2025-10-11

Taylor Swift e os Pré-Rafaelitas

 

Mais uma vez, ao passar por um email do ex-colega e amigo João Miguel, que continua o seu labor no Blog Sugestões sobre eventos culturais, vi nesse email uma referência ao magazine Beaux Arts sobre um videoclip da Taylor Swift inspirado no quadro de Ofélia (personagem de peça de Shakespeare) pelo pintor John Everett Millais, um dos fundadores do movimento dos Pré-Rafaelitas.

 

 
Imagem do Google Art Project, acessível em Ofélia.

 O video clip tem uma energia esfusiante e termina com a Taylor Swift na banheira, desta vez a olhar para o espectador em vez de para cima como no quadro.



 

1 comentário:

J Ricardo disse...

Olá JJ, boa tarde. Vejo que as curvas da jovem Taylor Swift estão a dar a volta à cabeça do pessoal ! De facto, essa jovem senhora é lindíssima, rebenta com qualquer escala e também mesmo com a pobre e depauperada líbido de 'jovens' como nós (ah! ah! ah!).
Agora mais a sério, a Swift não tem nada a ver com a Ofélia de Shakespeare. Ofélia é uma vítima de um amor não correspondido de um 'misfit' (Hamlet, o príncipe da Dinamarca, destruído interiormente pelo crime do assassinato do pai, com a conivência da mãe para se casar com o irmão do defunto) que acaba por matar o pai da jovem em circunstâncias estranhas e de criar as condições para a morte de Ofélia, afogada no rio. Se virem bem, no quadro de John Evertt Millais, Ofélia na corrente do rio tem na mão algumas flores com significado simbólico; amores perfeitos ; amor não correspondido - margaridas; a inocência da virgindade - Papoilas; a morte.
Ora isto é tudo o que a Swift não é; uma jovem que goza a vida até mais não, com uma bela lista de namorados que vai renovando aceleradamente e com um sucesso planetário que a tornou rica a famosa.
Portanto, nada de comparações !!! O recurso à imagem e nome de Ofélia, por parte de quem imaginou o vídeo, é pretenciosa e até se poderia qualificar como desrespeituosa em relação a Shakespeare e à sua obra. Mas como estamos na época da post-verdade, vale tudo e o seu contrário, o pessoal nem nota e o marketing até dá um boost...
Atenção, isto não invalida que o vídeo é espetacular, do melhor que tenho visto.
Quanto a Shakespeare, quem quer que ele tenha sido (o dos teatros, o conde de Oxford, ou outras alternativas), é uma glória cimeira da literatura universal. Para nós, reformados com tempo, é imperioso ver ou ler duas ou três das suas peças e alguns poemas da sua lírica. Camões é tão grande na lírica, nos sonetos, mas no resto (Lusíadas incluídos) não lhe chega nem aos calcanhares.
Boas leituras e votem bem amanhã...