2017-10-25

O jornal Expresso e a chamada luta política


O jornal Expresso tem-se vindo a tabloidizar. De uma forma geral  todos os jornais o têm feito, talvez se sintam na obrigação de tornar os títulos mais chamativos de leitores, a quem dizem frequentemente que estão aqui para os informarem de forma séria e isenta, evitando os sensacionalismos.

No passado sábado o Expresso titulava na primeira página em letras muito grandes que o IPMA avisara com 72 horas de antecedência que o dia 15/Outubro seria o mais perigoso do ano. Logo a seguir informava ainda em letras destacadas que o “Alerta foi ignorado pelas autoridades”.

Claro que no corpo dos textos informava depois que as autoridades tinham mobilizado mais 882 operacionais do que seriam os efectivos na fase D (fase com menos efectivos do que a fase C que acaba no fim de Setembro) mas que não existiam tantos aviões como na fase C. Descrevia depois mais um conjunto de medidas adicionais que as autoridades tinham tomado, desmentindo assim o subtítulo chamativo da primeira página de o alerta ter sido ignorado, numa técnica que se vem tornando monótona de ser tão usada.

Fui verificar qual a contribuição cívica que o jornal Expresso dera na sua penúltima edição em 14 de Outubro de 2017 e constatei que não havia qualquer referência na primeira página à perigosidade do dia seguinte, o dia 15/Outubro.

Já em Julho deste ano o jornal Expresso chamara para a primeira página uma notícia que insinuava que o governo estaria a esconder o número de mortes do incêndio de Pedrógão Grande, insinuação que ainda ocupou o jornal durante algum tempo para se constatar depois que a polémica não tinha qualquer fundamento.

Embora o jornal continue a publicar opiniões de diversos quadrantes do espectro político a sua tomada de partido nas suas partes mais destacadas é cada vez mais evidente.

Constato assim que a luta política acaba por reflectir o espírito da população em geral e em especial dos jornalistas, abusando de figuras de retórica para vencer o adversário em vez do uso de argumentos sólidos que conduzam a discussão para melhores decisões.

Nota-se também no jornal, fora da luta política, um menor cuidado em alguns artigos como é referido aqui, a propósito duma notícia sobre a visita do papa Paulo VI a Fátima, ou aqui, sobre uma tradução errada que não foi corrigida na edição seguinte.

Este post já vai longo, para não prolongar os queixumes mostro uma combinação dos Whacks e X-balls que já referira nestes 3 posts





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