso de natureza legal. Na Turquia, onde o regime fundado por Ataturk tinha uma proibição legal de uso do véu em lugares públicos, o partido do actual presidente Erdogan revogou essa lei e, embora não seja legalmente obrigatório que as mulheres usem o véu, tenho testemunhos de casais turcos em que além de pressionarem a mulher a usar o véu como condição de admissão em empregos, pressionam o marido para pressionar a esposa a usar o véu.

Em França, onde existem várias zonas em que esta pressão social para usar o véu deve ser importante, aprovaram uma lei que proíbe o uso do véu em edifícios públicos.

Em Isfahan fotografei esta montra que me surpreendeu de venda de cabeleiras para mulheres
 


num país que proíbe a exibição de cabelo nos locais públicos. Uma amiga portuguesa sugeriu-me posteriormente que o uso permanente de lenços na cabeça poderá criar doenças no couro cabeludo que obriguem a rapar a totalidade do cabelo para recuperar do problema.

É verdade que em Portugal há uns anos era frequente ver as camponesas mais idosas usando sistematicamente um lenço na cabeça, como nesta imagem que vi na net duma mãe iraniana com a filha e a neta
 
 
mas também desconheço se essas portuguesas não teriam problemas no cabelo ou no couro cabeludo.

Em tempos, vi agora que foi em Fev/2018, pensei em fazer um post sobre um movimento de iranianas que chamavam “My Stealthy Freedom” fundado por Masih Alinejad de luta pelos direitos das mulheres iranianas, incluindo o direito de andar com os cabelos ao vento.

Desse movimento guardei estas duas imagens que me pareceram libertadoras

 



Depois da deposição violenta do Xá da Pérsia em 1979, um referendo instituiu um estado islâmico em que, além de uma estrutura governativa com os poderes legislativo, executivo e judicial, existe o Supremo Líder, um clérigo xiita que é escolhido entre os seus pares na Assembleia de Peritos (Experts), com intervenções cirúrgicas mas decisivas na vida política do país, sendo também chefe supremo do exército e dos Guardas da Revolução. Durante a excursão fui tomando consciência que os clérigos, os militares e os Guardas da Revolução acumulam portunas pessoais apreciáveis.

O primeiro supremo líder foi Ruhollah Khomeini (1900-1989) desde 1979 até à sua morte. O segundo foi Ali Khamenei (1939- ) desde 1989 até agora, portanto 33 anos. O regime tem portanto 43 anos, um pouco menos de existência do que o Estado Novo em Portugal.

De vez em quando têm ocorrido manifestações de contestação do regime que têm sido reprimidas com muita violência e muitas mortes nos confrontos.

O Irão tem pena de morte, num post de 2010 concluí que nas estatísticas de 2009 o Irão era o que executava mais condenados por milhão de habitantes seguido pelo Iraque e pela Arábia Saudita. Nas que vi agora na Wikipedia o  Irão continua na posição cimeira no número total de execuções em 2021 (Irão 353, Egipto 82, Arábia Saudita 64, Síria 37) e com 84 milhões de habitantes dando um rácio de 4,2 execuções por milhão, devem continuar no topo da tabela também neste indicador.

Informou-me também o guia que continuavam a fazer amputações em 2010, como cortar a mão a ladrões e não sei se lapidações, fiz um post sobre Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma iraniana que esteve 9 anos presa na iminência de ser executada por lapidação (lançamento de pedras sobre a cabeça da condenada, enterrada parcialmente) que entretanto foi libertada em 2014.

De uma forma geral os comentadores não conseguem prever se mais esta morte porá fim ao regime, como nesta entrevista “How Iran’s Hijab Protest Movement Became So Powerful” na revista New Yorker a uma iraniana que vive nos EUA.


 

Para ficar com uma ideia da pressão social na Turquia para o uso do véu já tinha visto há tempos “The head scarf, modern Turkey, and me” por Elif Batuman, na edição de 8 e 15/Fev/2016, acompanhado por esta ilustração ao lado feita por Anna Parini.




2022-10-04

Transparência da Justiça Americana


Li este artigo na BBC em que contavam a história de Liu Jingyao, uma estudante pós-graduada chinesa de 25 anos, que apresentou queixa por agressão sexual contra Liu Qiangdong (conhecido na América como Richard Liu) um bilionário casado de 49 anos.

 A queixosa apresentou uma acção de responsabilidade civil contra o bilionário, acusando-o de a ter ter pressionado para consumo excessivo de álcool num jantar com vários convivas, após o qual a acompanhou até à casa dela, tendo-a então violado.

 O julgamento teria lugar num tribunal americano aberto ao público, um tipo de julgamento quase impossível na China, havendo por isso grandes expectativas sobre o desenrolar do mesmo.

 Mas, numa reviravolta na véspera da batalha no tribunal, as partes chegaram a um acordo extra judicial e a sessão no tribunal foi cancelada.

 Afinal estes casos também são quase impossíveis nos EUA quando envolvem pessoas muito ricas, pois estas preferem  pagar uma indemnização a sujeitar-se a uma sessão no tribunal.

 

2022-10-03

Taking Back Control_2 (after Brexit)

 
Boris Johnson recuperou o controlo (com algumas dificuldades) depois do Brexit, sendo há pouco tempo sucedido pela primeira-ministra Liz Truss que nomeou para ministro das finanças Kwasi Kwarteng, ambos na imagem seguinte.

 



Liz Truss é admiradora das políticas (e do guarda-roupa) de Margaret Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990, e Kwasi Kwarteng será admirador das políticas do ministro homólogo do governo de Ronald Reagan, presidente dos E.U.A. de 1981 a 1989.

Publicaram a intenção de um corte dos impostos, maior para os mais ricos e um grande aumento da dívida pública, pensando assim repetir no Reino Unido as medidas económicas de Reagan de há 40 anos nos EUA.  As medidas foram referidas pelo termo “Trussonomics”, derivado do termo “Reaganomics” usado nos anos 80.

O Reino Unido não é a Federação Norte-Americana, que parece “ter licença” para contrair dívidas em função do PIB que os outros países, como por exemplo Portugal e o Reino Unido não têm. As medidas foram assim censuradas pelo FMI, pela agency Moody’s e até pelo ministro liberal alemão Christian Linder. No jornal Expresso até o próprio Ricardo Reis as censurou.

Hoje quando acordei vi nas “Breaking News” da BBC, que às 07:45 “UK’s chancellor confirms he will no longer abolish top rate of income tax after widespread opposition”.

Afinal, recuperar o controlo não é tão fácil como julgaram, neste mundo globalizado o Reino Unido já não é a sede do maior império do planeta.