2024-10-11

O Líbano como nova Gaza já não é impensável

 

Ao ver esta declaração da secretária de imprensa Karine Jean-Pierre da Casa Branca 

 

mostrada na RTP3 no programa 360º em 10/Out/2024 cuja parte sobre a guerra no Líbano começa aqui, ocorreu-me que a conversão do Líbano numa segunda Gaza já não é impensável pois a própria Casa Branca já está a pensá-la, embora alegadamente "não possa ver isso suceder" e julgue que "não verá isso suceder". 

Para uma nação tão virada para a acção como os EUA é estranha esta posição de observador inquieto.



2024-10-06

Bico-de-lacre

 

No princípio de Setembro/2024 notei um chilreado pouco habitual na Prainha vindo de arbustos ao pé do terraço da nossa casa. Quando uma pessoa se aproximava dos arbustos logo um bando numeroso de passarinhos minúsculos voava para longe como documenta a foto seguinte com umas pequenas silhuetas escuras a voar já longe, visíveis no azul do céu entre o jovem cedro e o pinheiro gigante.
 


Nas aves pequenas predomina o hábito de estarem contantemente a mudar de poiso, tornando a vida mais difícil para os seus predadores e também para fotógrafos lentos para instantâneos como eu, a maior parte das vezes em que vou buscar a máquina fotográfica, quando regresso já as aves se foram embora e mesmo com a máquina ou telemóvel à mão nem sempre tenho sucesso.
Neste caso, em que os passarinhos eram mesmo pequenos, notei que tinham uma côr discreta, entre o cinzento e o castanho claro e um bico notavelmente vermelho.
Usei uma máquina Canon IXUS com algum Zoom para não ter que me aproximar dos passarinhos mas quando tirava as fotos não conseguia ver se estavam incluídas algumas aves ou se iriam ficar apenas arbustos.
Para dar uma ideia da dificuldade mostro uma imagem completa, depois a mesma imagem com as aves marcadas com círculos vermelhos e finalmente a ampliação máxima  


 

 passando a mostrar imagens em ampliação máxima de zonas de fotos com estas aves

 

 

 


 

 

Coloquei esta última no Google Images que me disse logo tratar-se do “Bico-de-lacre” (Estrilda astrild) com entrada na Wikipédia onde revela tratar-se duma ave subsaariana, introduzida em Portugal na década de 80, existindo actualmente em grande quantidade. Foi introduzida no Brasil por marinheiros portugueses na rota da Índia.
 


2024-10-02

FMI e PS, a mesma Luta!

 

Interessantes estes títulos mostrando sintonia entre as posições do Fundo Monetário Internacional e do Partido Socialista, sobre temas da economia em Portugal

do Jornal de Negócios : FMI contra IRS Jovem e redução do IRC defendidos pelo Governo 

e do Jornal Expresso: ""FMI ... alerta sobre IRS Jovem: levanta problemas de equidade".

Interessante também a análise de Paulo Pedroso no programa "O Outro Lado" da passada 2ª feira, dia 30/Out/2024" em que censurou a estratégia seguida por Pedro Nuno Santos ao revelar publicamente as suas linhas vermelhas. O governo concentrou-se assim na defesa obstinada destas duas medidas como se fossem a salvação do país, evitando qualquer discussão sobre as numerosas opções orçamentais, bastando agora ceder nestas duas para colocar o PS numa situação muito frágil para obter mais qualquer alteração,

Passo a transcrever algumas citações do artigo do Expresso:

«...

A nível político, a instituição liderada por Kristalina Georgieva sublinha que a minoria parlamentar da coligação de centro-direita AD "pode dificultar a elaboração de políticas e aumentar a incerteza" levando a um aumento dos riscos para a inflação, "nomeadamente se o crescimento dos salários continuar a ultrapassar o crescimento da produtividade". Mas garante que "a resiliência do mercado de trabalho e a dinâmica do turismo também estão a atenuar os riscos".
...

Nesse sentido, olha com dúvidas para a eficácia do IRS Jovem: "taxas de imposto preferenciais com base na idade são dispendiosas e levantam questões de equidade, enquanto a sua eficácia na redução da emigração é incerta. A reintrodução de taxas fiscais atrativas para profissionais estrangeiros poderá atrair mais trabalhadores qualificados, mas distorcerá ainda mais o sistema fiscal e poderá agravar os problemas de acessibilidade da habitação".

A receita com IRS em percentagem do PIB é mais baixa do que a média da área do euro, devido aos baixos salários, porque a taxa média é apenas "ligeiramente menor" graças ao quadro progressivo do imposto, pode ler-se no mesmo documento.

No que toca às alterações ao IRC recomenda que, "em vez de reduzir a taxa base, deveria ser dada prioridade à redução das taxas progressivas e locais [derramas municipais], o que ajudaria a alinhar a taxa média de IRC com a média da área do euro, ao mesmo tempo que encorajaria o crescimento empresarial". O Governo ambiciona reduzir a taxa geral do IRC de 21% para 15% até 2027.

...

"A médio prazo, à medida que as preocupações com a acessibilidade da habitação diminuam, um aumento do imposto sobre a propriedade poderia ser considerado para aumentar as receitas para aproximá-las da média da OCDE", diz o FMI, acrescentando ainda no plano fiscal que "o mecanismo de ajustamento do imposto sobre o carbono, suspenso em setembro de 2023, deveria regressar".
Bolha imobiliária afastada

Outro dos focos desta análise do FMI às contas nacionais foi a crise imobiliária portuguesa, referindo que, para já, "os riscos de uma correção no mercado imobiliário parecem contidos" e que "políticas para aumentar a oferta de habitação ajudariam a aliviar as pressões". No entanto, pegando em estudos da Comissão Europeia, refere que existe uma sobrevalorização do preço das casas entre 15 a 30%.

Olhando para a crise em Portugal elabora duas das causas: a grande de procura imóveis de elevado custo devido aos visto gold, "refletindo provavelmente o longo período de baixas taxas de juro", e a conversão de casas em alojamentos turísticos de curto prazo. Duas razões que levaram a que os preços das casas em Portugal tivessem subido 111% desde 2015, muito acima da média europeia (42%), sublinha e que, juntamente com a escassez da oferta, levaram a que metade das famílias tivesse deixado de conseguir comprar uma casa de valor médio.

Quanto à medida da garantia pública dada pelo Governo aos jovens com menos de 35 anos, que procuram a primeira casa para viver, a instituição realça que facilitará a obtenção de crédito, mas como todas as medidas com base na idade, está propenso a problemas de injustiça geracional.

O documento foi apresentado esta tarde em Lisboa por Jean-Francois Dauphin, diretor do FMI para Portugal.

»

Estou bastante farto da conversa permanente da direita quanto à necessidade imperiosa de baixar a carga fiscal, como se Portugal fosse o país da Europa com os impostos mais elevados em relação à sua economia.

E além do FMI apoiar a tese defendida pelo PS que as suas duas linhas vermelhas são justificadas refere também a importância dos Vistos Gold e do Alojamento Local no aumento muito maior do que noutros países europeus do preço das casas, censurando indirectamente a liberalização do AL já feita pelo actual governo.

Será que o FMI foi até influenciado pelo Bloco de Esquerda?



2024-09-29

Vistas da Ponta da Piedade


 Há muitos anos visitei a Ponta da Piedade ficando a memória dum sítio impressionante, um cabo bastante alto, com vistas desimpedidas sobre o mar de mais de 270º, para Oeste, Sul e Leste, com as rochas apresentando numerosos algares (poços naturais provocados por chuvas sobre calcário), cavernas e arcos naturais, produtos da erosão da chuva e do mar como se vê nas duas imagens seguintes
 


Essas formações rochosas frequentemente abrigadas do vento na parte Leste do cabo, com pouca ondulação e águas de grande transparência, são visitadas por uma multidão de pequenos barcos a motor como se vê na segunda imagem. Eu próprio fiz uma vez uma passagem por aqui, num pequeno semirígido a motor, de 4,2 metros, em que fui de Portimão até ao Burgao atestando o depósito na Marina de Lagos com receio de “pane seca” no meio da navegação.

Ainda sobre o lado Leste tirei a foto seguinte

 

em que reparei em duas fiadas de canoas sendo cada uma rebocada por pequeno barco a motor, reparando também num conjunto de canoas dispersas com um barco a motor ao pé como destaco em detalhes da imagem anterior


 


Fiz logo a conjectura que sendo as praias próximas das grutas bastante pequenas para terem um número razoável de kaiakes, estes teriam de partir de sítios mais longínquos e os remadores dos kaiakes chegariam cansados à zona das grutas de onde ainda teriam a viagem de regresso. Como o reboque se tem que fazer em velocidade moderada, seria muito dispendioso em tempo de rebocador rebocar apenas um kaiake de cada vez e estes combóios de kaiakes resolvem esse obstáculo. Uma vez chegados ao sítio onde há mais grutas cada kaiake fica liberto para fazer a exploração ao seu ritmo. Uma consulta posterior breve na internet revelou-me logo uma empresa que parte de uma marina de Lagos rebocando kaiakes para visitar estas grutas. Não sei se será a única.

Entretanto tentei localizar sítios na extensa costa algarvia que vai da Ponta da Piedade até ao Sul de Faro. Caso clique na imagem seguinte, que é um detalhe da imagem do lado Leste verá uma imagem com 3809 x 317 pixels onde localizei o hotel Delfim (agora “Pestana Blue Alvor Beach”) e o hotel Alvor (agora “Pestana Alvor Praia”), além dos prédios da Praia da Rocha terminando na Fortaleza de Sta Catarina e o início da visão da margem esquerda da ria do Arade, i.e. do lado de Ferragudo.

 

Fui então consultar o Google Earth obtendo esta primeira vista de satélite da costa algarvia
 

desde o Cabo de S.Vicente até à ilha Deserta, ao Sul de Faro

Deixo este tema do que se avista na Ponta da Piedade para outro post deixando apenas mais duas vistas de satélite deste local em zoom crescente
 

 

Para finalizar mostro uma vista desimpedida para Sul

 

e uma vista para Oeste com Sagres lá muito ao fundo e a esteira solar sobre o mar que aparece da parte da tarde, esta foto é das 17:40

 


2024-09-27

Dempsey and Makepeace

 

Estava a rever  um episódio do "Death in Paradise" no canal Star Crime de 2013 intitulado "A Deadly Curse" quando reconheci nesta personagem 

 


o actor que, nos anos 80 do século XX, representara o detective americano pouco educado Dempsey, da série policial da ITV "Dempsey and Makepeace", 

 


que revi agora ser o actor Michael Brandon (1945-), contracenando com a Makepeace, uma agente policial inglesa de boas famílias e esmerada educação, interpretada pela actriz Glynis Barber (1955-).

A série foi muito apreciada cá em casa, designadamente por mim, que constato ter gravado em 6 cassetes VHS muitos dos episódios da série, cassetes que ainda não deitei fora embora me falte um leitor VHS para as tocar.

Constatei agora na internet onde tudo isto é fácil de descobrir, que os dois actores, que não se conheciam antes da série acima referida, casaram-se em Novembro/1989, tiveram um filho e, embora não se saiba se foram felizes para sempre, têm continuado casados desde então, como se constata neste Youtube gravado em Fereiro/2024

 





2024-09-22

Brutalismo

 

Trata-se dum movimento arquitectónico, que deve o seu nome não porque seja "brutal" mas porque usa o que os franceses designam por "béton brut", o betão deixado como ficou depois de retiradas as cofragens que o contiveram enquanto no estado líquido.

Claro que quando se deixa o betão em bruto existe normalmente um maior cuidado nos acabamentos das cofragens do que quando se sabe que o betão será revestido por pedra ou por algum produto para obter uma superfície mais lisa suportando uma pintura.

A técnica foi usada por Le Corbusier e pelos seus seguidores tendo atingido o pico nos anos 70 do século XX, continuando a ser usada posteriormente com menor frequência.

Inscrevi-me neste sítio do Canal ARTE para receber a Newsletter e passei a ser periodicamente avisado de programas disponíveis no canal, eventualmente também na internet. Normalmente esses vídeos estão disponíveis durante um tempo limitado, como no caso deste conjunto de vídeos  intitulado "Terribly Beautiful Eyesores" que traduzi tentativamente como "Edifícios muito feios de grande beleza" e que estará disponível até 4/Jan/2025.

São 4 vídeos de cerca de 30 minutos cada, até agora vi apenas o primeiro, intitulado "Monstros Brutalistas" onde se fala do Convento de Sainte Marie de La Tourette, próximo da cidade de Lyon, da ordem dos frades Dominicanos, projectado por Le Corbusier

 


numa foto de Fernando Schapochnik.

No vídeo a construção é apresentada por um frade licenciado em arquitectura, actualmente aqui residente, encantado por viver numa construção tão adequada à vida dos habitantes deste convento.

Depois o vídeo mostra o "Royal National Theatre" em Londres, projectado por Denys Lasdun, parte do conjunto arquitectónico na margem Sul do Tamisa que inclui também o Royal Festival Hall e o Queen Elisabeth Hall, estes dois últimos que visitei com agrado na minha primeira viagem a Londres em 1971.

 


O príncipe Carlos detestava o aspecto moderno destes edifícios, terá dito que o conjunto lembrava uma central nuclear no cento de Londres. Eu apreciava a ausência das inúteis colunas neo-clássicas, tão na moda no século XIX, estruturas que tiravam partido do betão armado e um exterior que revelava melhor as necessidades funcionais de cada edifício.

Finalmente o vídeo fala dum gigantesco conjunto habitacional de Berlim na Schlangenbader Strasse que foi construído deixando por baixo um túnel para uma auto-estrada!

Embora essa auto-estrada esteja actualmente fora de serviço, na altura em que o enorme edifício foi construído havia falta de terreno em Berlim Ocidental, cercada pela Alemanha de Leste, Usar o terreno das vias de comunicação para sobre ele colocar outras construções é o que se faz quando se enterra linhas de combóio em túnel. O conjunto é tão comprido e com curvas que os Berlinenses o designam por "Serpente". Mostro foto do conjunto, cujo arquitecto não consegui identificar:

 


Não gosto do termo "Brutalismo" para designar construções que deixam o betão à vista mas a designação "Modernismo" é também infeliz por ser desadequada passado algum tempo.

E aprecio muitas das construções com betão à vista, como por exemplo a lindíssima sede da Fundação Calouste Gulbenkian, seu museu e magnífico jardim.


Adenda

Dois leitores comentaram este post via e-mail pelo que fiz esta adenda:

Um leitor referindo:
«
No sé si será la obra más “brutal” que existe pero sin investigar mucho apuesto a que si debe ser la más extensa en superficie do mundo.

Se trata de la Universidad Laboral de Cheste, donde yo estudié becado e interno dos cursos entre 1971 a 1973.

Fue un concepto de centro tan “brutal”  que se concibió para 4.000 (si, cuatro mil) alumnos residentes  (entre 10 y 14 años)   que actuábamos simultáneamente (comer, dormir, ir a clase, ir al cine, hacer deporte, etc etc) todo todo sin recurrir al sistema de turnos ni siquiera en aquellos aspectos en que esto  fuera viable (p ej. el comedor o las clases)  lo que resultó en una construcción de dimensiones brutales  apropiadas para 4.000 alumnos  y los correspondientes profesores. Comedores para 4.000 comensales + Dormitorios para 4.000 camas + Aulas para 4.000 alumnos y así todo.

De hecho su Paraninfo (para 4.500 asistentes) fue durante algún tiempo tras su inauguración el auditorio mais grande de Europa por capacidad de espectadores.

Visto en perspectiva todo ello, es un resultado de  aplicar los concepto de edificación y formación en línea con la “modernidad” de un régimen dictatorial  a comienzos del baby boom.
»


Este sítio (https://cecheste.com/evolucionhistorica/) refere a evolução histórica desta instituição que quando foi criada em 1969 a cerca de 20 km da cidade de Valencia se chamou "Universidad Laboral de Cheste". Em 1978 foi extinta como instituição com as regras estabelecidas desde 1959 e depois de outras designações ficou "Complejo Educativo de Cheste (CECheste)" em 1988.

O outro leitor referindo este sítio:


https://de.m.wikipedia.org/wiki/Autobahn%C3%BCberbauung_Schlangenbader_Stra%C3%9Fe
que possivelmente eu encontrara mas que desistira de consultar por estar escrito em alemão, não havendo versões noutras línguas. Dada a referência do leitor acedi ao sítio e pedi tradução para inglês, ficando um texto inteligível, falando de forma interessante sobre os problemas desta construção gigantesca.

Normalmente recorro à tradução para inglês, língua que leio sem dificuldade, evitando os percalços de duas traduções automáticas pois na maioria dos casos as traduções do Google Tradutor fazem-se traduzindo da língua inicial (neste caso o alemão) para inglês e depois desta língua para o idioma final que neste caso seria o português.
Esta tradução que me apeteceu qualificar como "quase em inglês" lembrou-me o blogue (http://quaseemportugues.blogspot.com/) do Lutz Brückelmann que nele não escreve desde 2011, embora o português dele fosse muito melhor do que o inglês do Google Tradutor.


2024-09-07

Duas árvores ao vento

 

Quando fomos a o Japão  em Maio/2014 filmei uma árvore Ginkgo Biloba cujo movimento provocado pelo vento me hipnotizou, o movimento dos ramos fazia-me pensar num ser vivo movendo os seus numerosos membros e filmei a cena durante uns 15 segundos no telemóvel da altura. O ficheiro resultante Kyoto_Gingko com 43 Mbytes, com definição de 1920x1080 pixels estará disponível no Google Drive até final de  Setembro e pode ser descarregado.

Entretanto, usando o antigo programa Moviemaker da Microsoft, gerei uma versão adequada para email com apenas 3 MB, com definição de 426x240 pixels, mais adequada para ficar neste blogue em permanência mas menos atractiva do que a versão de 1920x1080 pixels acima referida.


Recentemente tive oportunidade de ver um pinheiro gigantesco no aldeamento da Prainha em Alvor a oscilar também sob o vento, gravei durante 11 segundos e o ficheiro resultante Prainha_Pinheiros com 44,7 Mbytes, com definição de 1920x1080 pixels e também estará disponível no Google Drive até final de  Setembro e pode ser descarregado.

Esta versão para email ocupa 2,26 MB com 426x240 pixels



Nessa viagem ao Japão em que visitámos Tóquio, passámos pelo Fujiyama e visitámos Kyoto, numa tarde livre nesta cidade fomos a uns templos que ficavam ao pé do hotel,  adjacente ao enorme Centro Comercial associado à estação de caminhos de ferro.

Vi agora no google que foram os templos Higashi Hongan-ji, de que mostrei parte interior num post sobre posturas corporais, e Nishi Hongan-ji onde crescem pelo menos dois Gingko bilobas de dimensões impressionantes, sendo um deles um marco histórico (Historical landmark).

Nas fotos que tirei este Ginkgo estará nas coordenadas 34.99227646925224, 135.75230522632614 e será o que depois filmei ao vento

 


enquanto o Ginkgo seguinte será o marco histórico com as coordenadas 34.9915689703009, 135.75230392648635

 



2024-08-27

Mortes por afogamento no jornal Expresso

 
 

Na primeira página do jornal Expresso de 23 de Agosto de 2024 vinha este pequenino apontamento aqui ao lado típico da silly season.

Seguindo a regra de ouro do jornalismo, para estatísticas de fenómenos negativos como mortes classificam-se os valores como altos e para fenómenos positivos como crescimento económico classificam-se como baixos, desta vez classifica-se como “valor mais alto”.

O texto estará aparentemente correcto pois não se trata de um máximo absoluto sendo apenas o terceiro valor mais alto. Além disto informa também que o período em análise diz respeito aos últimos cinco anos.

Aqui o leitor mais atento pensa que o terceiro valor mais alto num período de cinco anos é também o terceiro valor mais baixo, trata-se certamente do valor mediano para esta série estatística pois existem exactamente dois valores menores do que o citado e dois valores maiores. Com esta informação magra não sabemos qual a sua posição em relação à média mas temos a certeza que é igual à mediana.

Podemos ainda fazer mais três observações:
- dado que a série diz respeito aos valores até ao final de Julho nos anos 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024, que em 2020 tivemos o primeiro caso de COVID em Portugal e em 2020 e 2021 houve confinamentos, uso de máscaras, etc., parece verosímil que tenham ocorrido nesse dois anos menos mortes do que a mediana e que em em 2022 e 2023 tenham corrido mais mortes do que a mediana. Isto leva-me à conjectura que nos anos 2022 e 2023 anteriores a 2024 ocorreram mais mortes do que em 2024, facto positivo mas aparentemente difícil de referir dessa forma na primeira página de um jornal;
- como regra geral um número sózinho costuma ser uma informação insuficiente, a não ser  que se trate dum domínio de valores conhecidos pela maioria da população. Neste caso “75” parece inadequado para título, seria melhor “mortes nas praias”, especificando no texto do que se tratava;
- este texto teve mesmo assim a qualidade de proporcionar este post de escárnio e mal-dizer adequado a esta estação de veraneio.

2024-08-26

Visitas de insectos - 2

 

Além de duas ou três incursões por gatos invasores que entravam ou tentavam entrar em casa, duas vezes pelos telhados via açoteia e outra vez por um portão com grades largas que deixam passar gatos, continuo a ser visitado por artrópodes e por insectos nomeadamente por Grilo e por Gafanhoto e Louva-a-Deus.

Desta vez foi uma Cigarra que pousou e canto numa telha de barro, fazendo tanto barulho que alguém pensou que havia jardineiros a cortar sebes na vizinhança.

As cigarras são difíceis de ver quando pousadas sobre um tronco de árvore, confundindo-se na casca, além de se calarem quando uma pessoa se aproxima. Sobre uma telha foi facílimo localizá-la e depois fofografá-la, mostrando a cigarra sobre o telhado

depois em detalhe de perfil

 

e depois de costas

 




 

2024-08-23

A linha do horizonte na Ponta da Piedade


O ano passado, no Verão de  2023, reparei que na Ponta da Piedade existia uma construção de que não me lembrava. Andei agora à procura de fotos antigas e constatei que em Set/2023 tirei esta foto na Praia da Rocha em que ao fundo se vê a Ponta da Piedade e Lagos em silhueta de contra-luz
 


com a nova anomalia marcada em destaque
 


Nas manhãs, em que a Ponta da Piedade está iluminada pelo sol de leste, eram visíveis estruturas de guindastes na proximidade dos dois quadriláteros.

Na altura desloquei-me a Lagos nesse fim do Verão para ver o que se passava. Encontrei dois edificios, ainda longe dos acabamentos, no Beco Raul Brandão.
  


Numa das empenas anunciava-se comercialização pela Sotheby’s deste conjunto junto do qual estava esta pequena loja de vendas


Achei estranho que, como se diz agora, em pleno século XXI, ainda fosse possível que uma câmara licenciasse esta volumetria sobre a Ponta da  Piedade, um local que sobrevivera todo o século XX sem uma construção com este impacto visual.

Interroguei um passante que me informou que neste local existira um prédio de andares mais pequeno que obtivera licença de construção mas que não fora concluído ficando durante décadas em tosco. Os proprietários teriam vendido o terreno com o edifício e a licença de construção ainda era válida, pelo que demoliram o que existia para construírem.

Fui então verificar um slide antigo que tirei em Setembro/1974 e que mostrei neste post bem como outro de 2017 


constatando que já em 1974 e em 2017 existia uma pequena “perturbação” na linha do horizonte da Ponta da Piedade.

Fui então ao GoogleEarth à procura de imagens históricas, constatando que a vista de satélite, de 2015.03.15 é mais antiga do que algumas vistas de rua. Na maior parte dos casos a imagem de satélite será mais recente do que as vistas de rua pois dará muito mais trabalho recolher imagens de rua de zonas densamente povoadas do que uma imagem de satélite, ou mesmo de fotografia aérea para zonas com mais detalhe, contudo nalguns casos poderá haver uma actualização parcial das vistas de rua de uma dada área, eventualmente com algum pagamento ao Google de empresas, por exemplo imobiliárias, com interesse em ter imagens actualizadas de rua em que implantaram novas construções.

A transição de vistas de satélite para vistas de rua tem assim a característica de mudar não só a perspectiva da tomada de vista mas também, quando se muda da vista aérea para a vista de rua, da data em que cada uma das vistas foi adquirida. Estas transições poderão surpreender o utilizador inexperiente e mesmo o “ocasional desde há muitos anos” como é o meu caso, pois as vistas aéreas e de rua são tão realistas que surpreende ver aparecer de repente um prédio num terreno desocupado, um passeio numa estrada, um prédio diferente do que era mostrado um clique atrás.

No GoogleEarth coexistem nesta zona vistas de rua de Maio/2014
 

em que é mostrada a construção que aparentemente existia desde antes de 1974, com a seguinte gravada em Set/2023

 

Neste caso a transição entre o passado longínquo (Mai/2014) e o passado recente (Set/2023) pode ser obtida na latitude=37.088933º e longitude=-8.675083º, conforme imagem acima, na Rua Raul Brandão, 8600-513 Lagos.

Olhando para vista aérea do GoogleEarth da Ponta da Piedade com data de 2015.03.15, que é a data mostrada quando está inactiva a opção Menu>View>Historical_Imagery, constata-se que mostra ainda o edifício em tosco antigo que sinalizei com círculo verde, à semelhança do par de fotos de 1974 e 2017 mostrado mais acima

 

Nesta última imagem marquei a direcção aproximada das vistas da Praia da Rocha (ao pé da Fortaleza) e/ou da Prainha). A pequena elevação quadrangular que se nota no par de fotos 1974-2017 deve corresponder ao edifício do conjunto dentro do círculo mais próximo do farol que tem oito pisos e está “de perfil” em relação às vistas referidas acima. O outro elemento com apenas 4 pisos passava despercebido no contraluz, ao contrário do que se passa agora em que ambos os edifícios têm a mesma altura.

Construíram-se recentemente várias vivendas de luxo a Sul deste conjunto que não afectam de forma significativa o perfil da Ponta da Piedade. Este conjunto de prédios causa preocupação por ser o início duma construção em altura sobre a arriba. Se este conjunto tiver venda fácil, outros se seguirão na mesma área sacrificando mais um ponto notável da costa algarvia a uma ocupação desenfreada como aconteceu com a Praia da Rocha.

No dia em que visitei a Ponta da Piedade este ano apreciei os novos acessos, da última vez que fui até ao farol, há dezenas de anos, os acessos eram menos cómodos.

Entretanto fotografei para registo a Ponta da Piedade, a cidade de Lagos e a Meia-Praia vistos da Prainha com uma máquina Canon IXUS, em que se constata que de uma forma geral o horizonte tem sido respeitado, com excepção deste último conjunto de edifícios.

Mostro primeiro o conjunto todo da foto, depois um enquadramento apenas do horizonte, seguido de três detalhes do mesmo enquadramento, da direita para a esquerda

 


 

 

 

 


e finalmente um zoom óptico do conjunto indesejado

 

No dia em que visitámos a Ponta da Piedade este ano estava uma ventania infernal, parecia o promontório de Sagres, eu não gostaria de ter uma casa naquele sítio.


2024-08-14

Candeeiro Marroquino

 

Temos em casa um candeeiro talvez marroquino, adquirido como objecto decorativo, com 30cm de diâmetro e 45cm de altura.

Provavelvelmente foi concebido para dar luz a partir duma vela, pois veio com um cilindro de vidro na sua base, certamente para proteger a chama de eventuais correntes de ar.

Por ser pouco prático nunca chegámos a colocar uma vela acesa dentro deste candeeiro.

Há uns dois ou três anos, na sequência da aquisição duma lanterna de jardim com uma pequena célula fotovoltaica que carrega uma bateria durante o dia para dar uma modesta luz durante a noite, dado que essa lanterna era iluminada por apenas um LED, pensei que seria interessante observar a projecção do rendilhado do candeeiro nas paredes duma sala.

Na altura o resultado foi considerado espectacular pela família mas era preciso fechar todas as janelas e portas da sala e apagar todas as luzes excepto a do LED dentro do candeeiro para se observar o efeito, que fazia lembrar o ambiente de algumas discotecas de há dezenas de anos.

Este ano, talvez influenciado pela construção dum candeeiro lembrei-me de experimentar colocar um telemóvel com a “luz de lanterna” acesa dentro do candeeiro marroquino e foi possível fotografar o ambiente gerado conforme se vê na imagem seguinte da sala no Algarve

 


e incluindo o candeeiro gerador da luz e sombra

 

Por curiosidade tentei fotografar a sala com o LED fraquinho referido no início deste post dentro do candeeiro mas o telemóvel não teve sensibilidade para a baixa luminosidade, ficando a foto praticamente toda preta.

 


 

Estes padrões nas paredes são gerados por estas partes metálicas dos candeeiros que mostro aqui ao lado e que presumo serem feitas em série e depois soldadas manualmente, conforme tive oportunidade de verificar para alguns candeeiros deste tipo feitos na medina de Marraquexe em Junho/2013.

Na altura fiquei impressionado pelas más condições de trabalho dos artesãos, quando soldavam peças destes candeeiros com protecções fracas para a vista.

Na internet vi candeeiros destes anunciados a menos de 100 euros por peça, o que me parece pouco caso sejam soldados à mão.

 

 

 

Em Marraquexe tirei várias fotos a casas de candeeiros deste tipo, de que seleccionei a que mostro a seguir