Na minha estadia no Algarve vou com maior frequência fazer compras ao supermercado pois o número de convivas à mesa, que em Lisboa raramente ultrapassa duas unidades, aqui duplica ou mais que triplica com facilidade.
Na compra da fruta sigo uma estratégia simples: quando encontro um fornecedor de produtos com qualidade mantenho-o como principal até que a qualidade esteja ausente em dois ou três fornecimentos. Nessa altura testo outros fornecedores. Em Lisboa costumo não comprar frutas em supermercados mas aqui em Portimão comprei melões e pêssegos magníficos no Auchan e há dias comprei 3 melões que continuam a revelar-se excelentes.
Os melões que tenho comprado, além de estarem prontos para serem consumidos e com sabor agradável são relativamente pequenos para este tipo de fruta, o que me agrada pois detesto pesos grandes e o número de convivas também não dá para consumir numa refeição os melões de 5 e mais quilos.
Conforme se constata na factura respectiva pesavam à volta de 2,7 kg cada um
mas surpreendeu-me muito a pequeníssima diferença de peso entre os 3 exemplares, diferença de apenas 1 grama entre dois dos exemplares e de 18g entre o mais leve e o mais pesado. Dividindo 18g por 2734g obtém-se 0,6%, uma percentagem que eu atribuía a produtos industriais obtidos com "mecânica de precisão".
Se estivéssemos da Idade Média isto seria um pequeno milagre ou então uma obra do Demo. Vou passar a anotar o peso dos melões no mesmo supermercado para ver se foi um acaso ou se se trata dum resultado consistente com técnicas modernas de produção de melões, não acredito que isto seja um resultado directo da calibração das frutas.
3 comentários:
A pergunta que surge naturalmente é:
Será que injectam água nos melões ?
A Distribuição Normal está presente na natureza. Melões da mesma espécie que estão à venda num estabelecimento devem ter tido a mesma origem e o mesmo processo de crescimento e se forem submetidos a um processo de escolha «padronizador» (relativamente pequenos, neste caso) não me surpreende a proximidade de pesos.
A pecuária e a agricultura são indústrias de precisão: o crescimento de animais e plantas é orientado para estarem aptos a serem vendidos em prazos de crescimento que optimizam as variáveis relevantes (custos de produção, qualidade apercebida pelo consumidor, ...)
Vi um documentário em que produções (gigantescas) de melão em Marrocos (que abasteciam França e Espanha) monitorizavam o crescimento e o apuramento (dependente da meteorologia) para poderem dar a melhor resposta à procura que também era influenciada pela meteorologia dos dias futuros. (Se no próximo fim de semana, fizer bom tempo em França ou Espanha vou colher n dias antes, por causa do transporte, X toneladas. Quais os «lotes de fabrico» que vou seleccionar)?
Conclusão pode saber-se da qualidade de um melão antes de o abrirmos. E com os Governos? Há alguns que sem abrir e sem suporte científico, não nos inspiram ...
Obrigado pelas informações JMiguel, eu suspeitava que a agricultura moderna poderia explicar a uniformidade dos pesos mas esperava uma confirmação, como esta tua.
Noutro dia ao ver um programa de TV sobre olivais intensivos, achei informativa a afirmação de um proprietário que pretendia de cada oliveira não que se transformasse numa bela árvore mas que produzisse muitas azeitonas de boa qualidade, a formação da árvore requeria muita energia, o que prejudicava a produtividade medida em azeitonas, além de tornar mais difícil a colheita das mesmas.
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