2024-05-29

Mind the Gap! ou Atenção ao Intervalo entre o Cais e o Combóio!

 

Nas estações ferroviárias em curva é inevitável que exista um intervalo entre o cais e cada carruagem do combóio, que atinge o máximo no centro de cada carruagem, conforme se pode ver no esboço que fiz

o que se deve evitar fazendo cais em linha recta mas infelizmente tal nem sempre é possível.

No Metropolitano de Lisboa julgo que a única estação em curva é a do Rossio por ser aí difícil evitá-lo 

Em Londres com grande quantidade de estações ouvia em algumas, enquanto nelas estava parado um combóio com as portas abertas, uma gravação repetindo "Mind the Gap".

E com razão pois a Sarah de Lagarde em 30/Set/2022, num momento de distração numa estação sem passageiros no cais, caiu pelo "gap" e foi atropelada pelo combóio sem ninguém dar pelo sucedido. O combóio seguinte tê-la-à visto mas não conseguiu parar antes de a atropelar por uma segunda vez.

Nessa altura foi socorrida, chamaram a London’s Air Ambulance, uma Organização Maçónica que socorre sinistrados com urgência de transporte para Hospital, que fez uma intervenção aqui descrita.

A paciente sobreviveu mas com o braço e a perna esquerda amputados.

Hoje li no NYT (New York Times) uma descrição interessante sobre a recuperação, com uma prótese na perna por assim dizer standard e com uma mão que se parece com a que aparecia no "Empire Strikes Back" (O Império Contra-Ataca) de 1980, como prótese da mão do Luke Skywalker, cortada pelo Darth Vader numa luta com aquelas espadas de luz Laser. Na altura já se pensava em fazer fazer estas próteses mas tratava-se de ficção científica.

Neste caso além da mão tem também uma parte do braço e antebraço como se vê na imagem

 


Neste artigo Her A.I. Arm do NYT de onde retirei esta foto, instantâneo de um pequeno filme onde se vê a prótese a mexer, informam que após 2 anos de fisioterapia e de treino e da recolha em crowdfunding (250k£) para pagar esta prótese, a pessoa regressou a uma vida quase normal.

Foram colocados sensores  nos músculos da parte do braço que sobreviveu e através de um programa de "machine learning" (aprendizagem de máquina) a paciente (precisou de muita paciência) ia pensando em movimentos do braço, da mão e dos dedos e o programa ia aprendendo o que se pretendia, talvez forçando o dispositivo a fazer o movimento pretendido. Como pequeno bónus, existe a possibilidade de rodar a mão sem cessar, com a limitação da bateria. O dispositivo tem que ser carregado diariamente.

Outro minivídeo mostra a paciente ligada apenas a uma mão artificial com uma cobertura parecida a pele e um fio saindo do braço em direcção ao dispositivo, claramente numa sessão de treino.

 


O braço é pesado, a próxima versão será mais leve. Uma pessoa nestas alturas apercebe-se das maravilhas do corpo que, quando funcionam bem, nos passam despercebidas.

 

1 comentário:

J Ricardo disse...

Interessante. Se aqui em Lisboa só há uma estação em que este problema se coloca, então essa estação deveria ter na sua plataforma, nos lugares onde ficam as portas das carruagens (que são sempre os mesmos) uns mecanismos que fizessem sair uma pequena extensão para evitar que as pessoas possam meter um pé ou uma perna no ‘gap’. Essas extensões recolheriam antes de o comboio partir. Recordo que em muitas linhas ferroviárias os combóios, mesmo em plataformas lineares, um mecanismo deste tipo ou como extensão horizontal ou providenciando um degrau suplementar. No caso dos comboios, como o gap existe em muitas estações, faz sentido que o mecanismo esteja no próprio comboio.