2022-10-18

Arte no Metro - Alvalade



Foi uma decisão inteligente da administração do Metropolitano de Lisboa, decorar desde o seu inicio as paredes e espaços das estações com obras de arte, aproveitando as vantagens da cerâmica vidrada na protecção contra a humidade mas também minorando as intervenções dos grafiteiros que têm mostrado algum respeito pelos mosaicos existentes.

A presença do vidrado em grandes superfícies torna contudo difícil tirar fotografias da totalidade do mural pois existem sempre reflexos indesejáveis em um ou mais sítios do painel.

No caso da estação de Alvalade acabei por tirar fotos muito “de esguelha” para minimizar as reflexões indesejadas de focos luminosos, como se vê por exemplo na imagem seguinte
 


depois apliquei deformações e cortes na imagem para que os quadrados dos mosaicos voltassem a ficar quadrados, usando o programa Photoimpact 4.2 de 1998 que continua a funcionar muito bem, dando o resultado seguinte:
 
 
Depois procurei no Google images usando esta última e obtive este resultado
 

depois lembrei-me de verificar se com a versão “de esguelha” conseguiria descobrir outros sítios com a mesma imagem e, para minha relativa surpresa, também descobriu

 

Posteriormente tentei reproduzir esta busca e o resultado não foi o mesmo se bem que tenha conseguido localizar reproduções do mural noutros sítios, a reprodução de que gostei mais  foi esta:

 

neste endereço: https://www.tumpik.com/lisbonmetro onde esclarecem que a autora dos mosaicos é Bela Silva. A imagem deve ter tido algum tipo de processamento e é provável que tenha usado filtros anti-reflexos.


Deformando outra foto que tirei mais abrangente obtive este resultado:
 


Quando se deforma a imagem original algumas zonas perdem a nitidez.

Por esta altura já “descobrira” que se tratava da extensão da estação de Alvalade, quando  comecei o post tinha dúvidas se não seria a de Roma. E no meio das buscas “descobri” que no sítio do Metropolitano de Lisboa tem uma área dedicada a “Arte nas estações”, com imagens e informações sobre os autores das intervenções artísticas e suas datas.

A escala das imagens é grande, como se pode constatar nas seguintes

 

 
 Os painéis são alegres e o motivo é a história infantil “O Macaco de Rabo Cortado” que vai abandonando coisas para logo se arrepender.

E fizeram-me lembrar o clube do Bolinha em que “menina não entra”, neste caso nos painéis “menino não entra”, a não ser, talvez, na forma de macaco.


Adenda: De vista  oblíqua para vista frontal

Uma vez que num quadro (numa obra a duas dimensões) considero como canónica uma vista frontal, vista a partir de um ponto existente numa recta perpendicular ao plano do quadro e intersectando esse plano no centro geométrico do mesmo, chamo "distorcidas" a vistas tomadas noutro ponto.

Uma vez dada uma vista "distorcida" neste sentido, não sei como chamar à operação de recuperar uma vista frontal, o antónimo melhor que me ocorre para opor a "distorcer" ou "deformar" é "repor".



4 comentários:

tz disse...

Excelente exercício, boa informação e ótima partilha. Obrigado

João Brisson disse...

Os termos mais tecnicamente correctos são vista oblíqua é vista ortogonal
O que fizeste pode ser uma transformação da transformação de perspectiva

jj.amarante disse...

Obrigado João pelas informações.

J Ricardo disse...

Interessante e útil, boa ideia partilhar estes truques de tratamento fotográfico…