2024-09-07

Duas árvores ao vento

 

Quando fomos a o Japão  em Maio/2014 filmei uma árvore Ginkgo Biloba cujo movimento provocado pelo vento me hipnotizou, o movimento dos ramos fazia-me pensar num ser vivo movendo os seus numerosos membros e filmei a cena durante uns 15 segundos no telemóvel da altura. O ficheiro resultante Kyoto_Gingko com 43 Mbytes, com definição de 1920x1080 pixels estará disponível no Google Drive até final de  Setembro e pode ser descarregado.

Entretanto, usando o antigo programa Moviemaker da Microsoft, gerei uma versão adequada para email com apenas 3 MB, com definição de 426x240 pixels, mais adequada para ficar neste blogue em permanência mas menos atractiva do que a versão de 1920x1080 pixels acima referida.


Recentemente tive oportunidade de ver um pinheiro gigantesco no aldeamento da Prainha em Alvor a oscilar também sob o vento, gravei durante 11 segundos e o ficheiro resultante Prainha_Pinheiros com 44,7 Mbytes, com definição de 1920x1080 pixels e também estará disponível no Google Drive até final de  Setembro e pode ser descarregado.

Esta versão para email ocupa 2,26 MB com 426x240 pixels



Nessa viagem ao Japão em que visitámos Tóquio, passámos pelo Fujiyama e visitámos Kyoto, numa tarde livre nesta cidade fomos a uns templos que ficavam ao pé do hotel,  adjacente ao enorme Centro Comercial associado à estação de caminhos de ferro.

Vi agora no google que foram os templos Higashi Hongan-ji, de que mostrei parte interior num post sobre posturas corporais, e Nishi Hongan-ji onde crescem pelo menos dois Gingko bilobas de dimensões impressionantes, sendo um deles um marco histórico (Historical landmark).

Nas fotos que tirei este Ginkgo estará nas coordenadas 34.99227646925224, 135.75230522632614 e será o que depois filmei ao vento

 


enquanto o Ginkgo seguinte será o marco histórico com as coordenadas 34.9915689703009, 135.75230392648635

 



2024-08-27

Mortes por afogamento no jornal Expresso

 
 

Na primeira página do jornal Expresso de 23 de Agosto de 2024 vinha este pequenino apontamento aqui ao lado típico da silly season.

Seguindo a regra de ouro do jornalismo, para estatísticas de fenómenos negativos como mortes classificam-se os valores como altos e para fenómenos positivos como crescimento económico classificam-se como baixos, desta vez classifica-se como “valor mais alto”.

O texto estará aparentemente correcto pois não se trata de um máximo absoluto sendo apenas o terceiro valor mais alto. Além disto informa também que o período em análise diz respeito aos últimos cinco anos.

Aqui o leitor mais atento pensa que o terceiro valor mais alto num período de cinco anos é também o terceiro valor mais baixo, trata-se certamente do valor mediano para esta série estatística pois existem exactamente dois valores menores do que o citado e dois valores maiores. Com esta informação magra não sabemos qual a sua posição em relação à média mas temos a certeza que é igual à mediana.

Podemos ainda fazer mais três observações:
- dado que a série diz respeito aos valores até ao final de Julho nos anos 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024, que em 2020 tivemos o primeiro caso de COVID em Portugal e em 2020 e 2021 houve confinamentos, uso de máscaras, etc., parece verosímil que tenham ocorrido nesse dois anos menos mortes do que a mediana e que em em 2022 e 2023 tenham corrido mais mortes do que a mediana. Isto leva-me à conjectura que nos anos 2022 e 2023 anteriores a 2024 ocorreram mais mortes do que em 2024, facto positivo mas aparentemente difícil de referir dessa forma na primeira página de um jornal;
- como regra geral um número sózinho costuma ser uma informação insuficiente, a não ser  que se trate dum domínio de valores conhecidos pela maioria da população. Neste caso “75” parece inadequado para título, seria melhor “mortes nas praias”, especificando no texto do que se tratava;
- este texto teve mesmo assim a qualidade de proporcionar este post de escárnio e mal-dizer adequado a esta estação de veraneio.

2024-08-26

Visitas de insectos - 2

 

Além de duas ou três incursões por gatos invasores que entravam ou tentavam entrar em casa, duas vezes pelos telhados via açoteia e outra vez por um portão com grades largas que deixam passar gatos, continuo a ser visitado por artrópodes e por insectos nomeadamente por Grilo e por Gafanhoto e Louva-a-Deus.

Desta vez foi uma Cigarra que pousou e canto numa telha de barro, fazendo tanto barulho que alguém pensou que havia jardineiros a cortar sebes na vizinhança.

As cigarras são difíceis de ver quando pousadas sobre um tronco de árvore, confundindo-se na casca, além de se calarem quando uma pessoa se aproxima. Sobre uma telha foi facílimo localizá-la e depois fofografá-la, mostrando a cigarra sobre o telhado

depois em detalhe de perfil

 

e depois de costas

 




 

2024-08-23

A linha do horizonte na Ponta da Piedade


O ano passado, no Verão de  2023, reparei que na Ponta da Piedade existia uma construção de que não me lembrava. Andei agora à procura de fotos antigas e constatei que em Set/2023 tirei esta foto na Praia da Rocha em que ao fundo se vê a Ponta da Piedade e Lagos em silhueta de contra-luz
 


com a nova anomalia marcada em destaque
 


Nas manhãs, em que a Ponta da Piedade está iluminada pelo sol de leste, eram visíveis estruturas de guindastes na proximidade dos dois quadriláteros.

Na altura desloquei-me a Lagos nesse fim do Verão para ver o que se passava. Encontrei dois edificios, ainda longe dos acabamentos, no Beco Raul Brandão.
  


Numa das empenas anunciava-se comercialização pela Sotheby’s deste conjunto junto do qual estava esta pequena loja de vendas


Achei estranho que, como se diz agora, em pleno século XXI, ainda fosse possível que uma câmara licenciasse esta volumetria sobre a Ponta da  Piedade, um local que sobrevivera todo o século XX sem uma construção com este impacto visual.

Interroguei um passante que me informou que neste local existira um prédio de andares mais pequeno que obtivera licença de construção mas que não fora concluído ficando durante décadas em tosco. Os proprietários teriam vendido o terreno com o edifício e a licença de construção ainda era válida, pelo que demoliram o que existia para construírem.

Fui então verificar um slide antigo que tirei em Setembro/1974 e que mostrei neste post bem como outro de 2017 


constatando que já em 1974 e em 2017 existia uma pequena “perturbação” na linha do horizonte da Ponta da Piedade.

Fui então ao GoogleEarth à procura de imagens históricas, constatando que a vista de satélite, de 2015.03.15 é mais antiga do que algumas vistas de rua. Na maior parte dos casos a imagem de satélite será mais recente do que as vistas de rua pois dará muito mais trabalho recolher imagens de rua de zonas densamente povoadas do que uma imagem de satélite, ou mesmo de fotografia aérea para zonas com mais detalhe, contudo nalguns casos poderá haver uma actualização parcial das vistas de rua de uma dada área, eventualmente com algum pagamento ao Google de empresas, por exemplo imobiliárias, com interesse em ter imagens actualizadas de rua em que implantaram novas construções.

A transição de vistas de satélite para vistas de rua tem assim a característica de mudar não só a perspectiva da tomada de vista mas também, quando se muda da vista aérea para a vista de rua, da data em que cada uma das vistas foi adquirida. Estas transições poderão surpreender o utilizador inexperiente e mesmo o “ocasional desde há muitos anos” como é o meu caso, pois as vistas aéreas e de rua são tão realistas que surpreende ver aparecer de repente um prédio num terreno desocupado, um passeio numa estrada, um prédio diferente do que era mostrado um clique atrás.

No GoogleEarth coexistem nesta zona vistas de rua de Maio/2014
 

em que é mostrada a construção que aparentemente existia desde antes de 1974, com a seguinte gravada em Set/2023

 

Neste caso a transição entre o passado longínquo (Mai/2014) e o passado recente (Set/2023) pode ser obtida na latitude=37.088933º e longitude=-8.675083º, conforme imagem acima, na Rua Raul Brandão, 8600-513 Lagos.

Olhando para vista aérea do GoogleEarth da Ponta da Piedade com data de 2015.03.15, que é a data mostrada quando está inactiva a opção Menu>View>Historical_Imagery, constata-se que mostra ainda o edifício em tosco antigo que sinalizei com círculo verde, à semelhança do par de fotos de 1974 e 2017 mostrado mais acima

 

Nesta última imagem marquei a direcção aproximada das vistas da Praia da Rocha (ao pé da Fortaleza) e/ou da Prainha). A pequena elevação quadrangular que se nota no par de fotos 1974-2017 deve corresponder ao edifício do conjunto dentro do círculo mais próximo do farol que tem oito pisos e está “de perfil” em relação às vistas referidas acima. O outro elemento com apenas 4 pisos passava despercebido no contraluz, ao contrário do que se passa agora em que ambos os edifícios têm a mesma altura.

Construíram-se recentemente várias vivendas de luxo a Sul deste conjunto que não afectam de forma significativa o perfil da Ponta da Piedade. Este conjunto de prédios causa preocupação por ser o início duma construção em altura sobre a arriba. Se este conjunto tiver venda fácil, outros se seguirão na mesma área sacrificando mais um ponto notável da costa algarvia a uma ocupação desenfreada como aconteceu com a Praia da Rocha.

No dia em que visitei a Ponta da Piedade este ano apreciei os novos acessos, da última vez que fui até ao farol, há dezenas de anos, os acessos eram menos cómodos.

Entretanto fotografei para registo a Ponta da Piedade, a cidade de Lagos e a Meia-Praia vistos da Prainha com uma máquina Canon IXUS, em que se constata que de uma forma geral o horizonte tem sido respeitado, com excepção deste último conjunto de edifícios.

Mostro primeiro o conjunto todo da foto, depois um enquadramento apenas do horizonte, seguido de três detalhes do mesmo enquadramento, da direita para a esquerda

 


 

 

 

 


e finalmente um zoom óptico do conjunto indesejado

 

No dia em que visitámos a Ponta da Piedade este ano estava uma ventania infernal, parecia o promontório de Sagres, eu não gostaria de ter uma casa naquele sítio.


2024-08-14

Candeeiro Marroquino

 

Temos em casa um candeeiro talvez marroquino, adquirido como objecto decorativo, com 30cm de diâmetro e 45cm de altura.

Provavelvelmente foi concebido para dar luz a partir duma vela, pois veio com um cilindro de vidro na sua base, certamente para proteger a chama de eventuais correntes de ar.

Por ser pouco prático nunca chegámos a colocar uma vela acesa dentro deste candeeiro.

Há uns dois ou três anos, na sequência da aquisição duma lanterna de jardim com uma pequena célula fotovoltaica que carrega uma bateria durante o dia para dar uma modesta luz durante a noite, dado que essa lanterna era iluminada por apenas um LED, pensei que seria interessante observar a projecção do rendilhado do candeeiro nas paredes duma sala.

Na altura o resultado foi considerado espectacular pela família mas era preciso fechar todas as janelas e portas da sala e apagar todas as luzes excepto a do LED dentro do candeeiro para se observar o efeito, que fazia lembrar o ambiente de algumas discotecas de há dezenas de anos.

Este ano, talvez influenciado pela construção dum candeeiro lembrei-me de experimentar colocar um telemóvel com a “luz de lanterna” acesa dentro do candeeiro marroquino e foi possível fotografar o ambiente gerado conforme se vê na imagem seguinte da sala no Algarve

 


e incluindo o candeeiro gerador da luz e sombra

 

Por curiosidade tentei fotografar a sala com o LED fraquinho referido no início deste post dentro do candeeiro mas o telemóvel não teve sensibilidade para a baixa luminosidade, ficando a foto praticamente toda preta.

 


 

Estes padrões nas paredes são gerados por estas partes metálicas dos candeeiros que mostro aqui ao lado e que presumo serem feitas em série e depois soldadas manualmente, conforme tive oportunidade de verificar para alguns candeeiros deste tipo feitos na medina de Marraquexe em Junho/2013.

Na altura fiquei impressionado pelas más condições de trabalho dos artesãos, quando soldavam peças destes candeeiros com protecções fracas para a vista.

Na internet vi candeeiros destes anunciados a menos de 100 euros por peça, o que me parece pouco caso sejam soldados à mão.

 

 

 

Em Marraquexe tirei várias fotos a casas de candeeiros deste tipo, de que seleccionei a que mostro a seguir

 




 

2024-08-10

Como Referir Harris

 

As formas de tratamento em Portugal têm regras bastante complicadas que se têm vindo lentamente a simplificar. Julgo que isso se deve à sociedade portuguesa ter sido bastante estratificada e a simplificação decorre da diminuição dessa estratificação.

Não sei o suficiente para comparar complexidades de formas de tratamento de outras sociedades com as de Portugal, há uma tendência para dizer que as nossas são das mais complicadas mas não estou seguro que as outras sejam assim tão mais simples. Para uma breve introdução às antigas regras que deveriam ser seguidas pelos trabalhadores dos serviços de apoio telefónico ou presencial existe este post de José Meireles Graça no Delito de Opinião.

Além da posição social as formas de tratamento dependem também do sexo masculino ou feminino das pessoas. Neste post não estou interessado em como se trata um interlocutor num diálogo mas em como se refere uma terceira pessoa numa conversa entre outras duas, por quem escreve um texto, ou por quem fala referindo-se a ela para uma audiência colectiva.

Nestas referências, dependendo de várias circunstâncias, o nome da pessoa é ou não precedido pela licenciatura e/ou pelo título profissional respectivo, por exemplo o Director Geral de Saúde Dr. José Silva, ou o Presidente Jorge Sampaio. Nestes casos o uso do título do cargo acaba por ser uma necessidade de identificação, à semelhança das siglas de instituições em que a primeira referência deve conter o título do cargo ocupado (por exemplo Presidente Jorge Sampaio) nas seguintes poderá usar-se apenas o nome de família (Sampaio).

Nas grandes organizações em Portugal era comum que se usassem dois sobrenomes, pelo menos para pessoas com sobrenomes  muito comuns, tais como "Silva" ou "Santos" sendo nesse caso omitido o nome próprio. Nas empresas de electricidade como a EDP os funcionários eram tão numerosos que era indispensável usar pelo menos um sobrenome. Já as engenheiras eram tão raras que às vezes bastava o nome próprio para as identificar mas não me lembro de alguma engenheira ser referida sem o nome próprio, seguido por um sobrenome.

Em relação às ministras, em que o sexo feminino também rareava, estas regras também se têm aplicado, não me lembrando de nenhuma ministra que não seja referida por um nome próprio, revelando sexo feminino, seguido por um sobrenome para uma mboa identificação. Por isso constato que quando leio algo sobre uma figura pública referida através de um sobrenome a minha opção por omissão é que se trata de um homem pois, implicitamente existiria um nome feminino a preceder o sobrenome caso fosse uma mulher.

Esta minha constatação relativamente recente deve-se à leitura de textos do New York Times e da New Yorker em que após uma referência inicial com nome e sobrenome, por exemplo de Kamala Harris, passa a referir-se quase sistematicamente à pessoa como Harris, enquanto nos jormais portugueses ou se referem a "Kamala Harris" ou a "Kamala" mas muito raramente se bem que alguma vez a "Harris". Claro que há excepções mas a da Revista do Jornal Expresso de 9/Agosto/2024 é uma tradução dum artigo duma revista de língua inglesa.

Já antes notara que sentia às vezes necessidade de googlar nomes estrangeiros não ocidentais para saber se se tratava de um homem ou de uma mulher. Uma vez estava a tratar de uma viagem à Índia por e-mail e apareceu-me um interlocutor(a) chamado/a "Deepika Godsay". Constatei então que não era capaz de saber o sexo do meu interlocutor pelo nome, situação rara quando se lida com nomes cristãos. Não resisti a perguntar se devia tratar por Mr. ou por Ms.. Era Ms.

Quando as mulheres têm papéis muito destacados, como por exemplo Thatcher, Merkel, Lagarde, Von der Leyen e agora Harris o sobrenome é suficiente. Provavelmente isso será a norma daqui a alguns anos em Portugal.




2024-08-06

Impetuosidade nos Beijos dos Dirigentes Desportivos

 


Ultimamente têm ocorrido beijos em público iniciados por dirigentes desportivos que têm causado alguma celeuma.

Neste caso foi o beijo dado pela Ministra francesa dos Desportos, Amélie Oudéa-Castera, ao Presidente de França Emmanuel Macron

 




2024-08-03

Candeeiro (2) - Protótipo


Na sequência da situação resolvida mas não completamente satisfatória descrita no post anterior sobre a tendência de uma andorinha em usar este candeeiro
 


como suporte para construir um ninho, comecei por visitar o LeroyMerlin de Portimão para ver se encontrava algum candeeiro de parede que me agradasse, respeitando alguma tradição no desenho do mesmo, mas sem sucesso.

Talvez inspirado por um conjunto de aparelhos informáticos expostos no Corte Inglês de Lisboa, com o aspecto de uma impressora mas que em vez de impressões em papel ou em 3D se dedicavam a cortar papel e outros materiais, com dimensões parecidas às impressoras comuns, pensei que seria viável usar uma máquina desse tipo para cortar um material fléxível e opaco, preferivelmente de cor branca que substituísse o gesso deste candeeiro.

Antes de contemplar a aquisição duma máquina dessas pensei que deveria fazer previamente um protótipo em cartão para verificar a viabilidade do projecto.

Para esta situação, em que existe um tecto a proteger o candeeiro da chuva, o topo do candeeiro, que poderia também evitar que parte da luz se perdesse para o céu, pode neste caso ser substituído com vantagem pelo alpendre existente. Resumindo, o novo candeeiro não precisará de tecto próprio.

Por outro lado, qual será a função da base existente? Se a fonte de luz estiver no topo ou mesmo no meio do candeeiro, apenas será visível directamente muito próximo da parede e a olhar numa direcção quase vertical, pelo que também será dispensável.

Fiquei a pensar que estes candeeiros, se bem que relativamente artesanais (apenas na construção do molde porque depois seriam produzidos em série) não fazem sentido para proteger a vista da luz de uma vela, dada a sua fraca intensidade luminosa que não precisa de ser protegida para não encandear. Os candeeiros antigos a petróleo protegiam a chama saindo duma torcida textil embebida no petróleo mas a luz da torcida a arder precisava mais de um vidro que a protegesse das correntes de ar e deixasse passar toda a pouca luz que produziam do que de algo opaco ou opalino para evitar encandeamentos.

Em Portugal o gás canalizado foi usado para a iluminação pública mas nas casas particulares com gás canalizado este dedicava-se a alimentar o fogão e o esquentador e não candeeiros. Existiam candeeiros funcionando a parafina sob forma gasosa, chamavam-se “Petromax”, o depósito do gás sob pressão era guardado num recipiente metálico sobre o qual estava montado um vidro, protegendo a fonte luminosa, muito mais intensa do que os candeeiros a petróleo mas foram usados como estes, sem protecção para eventual encandeamento.

Resumindo, constato que estes equipamentos de parede para proteger a lâmpada de vandalismos, da chuva e de encandear o próximo terão sido usados pela primeira vez com lâmpadas eléctricas, sendo os buracos que deixam passar a luz possivelmente inspirados nos buracos que deixam passar o fumo das chaminés algarvias.

Uma parte da luz que sai destes candeeiros é luz reflectida pela parede a que estão fixados. Pensei em usar um arranjo geométrico mais delicado do que o mostrado na primeira figura deste post, como por exemplo um padrão baseado nesta janela de Isfahan que referi neste post


com uma estrutura de madeira que modera a quantidade de raios de sol que conseguem entrar através dela, mas não queria uma cópia idêntica.

O padrão mais repetitivo que referi noutro post ( )



dar-me-ia imenso trabalho a cortar manualmente todos os “orifícios” de cor preta e este padrão seguinte, resultado dum enquadramento intermédio mostrado no mesmo post

 

 seria uma solução possível..

O candeeiro na foto inicial deste post tem uma largura de 17cm. Se considerarmos que o candeeiro será composto por uma superfície semi-cilíndrica de espessura menor ou igual a 1mm ao planificarmos o semi-cilindro obteremos π x 17/2= 26,7cm.

A partir dos gráficos do Excel enquadrei esta figura e imprimi-a numa folha A4. As margens necessárias na impressora laser fizeram que o desenho acima tenha 25,2cm. Quando dobrado para ficar um semi-cilindro o seu diâmetro foi 16cm, comparando bem com os 17cm do candeeiro existente. A altura do desenho é 19cm.

Fixei  a folha A4 impressa a uma cartolina branca com fita cola e pacientemente com um x-acto cortei  todos os numerosos quadriláteros existentes. Separei a folha de papel da cartolina, dobrei-a no fim dos bordos direito e esquerdo. Pensando dar mais solidez ao objecto, talvez também para simplificar o protótipo, ao colocar a folha A4 sobre a cartolina deixei uma margem de 2cm em baixo e 10,5cm em cima. Agrafei “réguas de cartolina” nas traseiras do candeeiro. O protótipo de candeeiro às 3 da tarde de 18/Julho ficou com este aspecto

 


Como este post já vai longo deixarei mais considerações para um post futuro.

 

2024-07-28

Pedras na Praia dos Três Irmãos


Em 21/Agosto/2009 houve uma derrocada de uma rocha na Praia Maria Luísa no concelho de Albufeira de que resultou a morte de cinco banhistas.

Na sequência da tragédia as autoridades colocaram mais avisos nas praias do Algarve, sinalizando a vermelho, em fotografias aéreas afixadas em placas nas entradas das praias, as zonas com maior perigo de serem afectadas por eventuais derrocadas das arribas existentes. Foi uma acção louvável de informação ao público em geral que levou a minha família a evitar estacionar o guarda-sol em locais que anteriormente frequentávamos.

Já outras duas medidas me pareceram mais questionáveis:
- a colocação de um número excessivo de placas sinalizando arriba perigosa, que desfeiam a arriba, pouco afectam a localização dos banhistas e têm tendência a apodrecer e cair, aumentando o lixo na praia;
- e a pior de todas, a provocação “controlada” de derrocadas das arribas existentes, com o abandono dos escombros resultantes dessas derrocadas no local, para sinalizar incidente, esperando que os escombros sejam transformados em areia da praia, conforme dizem neste artigo de revista Sábado (https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/derrocada-na-praia-maria-luisa-foi-tres-a-quatro-vezes-superior-a-de-2009 ) a propósito doutro desmoronamento na praia Maria Luísa em Agosto/2015 de que destaco:
«
...
Com a ajuda de três retroescavadoras, foi formada uma cintura de escombros na base das arribas contíguas que o mar deverá "remover e incorporar como areia da praia", possivelmente durante o inverno, acrescentou Sebastião Teixeira.

A colocação dos detritos na base das arribas é uma prática comum sempre que há uma derrocada ou um desmonte controlado, uma medida que visa dissuadir da permanência de pessoas na base das arribas, concluiu.
...
»
Talvez a arriba da praia Maria Luísa seja mais frágil do que a da praia dos Três Irmãos e o mar consiga, passada uma ou duas estações do ano, transformar os escombros em areia da praia.

Infelizmente não foi o que aconteceu na Praia dos Três Irmãos (37.11915486220745, -8.580198759685915), em frente do hotel Pestana Alvor Praia, cheia de pedras enormes, muitas delas com dimensões acima de 30cm sendo a maioria acima de 10 cm. Estas pedras apareceram em grande quantidade nesta praia passado pouco tempo da intervenção das derrocadas controladas feitas na proximidade, provavelmente entre 2009 e 2010.

Quando a praia é assoreada o problema é minorado mas regressa em força quando parte da areia é retirada pela acção do mar.

Neste Verão de 2024 os banhistas, com a intenção de minorar o problema, têm acumulado pedras em pequenos montes que são por vezes usados pelas crianças para fazer uma espécie de muralhas. Tirei esta fotografia numa altura de maré vazia em 26/Jul, que põe a descoberto a quantidade enorme de pedras sobre a areia, em que marquei as várias acumulações de pedras existentes na altura
 


Contudo a presença destas pedras é visualmente desagradável, representando um perigo quando uma pessoa anda na praia e tem um momento de distracção logo na altura em que o pé descalço se aproxima duma destas pedras que não sendo calhaus rolados contêm arestas que provocam cortes mais ou menos profundros nos pedestres. Pior ainda quando está a maré cheia e as pedras debaixo de água não são visíveis e ainda pior quando existe alguma ondulação e os movimentos dentro de água dos banhistas são mais enérgicos.

Depois de tirar a foto notei que não continha elementos que possibilitassem a identificação do local. Por isso do dia seguinte (27/Jul) tirei uma foto em que além da praia aparece também ao fundo a costa de Lagos e da Ponta da Piedade

 

um detalhe da mesma foto

 

e um detalhe doutra foto que tirei a partir do mesmo sítio mas usando um zoom mais forte

 


Resumindo, considero que a APA – Agência Portuguesa do Ambiente deveria remover estes pedregulhos que representam um perigo para os banhistas, mesmo que eles não sejam o resultado de intervenções de derrocadas das arribas por si encomendadas.



2024-07-24

Dias quentes no Algarve

 

No mês de Julho em Portimão não ocorreram muitos dias em que a temperatura máxima tenha excedido 30ºC, talvez uns quatro ou cinco

Para o dia de hoje a aplicação "Meteorologia" da Apple registava os seguintes extremos e valor às 18:30

 

Local        Tmáx    Tmín    às 18:30

Lisboa        36º        20º        32º

Portimão    34º        20º        32º   (na Prainha 30º)

Sagres        23º        18º        22º 

 

De manhã abalámos para Sagres, durante o percurso na Via do Infante e depois na N125 a temperatura indicada no termómetro do carro só começou a baixar cerca de Vila do Bispo, como me tem acontecido noutras ocasiões em que viajo para o "Ar Condicionado" natural de Sagres.

Estava realmente mais fresco em Sagres 

com o Cabo de S.Vicente envolvido em nuvens como se constata no detalhe a seguir

que confirmámos a seguir no cabo de S.Vicente, envolto em nevoeiro

talvez excessivamente agradável.



2024-07-22

Candeeiro(s)



No aldeamento da Prainha a iluminação público-privada é feita com candeeiros de gesso, uns suportados em colunas estreitas revestidas com gesso e outros suspensos nalgum ferro espetado numa parede sempre branca, cor obrigatória nas paredes exteriores de todas as casas.

Por cima da porta de entrada de cada moradia também costuma existir um candeeiro de parede e a minha não é excepção. Em Maio/2020 surpreendi uma andorinha tentando fazer um ninho apoiando-se oportunisticamente na cobertura do candeiro para fazer o ninho até ao tecto que protege a porta de entrada.

Na figura da esquerda vê-se o candeeiro ainda um pouco sujo com os restos nele deixados, quando foi interrompida a tentativa de apropriação do espaço pela andorinha, enquanto na figura da direita se vê a adaptação que fiz com papel de embrulho pardo aplicado sobre o candeeiro, para que o local deixasse de ser vantajoso para construção de ninho de andorinha.   


O papel pardo fez bem a sua missão, perdendo tão só a sua cor original durante 4 anos, sendo apenas suprimido numa pintura exterior da moradia executada em Maio /2024, não tendo eu reposto outro papel pardo no mesmo lugar, na esperança que a andorinha , ou uma andorinha sua amiga, já se tivesse esquecido da oportunidade criada por este candeeiro muito próximo de um tecto.

Infelizmente em Julho/2024 uma andorinha voltou a iniciar a construção dum ninho sobre o mesmo candeeiro com o resultado que desta vez fotografei, fora do local, aplicando depois o papel pardo como anteriormente como se vê na figura do lado
  


O leitor mais atento terá reparado que a inclinação do telhado é diferente no primeiro e no segundo par de fotos que deste post. A entrada desta moradia faz-se por um átrio ao ar livre em que existem não uma mas duas portas, a do lado esquerdo dá acesso à parte principal da moradia enquanto a do lado direito dá acesso a um designado “anexo”, estando ambas as portas debaixo dum alpendre que protege os entrantes nas raras ocasiões em que chove. A existência de duas portas trata-se duma idiossincrasia arquitectónica para a qual, passados vários anos, ainda não encontrei explicação.

Apliquei esta solução do papel pardo aos candeeiros de ambas as portas mas coloquei mal um dos candeeiros no suporte metálico, facto de que apenas tomei conhecimento quando regressei da praia e vi os cacos brancos de gesso espalhados pelo chão do que tinha sido um candeeiro de parede sobre uma porta.

  

Indicaram-me uma loja na estrada N125 em Lagoa que vende candeeiros deste tipo, além de olaria esmaltada (ou não), azulejos e outros tipos de cerâmica.

Disseram-me nessa loja  que não tinham candeeiros iguais ao que se partira, que teria sido fabricado por alguém próximo de Aljezur que saíra da actividade, sugerindo este modelo mostrado na foto aqui ao lado, com sugestões vagamente antropomórficas, que comprei (por apenas 11€) e confirmei posteriormente ser idêntico a outro candeeiro de parede sobre uma porta da casa que dá para um terraço, indiciando quebra de outros candeeiros de parede na minha casa quando era de outros proprietários.

A perspectiva de ter que proteger também o novo candeeiro das andorinhas em fase nidificante levou-me a pensar numa alternativa a este tipo de candeeiros que, embora engraçados por recordarem formas de chaminés algarvias, acabam por ser fracos quer para lâmpadas opalinas modernas quer para outras lâmpadas.



Possivelmente farei outro post sobre este momentoso problema de candeeiros não completamente satisfatórios, uma vez que as peripécias da política dos Estados Unidos da América, da guerra de invasão da Ucrânia pela Rússia, dos massacres de civis por Israel em Gaza retaliatórios do acto terrorista do Hamas no Sul de Israel em Out/2023 e das negociações em Portugal sobre o Orçamento para 2025 têm sido amplamemnte noticiadas e comentadas.
 




2024-07-15

O Mistério dos Pesos de Tres Melões Auchan

 

Na minha estadia no Algarve vou com maior frequência fazer compras ao supermercado pois o número de convivas à mesa, que em Lisboa raramente ultrapassa duas unidades, aqui duplica ou mais que triplica com facilidade.

Na compra da fruta sigo uma estratégia simples: quando encontro um fornecedor de produtos com qualidade mantenho-o como principal até que a qualidade esteja ausente em dois ou três fornecimentos. Nessa altura testo outros fornecedores. Em Lisboa costumo não comprar frutas em supermercados mas aqui em Portimão comprei melões e pêssegos magníficos no Auchan e há dias comprei 3 melões que continuam a revelar-se excelentes.

Os melões que tenho comprado, além de estarem prontos para serem consumidos e com sabor agradável são relativamente pequenos para este tipo de fruta, o que me agrada pois detesto pesos grandes e o número de convivas também não dá para consumir numa refeição os melões de 5 e mais quilos.

Conforme se constata na factura respectiva pesavam à volta de 2,7 kg cada um

 


mas surpreendeu-me muito a pequeníssima diferença de peso  entre os 3 exemplares, diferença de apenas 1 grama entre dois dos exemplares e de 18g entre o mais leve e o mais pesado. Dividindo 18g por 2734g obtém-se 0,6%, uma percentagem que eu atribuía a produtos industriais obtidos com "mecânica de precisão".

Se estivéssemos da Idade Média isto seria um pequeno milagre ou então uma obra do Demo. Vou passar a anotar o peso dos melões no mesmo supermercado para ver se foi um acaso ou se se trata dum resultado consistente com técnicas modernas de produção de melões, não acredito que isto seja um resultado directo da calibração das frutas.


2024-07-12

A Entrevista da Procuradora Geral da República Lucília Gago

 

Tenho lido nos jornais e visto comentários criticando justamente as considerações da Procuradora na entrevista concedida na passada 2ªfeira na RTP, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves.

Confirmou a impressão péssima que formara a seu respeito, que se sentia irresponsável pelas consequências dos seus actos e que era incompetente pela falta de seguimento e orientação das actividades dos procuradores que trabalhavam sob a sua hierarquia, justificando indirectamente as características consideradas desejáveis para a pessoa sua sucessora pela actual ministra da Justiça: liderança e comunicação.

Dos posts recentes que tenho lido destaco "A entrevista" de José Meireles Graça no Delito de Opinião.

Constatei que nunca dediquei um post a esta Procuradora, talvez por ela ser tão renitente a fazer comunicações, ou talvez por mal entendida caridade cristã, mas comentei a actuação do MP (Ministério Público), que ela deveria ter conduzido, nestes posts:

- Custe o que Custar, de 27/Nov/2023

comparando o MP com as instituições que seguem o lema "custe o que custar", semelhantes aos comportamentos dos monarcas absolutos ou de líderes de regimes autoritários. Tem também uma citação longa de texto de Miguel Sousa Tavares sobre a intervenção do MP em 7/Nov/2024;

- Destruição do Ministério Público, de 15/Dez/2023 que cito integralmente:

"Se, como diz a Procuradora Geral da República "há quem queira menorizar, descredibilizar ou destruir o Ministério Público" este deverá iniciar uma investigação sobre os suspeitos e deverá revelar publicamente os nomes dos suspeitos que está a investigar, para não correr o risco de ser acusado de os estar a proteger.";

- Trio da União Europeia, de 1/Jul/2024 de que destaco:

« 

 António Costa era um ex-primeiro ministro actualmente "desempregado" e com um inquérito em curso a decorrer pelo inefável MP (Ministério Público) de Portugal cuja Procuradora, alegadamente receosa de ser censurada no futuro de tentar proteger o primeiro-ministro de Portugal, decidiu tornar pública a existência desse inquérito considerando assim mais importante a sua segurança profissional do que a governação do país. Felizmente os políticos europeus desvalorizaram a existência do inquérito do MP de Potugal. Na sua coluna do jornal Expresso de 28/Jun/2024 Luís Aguiar-Conraria considera que os políticos portugueses deveriam seguir o exemplo dos políticos europeus e passar a ignorar as fugas ao segredo de justiça tornando pública a existência de inquéritos enquanto o MP não solicitasse ao político a prestação de esclarecimentos sobre factos concretos, enquanto não houverem alterações substanciais pondo ordem na casa do MP.

».

 

Ao falar sobre estes assuntos voltou a aparecer a tese que António Costa se demitira não por causa do famoso parágrafo mas por causa dos 78500€ encontrados em envelopes dentro de livros no gabinete do seu colaborador Vítor Escária.

Poderia acontececr que na ausência do fatídico parágrafo António Costa se demitisse por causa desta detecção da busca feita no gabinete de Vítor Escária mas, conforme referido em várias fontes (por exemplo no texto acima referido de Miguel Sousa Tavares), a demissão ocorreu antes da detecção dos 78500€ conforme referido no jornal O Público" de 9/Nov/2023 que passo a citar, com link para o sítio do Público

«

Escondidos em livros estavam 75.800 euros em dinheiro no gabinete de Vítor Escária

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As buscas ao escritório do chefe de gabinete do primeiro-ministro, António Costa, foram realizadas na tarde de terça-feira, tendo começado enquanto o primeiro-ministro fazia a declaração ao país anunciando ter pedido a demissão ao Presidente da República. A equipa de investigação esteve no Palácio de São Bento deste as 14h de terça-feira até depois da hora do jantar.

...

»



2024-07-09

Faleceu Joana Marques Vidal

 

Faleceu hoje Joana Marques Vidal, antecessora no cargo da actual Procuradora Geral da República, Lucília Gago

Conheço pessoas que prezo e que têm uma opinião muito favorável sobre o seu desempenho  enquanto Procuradora, tendo sido abundantemente elogiada no seu desempenho. 

Eu não tinha nem tenho essa opinião, possivelmente não teria poderes necessários para endireitar o Ministério Público, que no seu mandato continuou com graves deficiências mostrando esse Ministério incompetência na gestão de processos importantes.

Na altura do fim do seu mandato correu um clamor de que deveria ser reconduzida no seu cargo de seis anos, o que não aconteceu, sendo a sucessora Lucília Gago proposta pelo Primeiro-ministro António Costa e nomeada pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, sucessora que tão pouco corrigiu os numerosos problemas da Procuradoria.

Nessa altura fiz este post em que contesto a tese de que só com ela se iniciou o combate à corrupção dos poderosos, citando vários exemplos. Na altura esqueci-me de referir o caso que envolveu, entre outros, Carlos Melancia na sua qualidade de Governador de Macau.

Que descanse em paz.


2024-07-08

Procura de um lugar de uma foto usando o Google Imagens

 

Há um ou dois dias, ao passar pelas fotos de uma viagem de carro, que a família fez aos castelos do Loire em 1991, tentei localizar onde tinha tirado uma das fotos.

Pela sequência parecia-me ter sido em Saintes, uma pequena cidade onde tínhamos pernoitado. Fui à procura de imagem da catedral de Saintes, e não só existia uma catedral como o topo da torre coincidia com a da foto em questão.

Fui então à procura da rua de onde se veria a catedral da mesma forma e, depois de talvez uma hora usando a street view do Google Maps, concluí que seria na Rue Alsace Lorraine.

Contei o sucesso e perguntaram-me se tinha sido a partir do Google Imagens e eu disse que não, porque tenho tido sucesso na pesquisa de quadros conhecidos e de edifícios notáveis mas não de uma rua anódina de França.

Depois fiquei com curiosidade de verificar a performance do Google Imagens neste caso cortando a parte da foto em que apareciam os familiares. Na primeira tentativa o Google não encontrou logo o local porque não incluíra a torre da Catedral na parte pesquisada da imagem. Porém quando estendi a área da foto a pesquisar incluindo a torre da catedral descobriu imediatamente que se tratava duma vista a partir da Rue Alsace Lorraine, como se pode constatar na figura seguinte

 

Constato assim que a característica que permitiu ao Google localizar a origem da foto neste caso foi precisamente a que me tinha guiado na confirmação de Saintes, isto é, a forma peculiar do topo da torre da catedral. A partir daí o Google foi muito mais rápido do que eu. Vou passar a usar o Google Imagens ainda mais.


 

2024-07-01

Trio da União Europeia

 

Na passada sexta-feira, dia 27/Jun/2024 o Conselho Europeu

- elegeu António Costa para presidente  deste Conselho de 1/Dez/2024 até 31/Mai/2027;

- propôs Ursula van der Leyen ao Parlamento Europeu como candidata a Presidente da Comissão Europeia;

- considerou Kaja Kallas a candidata adequada para Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros, sujeita à concordância da Presidente-eleita da Comissão. 

Achei interessantes as diferenças da situação profissional de cada um dos escolhidos.

António Costa era um ex-primeiro ministro actualmente "desempregado" e com um inquérito em curso a decorrer pelo inefável MP (Ministério Público) de Portugal cuja Procuradora, alegadamente receosa de ser censurada no futuro de tentar proteger o primeiro-ministro de Portugal, decidiu tornar pública a existência desse inquérito considerando assim mais importante a sua segurança profissional do que a governação do país. Felizmente os políticos europeus desvalorizaram a existência do inquérito do MP de Potugal. Na sua coluna do jornal Expresso de 28/Jun/2024 Luís Aguiar-Conraria considera que os políticos portugueses deveriam seguir o exemplo dos políticos europeus e passar a ignorar as fugas ao segredo de justiça tornando pública a existência de inquéritos enquanto o MP não solicitasse ao político a prestação de esclarecimentos sobre factos concretos, enquanto não houverem alterações substanciais pondo ordem na casa do MP. A eleição de António Costa representa o reconhecimento da sua capacidade de realizar consensos, pom provas dadas quer em Portugal quer na União Europeia. Como único contratempo teve a redução do mandato habitual de 5 anos para este cargo para apenas 2 anos e meio mas é possivel que volte a ser eleito para os seguintes dois anos e meio.

Ursula von der Leyen está numa situação diferente pois luta por continuar no lugar que ocupou durante os últimos 5 anos. Ainda está dependente de votação favorável no Parlamento Europeu mas certamente tem trabalhado para garantir  esse apoio.

Kaja Kallas, abadonou o cargo de primeira-ministra da Estónia para esta espinhosa missão de representar uma União de Estados que têm grandes diferenças nas suas políticas de Negócios Estrangeiros. Ursula von der Leyen dará a sua concordância a esta polítca da Estónia caso seja confirmada pelo Parlamento Europeu mas, caso isso não suceda, pode acontecer que a nova presidente-eleita tenha alguma incompatibilidade com esta estónia.

Gostei desta imagem que fui buscar ao post "Costa no triângulo europeu

 


em que este trio de escolhidos pelo Conselho Europeu revela grande empatia, é provável que formem uma boa equipa.

Depois tirei mais dois instatâneos do filme que ia passando na CNN enquanto o embaixador Seixas da Costa afirmava: "António Costa vai passar a ser a voz da Europa":