Por exemplo estas plantas que bordejavam o caminho para a Prainha em Alvor que mostrei aqui
de que mostro agora vista mais detalhada
e o mesmo conjunto visto doutro ângulo que mostrei aqui
e que também detalho a seguir
tinham desaparecido completamente deste caminho de acesso à praia no Verão de 2021.
Ou quase desaparecido:, vendo-se parte da folhagem ainda verde e outra já amarelada
ou nesta com um espigão a sair do mesmo sítio onde estava outra destas plantas ainda toda verde
de que mostro o detalhe
Um pouco mais adiante neste caminho, numa arriba adjacente à praia estava este conjunto de vegetação
de que destaco uma faixa horizontal com maior definição
de onde chamo a atenção para vários segmentos
No primeiro segmento que está na parte mais à esquerda vê-se um espigão com flores ou frutos incompletamente desenvolvidos
no seguinte, a meio da faixa com flores/frutos mais desenvolvidos do lado esquerdo e já caídos no espigão do lado direito
e finalmente as inflorescências/infrutescências também depois de maduras na extrema direita
Trata-se assim duma planta de ciclo anual que morre logo após produzir as sementes que darão lugar às gerações vindouras.
Fez-me lembrar a Agave, que tem sido revisitada em variados posts deste blogue em que após 10 ou 15 anos a parte central da planta dá origem a uma estaca (dir-se-á caule, esporão, espigão?) com uns 3 metros de altura onde surgem flores e frutos e depois a planta morre.
Depois pensei que existem imensas plantas que morrem logo a seguir à reprodução, concluindo após algum tempo que o que me surpreendeu mais foi a erupção da estaca duma planta que aparentemente não se organizava à volta duma estaca potencial.
Em climas com muito pouca chuva no Verão se a planta tem dificuldade em sobreviver nessas condições, o que não acontece com a agave, favorece a sobrevivência da espécie gerar anualmente sementes para germinar mais tarde quando as condições são adequadas para essa planta.
No caso da agave é possivel que as condições boas para a germinação de sementes não ocorram todos os anos pelo que a eclosão da estaca tem períodos maiores do que um ano.
Tudo isto são conjecturas frágeis dum observador curioso com formação botânica restrita ao que davam no liceu.
No então 2º ciclo (equivalente aos 7º,8º e 9º anos) era fácil recordar que o nome da autora era “Seomara da Costa Primo”.
Vi agora na Wikipédia que foi a primeira mulher a doutorar-se em Ciências em Portugal, no ano de 1942.
E que as aguarelas e desenhos do livro, cuja capa mostro ao lado, são de sua autoria
Adenda:
Parafraseando o Mark Twain, a notícia da morte desta planta revelou-se manifestamente exagerada:
1 comentário:
O António Blanco enviou-me este comentário por e-mail:
Tenho também esse excelente livro de Botânica da Seomara, pelo qual estudei.
Cada vez admiro mais estes livros de estudo antigos, especialmente os das áreas científicas, que, por regra, eram entregues a autores muito competentes.
Comecei a coleccioná-los, quando, por comparação com os que as minhas filhas utilizavam, me apercebi da sua clara superioridade.
Desde logo, na qualidade da edição, quase sempre de capa dura, mais resistentes à usura do tempo, tanto que, ainda hoje, suportam bem a sua manipulação, convidando à sua utilização, consulta frequente.
Na Matemática, guardei os do 3.° Ciclo, de Sebastião e Silva, um dos maiores matemáticos portugueses do século XX, com trabalhos de investigação mundialmente conhecidos, valorizados.
Nas Físicas e nas Químicas, os do Rómulo de Carvalho ( António Gedeão, na Literatura, excelente em ambas as áreas ), os de José Teixeira, também na Física, os de Mineralogia e Geologia, cujos nomes agora não retenho, mas que sei onde se encontram na minha já bastante carregada biblioteca, repartida por duas casas e, nestas, por várias divisões e sótãos.
Isto, note-se, não é só saudosismo, porque assenta em realidades irrefutáveis e, quem duvidar, só tem que efectuar a prova da comparação.
Guardei também bastantes livros de estudo das minhas filhas, a seu pedido, mas que nem elas, nem eu consulto, até pela má qualidade das edições, todos em forma de caderno, cartonados, colados, facilmente desconjuntados.
Alguém deveria um dia elaborar um estudo sério comparativo dos livros de estudo usados desde as décadas de 30 até ao fim dos anos 60, início dos 70, do século passado, pondo de lado ou desvalorizando as considerações políticas.
Só com os que coleccionei ao longo, ao acaso, do tempo, em feiras de velharias, já seria possível realizar esse estudo decerto interessante, revelador das diferenças de qualidade, no valor didáctico dos conteúdos, como na sua robustez física, material das suas edições.
E vinha isto a propósito da alteração das paisagens, do ambiente e do livro de Botânica da Seomara.
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