2021-10-31

Kaiseki, uma refeição japonesa sofisticada


Foi no princípio deste mês de Outubro que, numa newsletter da revista New Yorker, tomei conhecimento da palavra japonesa "Kaiseki", numa referência a um artigo da jornalista Helen Rosner, publicado numa edição dessa revista de Março de 2019,  sobre o restaurante Kaiseki em Los Angeles da americana de ascendência japonesa Niki Nakayama.

Gostei muito da fotografia desse artigo

Kaiseki, feito por Niki Nakayama, fotografado por Damon Casarez para a revista New Yorker

Nesse artigo conjecturam que a visita ao Japão em 1965 do chef Paul Bocuse e seu contacto com o kaiseki poderá tê-lo influenciado na criação da "Nouvelle Cuisine".

Além do artigo, onde falam da cozinha Kaiseki vi a entrada da Wikipédia em português  de onde transcrevo o texto inicial:

«

Kaiseki (懐石?) era, originalmente, uma refeição simples servida aos monges zen-budistas com chá, que mais tarde veio a se desenvolver na cerimônia do chá, recebendo, também, o nome de cha-kaiseki (茶懐石?). Mais atualmente, o prato se transformou em um sofisticando banquete consistindo de vários pratos servidos em diversas porções servidos em restaurantes, sendo chamado de kaiseki (会席, com o kanji diferente?) e também de kaiseki casual.
» 

e onde encontrei este pequeno-almoço tributário do conceito de cha-kaiseki

Por MichaelMaggs - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2870323


Já na entrada em inglês da Wikipédia encontrei outro exemplo de um kaiseki:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jisaku_Kaiseki_Ryori_01.jpg

Nas imagens da Wikipédia, acessíveis  pelos URLs que as acompanham, constam os conteúdos dos diversos componentes de cada um dos kaiseki.

 

 

 





2021-10-27

Entrevista a Thomas Phillippon sobre Portugal no Expresso

 

Na edição de 23 de Outubro do jornal Expresso vem uma entrevista ao economista Thomas Phillipon, professor da Stern School of Business, da New York University, conduzida pela Sónia M.Lourenço que faz uma introdução seguida de várias perguntas e respostas de que destaco as que coloquei a cor-de-laranja:

A Europa “aprendeu” com a crise das dívidas soberanas “e não me parece que volte a acontecer”, diz Thomas Philippon. Nas vésperas de participar na conferência da Fundação Francisco Manuel dos Santos onde será apresentado o estudo “Do made in ao created in, um novo paradigma para a economia portuguesa”, o economista francês defende que as regras euro­peias para as finanças públicas devem ser revistas e que “o sucesso de Portugal na educação vai traduzir-se em crescimento mais elevado nos próximos 20 anos”.

Criar valor numa economia global é o tema da sua intervenção na conferência da Fundação Francisco Manuel dos Santos [FFMS]. Quais são as lições?

A conclusão é muito evidente: o único preditor robusto sobre se um país cresce rapidamente é a educação da população. Também é preciso olhar para o investimento das empresas, mas é menos importante. Isto tem uma forte conexão com Portugal. A primeira vez que olhei para os dados sobre a economia portuguesa, no início dos anos 2000, era óbvio que a grande diferença entre Portugal e o resto da Europa era a educação, onde Portugal estava muito mais atrás.

Portugal evoluiu muito nessa área?

É uma história de sucesso impressio­nante. É isso que está a transformar a economia portuguesa. As pessoas queixam-se de que as reformas não funcionam, mas este é um exemplo em que o problema foi identificado, foram tomadas decisões políticas e 20 anos depois é um grande sucesso.

Mas não devíamos esperar um crescimento mais forte, dado o enorme salto nas qualificações?

A estagnação nos anos 2000 foi antes do grande impulso na educação. Depois, a crise da dívida foi um desastre para o Sul da Europa. Mas nos anos recentes vimos mais convergência. A velocidade absoluta a que a economia se expande depende da China, dos Estados Unidos e do resto da Europa. Mas a velocidade relativa depende de Portugal, e aí vemos convergência. E acho que vai acontecer cada vez mais no futuro. O sucesso de Portugal na educação vai traduzir-se em crescimento mais elevado nos próximos 20 anos. Também tem tido muito sucesso na Europa na política de concorrência, onde tem feito muito melhor do que os Estados Unidos.

O estudo da FFMS diz que Portugal precisa de um modelo de crescimento baseado no conhecimento e na inovação. Como é que isto se faz?

No passado tivemos muita competição fiscal entre países. Se olharmos para o sucesso da Irlanda, foi um fator central. Isso vai ser relativamente menos importante. A tendência é contra esta ideia de que os países podem competir com os seus vizinhos fazendo dumping fiscal. Ainda vai ser importante ter impostos baixos, mas baixos não será zero. O mais importante para as empresas será ter trabalhadores qualificados, porque o ritmo da inovação tecnológica não vai abrandar. A tendência é na boa direção e a base será educação, ter mercados livres e concorrenciais e alguns investimentos estratégicos ao nível da UE, que estão a ser feitos na direção certa.

Porque é que os ‘novos’ países da UE têm crescido muito mais do que os ‘velhos’?

Eram pobres, educados e contaram com o efeito alemão, porque as redes de fornecimentos na Europa Central estão muito bem integradas. Convergir era relativamente simples.

O euro tem sido um constrangimento ao crescimento dos países da Europa Ocidental e do Sul?

Não creio. Se olharmos para países que tiveram problemas em crescer, como a Itália, ou Portugal no início dos anos 2000, a questão era a produtividade. E por trás disso estava a falta de investimento na educação, de bons gestores e de inovação. O euro teve mais a ver com o controlo da inflação e com finanças públicas estáveis, tendo como benefício políticas mais sustentáveis. Claro, há a crise da zona euro, que foi muito negativa. Mas não é uma questão crítica para o crescimento a longo prazo.

Ninguém vai regressar a uma dívida de 60% do PIB à velocidade prevista nas regras, porque seria estúpido

Quais são os pontos fortes e fracos da economia portuguesa?

O principal ponto forte passa pelos avanços na educação, que refletem o consenso político sobre esta questão. Outro sinal mais é que hoje as pessoas veem Portugal como um local muito estável, uma democracia que fun­ciona bem. Extremismos e populismo quase não se veem. O sinal menos tem a ver com a localização. As novas tecnologias tornam as distâncias menos importantes. O problema é que o crescimento efetivo das regiões ainda é muito desigual e concentrado em algumas localizações. Isto sugere que há retornos muito fortes por estar em zonas centrais. É uma contradição e não sabemos para que lado vai pender. Se este tipo de efeito de aglomeração sobre o crescimento for determinante, é preciso garantir boas conexões com o centro da Europa.

...

O resto da entrevista poderá ser lido aqui.

2021-10-25

Problemas de Matemática

 
A propósito do post anterior, um amigo espanhol enviou-me este texto:
«
Tu comentarios sobre libros de texto en el Liceo me retrotrajo a el curioso trabajo que hace años resaltaba cómo los problemas (ejercicios) de matemáticas que se nos planteaba a los niños bajo el franquismo estaban obsesionados con la estafa y el alcoholismo.

(estafa: fraude, vigarice)

 Yo no sé en Portugal pero en España los exámenes que nos ponían  solían abundar en preguntas tales que:
 •            Un revendedor de leche compró 6 Dl a 2,75 pesetas el litro. Le echó 12 litros de agua y la vendió a 0,25 pesetas más barata. ¿Cuánto ganó?.
•            A 200 litros de vino de 2,4 pesetas le he echado 25 litros de agua. ¿A cómo sale el litro de mezcla? Y si lo vendo a 0,35 pesetas más caro, ¿cuánto gano en la operación?.
•            Un revendedor de leche compró 6 Dl a 2,75 pesetas el litro. Le echó 12 litros de agua y la vendió a 0,25 pesetas más barata. ¿Cuánto ganó?.
•            Debo 205 pesetas al panadero, 112 al carnicero, 150 al sastre y 320 al casero. ¿Cuánto debo en total?
•            Un hombre bebe cada día un aperitivo que le cuesta 3,75 pesetas. Los domingos toma dos. ¿Cuánto gastará así, inútilmente, al año? Y si economizara esta suma durante 30 años, el capital así reunido ¿cuánto le produciría prestado al 5 por 100?
»
 

Não me lembro deste tipo de perguntas em Portugal para proteger os incautos de possíveis falsificações. Não sei se a sua ausência seria para não dar sugestões a potenciais vigaristas, se pudor em admitir que houvesse entre Portugueses gente desonesta.


Quanto ao vinho ainda me lembro da frase “beber vinho é dar de comer (ou dar o pão) a um milhão de portugueses” como consta neste cartaz de Mário Costa que vi aqui, frase alegadamente do próprio Oliveira Salazar.

Portugal tem há muito tempo um problema de alcoolismo grave embora diferente do mais comum nos países do Norte da Europa: aí embebedam-se ruidosamente aos fins-de-semana, em Portugal é mais consumo em excesso todos os dias, se bem que as bebedeiras sejam mais discretas.

Quanto ao endividamento lembro-me de ver anúncios, por exemplo em mercearias e em tabernas, que não se vendia a fiado e os bancos só emprestavam dinheiro aos ricos, não havia nessa altura crédito ao consumo nem cartões de crédito.

Ainda na escola primária o top dos problenas era o das torneiras em que, dada uma torneira que enchia um tanque  em x horas e outra em y horas, perguntava-se quanto tempo seria necessário para encher o tanque se se abrissem as duas torneiras em simultâneo.

E no livro de Álgebra o problema mais engraçado, com um enunciado cheio de ritmo era o seguinte:
Pedro diz a Simão: eu tenho o dobro da idade que tu tinhas quando eu tinha a idade que tu tens. Quando tu tiveres a idade que eu tenho a soma das nossas idades será 63 anos. Que idades têm Pedro e Simão?



2021-10-23

Livros do Liceu

 

A propósito da referência no post anterior a um livro escolar da Seomara da Costa Primo, o António Blanco fez algumas considerações sobre os livros escolares que partilho parcialmente.

Partilho boa opinião sobre a maioria dos livros escolares em uso nos liceus nos anos 60 do século XX, achava na altura e agora que muitas das críticas se enquadravam nas "crónicas de escárnio e mal-dizer" tão frequentes em Portugal.

Mesmo assim, usá-los nos tempos que correm como manuais escolares não é viável, não só porque se descobriram imensas coisas na área das ciências naturais tais como Biologia, Geologia, Astronomia, etc. como, mesmo naquelas em que os conhecimentos de tão básicos pouco ou nada se alteraram como na Física e na Matemática, o recurso quer a novos métodos pedagógicos quer a novas ferramentas didácticas, quer ainda à existência de informação de boa qualidade na internet, mudam o que se espera dos livros didácticos de agora.

Como exemplo de novas aquisições da Ciência refiro um post deste blogue intitulado as "Galáxias e a Origem do Universo" onde constatei que no liceu me falaram de Nebulosas como astros no firmamento com aspecto de nuvens e ainda não de Galáxias como conjuntos de estrelas.

No que se chamavam antigamente as "Letras", Português, outras línguas e História, os significados das palavras foram-se alterando com o tempo, quando aprendi inglês nos anos 60 ensinaram-me que "Queer" classificava uma pessoa como excêntrica, afastada do centro no sentido de norma ou de maioria. Quando usei o adjectivo nos anos 80 em Inglaterra um inglês avisou-me que o significado da palavra se tinha alterado restringindo-se então a pessoas sexualmente excêntricas.

Quanto à História trata-se da perspectiva que cada sociedade, num dado tempo, tem do passado, mudando naturalmente quer com o conhecimento maior ou menor de cada época quer com os aspectos do passado que parecem mais relevantes no aqui e agora, pelo que periodicamente precisa de ser revisitada.

Na sequência deste texto tirei esta foto a uma prateleira onde guardo os livros do liceu, julgo que faltarão muito poucos

clique na imagem para aumentar


À frente destes livros estão normalmente os de aventuras que li na juventude que foram temporariamente removidos para tirar esta foto.



2021-10-22

Reprodução e morte (manifestamente exagerada)

 Em Março deste ano fiz dois posts com imagens do Algarve, pois como são muito mais frequentes e prolongadas as minhas estadias no Verão e o clima varia imenso nas várias estações, o aspecto da região muda também muito ao longo do ano.

Por exemplo estas plantas que bordejavam o caminho para a Prainha em Alvor que mostrei  aqui


de que mostro agora vista mais detalhada


e o mesmo conjunto visto doutro ângulo que mostrei aqui


e que também detalho a seguir



tinham desaparecido completamente deste caminho de acesso à praia no Verão de 2021.

Ou quase desaparecido:, vendo-se parte da folhagem ainda verde e outra já amarelada


ou nesta com um espigão a sair do mesmo sítio onde estava outra destas plantas ainda toda verde


de que mostro o detalhe



Um pouco mais adiante neste caminho, numa arriba adjacente à praia estava este conjunto de vegetação


de que destaco uma faixa horizontal  com maior definição



de onde chamo a atenção para vários segmentos

No primeiro segmento que está na parte mais à esquerda vê-se um espigão com flores ou frutos incompletamente desenvolvidos

no seguinte, a meio da faixa com flores/frutos mais desenvolvidos do lado esquerdo e já caídos no espigão do lado direito
 

e finalmente as inflorescências/infrutescências também depois de maduras na extrema direita
 

 

Trata-se assim duma planta de ciclo anual que morre logo após produzir as sementes que darão lugar às gerações vindouras.

Fez-me lembrar a Agave, que tem sido revisitada em variados posts deste blogue em que após 10 ou 15 anos a parte central da  planta dá origem a uma estaca (dir-se-á caule, esporão, espigão?) com uns 3 metros de altura onde surgem flores e frutos e depois a planta morre.

Depois pensei que existem imensas plantas que morrem logo a seguir à reprodução, concluindo após algum tempo que o que me surpreendeu mais foi a erupção da estaca duma planta que aparentemente não se organizava à volta duma estaca potencial.

Em climas com muito pouca chuva no Verão se a planta tem dificuldade em sobreviver nessas condições, o que não acontece com a agave, favorece a sobrevivência da espécie gerar anualmente sementes para germinar mais tarde quando as condições são adequadas para essa planta.

No caso da agave é possivel que as condições boas para a germinação de sementes não ocorram todos os anos pelo que a eclosão da estaca tem períodos maiores do que um ano.


Tudo isto são conjecturas frágeis dum observador curioso com formação botânica restrita ao que davam no liceu.

No então 2º ciclo (equivalente aos 7º,8º e 9º anos) era fácil recordar que o nome da autora era “Seomara da Costa Primo”.

Vi agora na Wikipédia que foi a primeira mulher a doutorar-se em Ciências em Portugal, no ano de 1942.

E que as aguarelas e desenhos do livro, cuja capa mostro ao lado, são de sua autoria





Adenda: 

Parafraseando o Mark Twain, a notícia da morte desta planta revelou-se  manifestamente exagerada:

Segundo me informou o Paulo Araújo do blogue "Dias com Árvores":
«
Essa planta é a Ferula communis, popularmente conhecida como canafrecha - veja mais fotos e informação sobre ela no Flora-On. Como se vê pelo mapa de distribuição, não é uma planta rara. E, tal como sucede com muitas outras plantas (por exemplo com o funcho, que pertence à mesma família), esta planta não morre depois de dar frutos e de a haste secar. A parte subterrânea (neste caso um rizoma) permanece viva, e também pode manter-se uma roseta de folhas à superfície. Quando regressa a época favorável, a planta lança nova haste e o ciclo repete-se.
 
A Agave americana é também uma planta com rizoma, mas um rizoma que, à medida que se vai espalhando, vai fazendo brotar novas rosetas que parecem plantas independentes. Quando uma roseta dá flor e depois frutifica (processo que pode levar muitos anos), é apenas essa parte da planta que morre, porque entretanto a sua continuidade no local (ou nas proximidades) já está mais do que assegurada. Nos lugares onde a Agave é invasora (Canárias, Madeira & Porto Santo, Algarve e algumas ilhas dos Açores, sobretudo Santa Maria), o problema é essa reprodução vegetativa e não tanto por semente.
»


2021-10-13

Consultar livro em Biblioteca Online (The Hamlyn Historical Atlas)

 

De vez em quando procuro na internet livros que li ou mesmo que tenho em casa, para enviar um conjunto de páginas de um livro específico a um amigo ou mesmo para apresentar uma página num post sobre um tema específico, quando é mais fácil do que fazer uma digitalização.

Normalmente recorro ao Google para localizar uma versão digital, ao Google Books e ao Scribd, não tendo até agora comprado ebooks nem feito buscas em Bibliotecas digitais que deixam ver os livros com restrições que talvez se chamem "Digital Rights Management".

Em 1982 comprei em Inglaterra "The Hamlyn Historical Atlas" publicado em 1981 de que apresento  a capa, 

seguida do mesmo mapa, com maior definição e legenda que acompanha o mapa mais completo que está no meio do livro, abrangendo mais área ao norte, onde mostra zonas de produção de metal em Estocolmo e interior sueco um pouco mais para Oeste.

Trata da densidade populacional na Europa em 1620 e de algumas actividades económicas em que as áreas mais carregadas correspondem a mais de 40 habitantes por km2. Os tons quentes (vermelho a amarelo) são as zonas em que a população crescia, os tons verdes para populações estáticas e as azuis/cinzentas para as em declínio, designadamente península ibérica, Córsega e Sardenha.

Para melhorar a legibilidade da legenda usei uma escala maior do que a do próprio mapa pelo que a escala da legenda está aumentada, afectando os segmentos de recta dos km e os símbolos das cidades. Parece-me que as duas cidades mais populosas de então (acima de 250.000) seriam apenas  Londres e Nápoles e Lisboa teria entre 80-120.000 habitantes.

O atlas é eurocêntrico no sentido de ser escrito por um historiador europeu, naturalmente mais interessado por assuntos que influenciam a comunidade em que vive, incluindo também o resto do mundo, sobretudo quando houve mais fortes interacções com a Europa.

Na introdução o autor refere as angústias de definir o traçado de cada linha das dezenas de mapas apresentados, essas linhas não podem ser consideradas verdades absolutas.

Quanto a Portugal notei que como agora temos cerca de 100 habitantes por km2 não houve um declínio populacional permanente nos últimos 400 anos. Notei que já nessa época existiam duas áreas mais populosas à volta de Lisboa e à volta dop Porto, é um país bipolar. De actividade industrial notei actividade textil um pouco ao norte de Lisboa. As minas de cobre de S.Domingos, que existem desde os romanos, aparentemente não tinham dimensão suficiente para serem mencionadas

Acompanhando os mapas o atlas contém muitas páginas de texto com uma síntese notável da história da humanidade. Dessas ficou-me uma expressão que 

«a igreja de Roma era uma espécie de "fantasma" (ghost, talvez "espírito") do Império Romano»

frase de que me lembrei quando das cerimónias fúnebres do Papa João Paulo II, assistidas por chefes de Estado vindos de todo o planeta como mostro na figura seguinte (retirada da Wikipédia)

em que os cardeais estão de vermelho, outros dignitários da Igreja de roxo, os chefes de Estado estão de costas para o fotógrafo, vendo-de várias cabeças protegidas por kéfiés (lenços árabes para a cabeça).

O caixão simples de madeira está na extremidade esquerda da fotografia, tendo em cima um livro com os Evangelhos.

Agora googlei (church as ghost of the roman empire) e fui dar a uma citação de Thomas Hobbes "...the papacy is no other than the ghost of the deceased Roman Empire...", parece ser portanto uma referência antiga na cultura anglo-saxónica a que recorreu o autor do atlas.

 

Passando agora ao acesso ao livro “The Hamlyn Historical Atlas” numa Biblioteca Online, o Google encaminhou-me para "Internet Archive: Digital Library of Free & Borrowable Books, Movies, Music & Wayback Machine

Nesta biblioteca pode-se fazer o “borrow” por uma hora ou por 14 dias. A opção “por uma hora” coloca mais limitações na vizualização, apenas a opção por 14 dias permite fazer download dum “Encripted Adobe pdf”. Escolhi “Get Encripted Adobe pdf”que contém imagens de maior qualidade das páginas embora o ficheiro associado seja maior.

Ao fazer este download obtém-se um ficheiro URLLink.acsm. Este ficheiro, que abri com Notepad pois não tinha aplicação associada, continha referências ao livro Hamlyn mas não o conteúdo propriamente dito deste. Googlando .acsm constatei que precisava de instalar o Adobe Digital Editions para que este pudesse ir buscar à “Internet Archive” o conteúdo
do “The Hamlyn Historical Atlas”.

Depois de instalar o Adobe Digital Editions, na execução inicial prescindi por enquanto do Adobe_ID o que me limita as consultas ao PC em que foi instalado, ficando de fora outros PCs, tablets e telemóveis que eventualmente use, ou venha a usar. Durante a instalação a extensão .acsm ficou associada ao Adobe Digital Editions.

Abrindo então o ficheiro URLLink.acsm este invocou o Adobe Digital Editions que foi ao sítio do “Internet Archive...” e colocou o ficheiro “The Hamlyn historical atlas.pdf” numa pasta “My Digital Editions”. Tentando abrir este ficheiro com o Acrobat Reader recebe-se a mensagem que ele precisa de programa que gira DRM (Digital Rights Management), sugerindo que se use o Adobe Digital Editions. Aceitando a sugestão pode-se ver o livro de forma melhor que com o vizualizador dos empréstimos horários mas bastante mais limitado do que com o Acrobat Reader que, para estes ficheiros com DRM não está disponível.

Entretanto “devolvi” o livro à Biblioteca mas continuei a conseguir ler o livro o que presumo continuar a acontecer durante 14 dias.

 

2021-10-05

Taking Back Control After BREXIT

 


 São as filas que há mais de uma semana perturbam o enchimento dos depósitos dos automóveis particulares no Reino Unido devido a dois factores:

- o principal consiste na diminuição do número de condutores de camiões disponíveis para transportar os combustíveis dos portos para as estações de serviço;

- o politicamente conveniente referido por Boris Johnson deve-se a que a economia está a recuperar a um ritmo tão elevado que isso causou ruturas nos abastecimento de gasolina. E uma vez que essa velocidade de recuperação continuará enorme será de esperar que estas ruturas de abastecimento continuem até ao Natal.

Felizmente que agora, em vez de serem condutores estrangeiros se conta com elementos do exército britânico para fazer este trabalho. O fornecimento de gasolina às estações de serviço está finalmente sob controlo de cidadãos do Reino Unido!


 

2021-10-03

Marcelo estava a par de tudo

 

«

O Presidente da República estava a par de todo o processo que conduzirá à nomeação de Gouveia e Melo como chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA). Os ‘equívocos’ foram criados pela Casa Militar do PR, mas estão ultrapassados.

»

revela este artigo do jornal Sol assinado por Felícia Cabrita e Marta F.Reis.


Fez me lembrar os tempos do meu serviço militar em Mafra, em que a falta de informação dava origem a um fervilhar de boatos. Normalmente os que clarificavam melhor os eventuais equívocos eram os que estavam mais próximos da verdade, como me parece ser o caso deste artigo do jornal Sol.

E é  prudente recordar que os militares são desde sempre peritos nas manobras de informação e contra-informação de que ainda há poucos anos tivemos outro exemplo com o caso do desaparecimento de armas em Tancos.

2021-10-01

Ananases nos Olivais

 

Na minha volta diária encontrei ontem dois ananases (provavelmente abacaxis) sobre o relvado na Av. Cidade de Luanda ao pé duma paragem de autocarro

 


Pareceu-me que estavam molhados, talvez de alguma rega nocturna, e achei melhor colocá-los em cima dum "afloramento rochoso" ali à mão.

Entretanto um transeunte que passava decidiu levá-los para casa.

Achei estranho que se tenham esquecido deste frutos tão pesados. E nem tem estado um calor de ananases!