Não é grande novidade que no Ocidente o Cristianismo se “apropriou” das festas existentes à volta dos Solstícios quer de Verão quer de Inverno. Em Portugal o Solstício de Inverno tem o Natal e o Solstício de Verão é comemorado com os dias dos “Santos populares”, 13/Jun em Lisboa, 24/Jun no Porto, para citar as duas cidades mais importantes. Uma pessoa pode contudo interrogar-se porque motivo havia celebrações próximas da passagem do planeta Terra por estes pontos singulares das suas órbitas.
À primeira vista celebrar o Solstício de Inverno parece estranho, fazer uma festa num dos dias mais pequenos do ano, com muito frio e pouca luz. Ouvi o Nuno Crato num programa de rádio fornecer uma explicação que me convenceu: o dia mais pequeno do ano é também o dia em que cessa a diminuição da duração do dia, a partir daí e até ao próximo Solstício de Verão a duração do dia irá sempre aumentar. Há assim motivo para júbilo, o Sol não nos vai abandonar e podemos ir dormir descansados e mesmo festejar porque não vamos mergulhar nas trevas eternas!
Mas depois desta explicação surge a outra dúvida: então se no Solstício de Inverno se celebra a paragem da diminuição dos dias, porque motivo se faz uma festa quando eles começam a diminuir? A explicação que me parece mais óbvia é que se faz a festa para celebrar o dia de maior duração do ano, faz-se a festa porque o dia é muito grande e gostamos da luz!
Daqui concluo que as festas dos Solstícios são o Triunfo dos Optimistas pois em cada um deles escolhem o facto positivo existente, ou a variação do dia ou a sua duração. Um pessimista nunca veria motivo para se festejar qualquer tipo de Solstício.
Para quem ficou com nostalgia das multidões a fazer compras deixo aqui uma imagem duma multidão em Salzburgo, terra em que Mozart nasceu e residiu até aos 25 anos. Estariam mais a fazer turismo do que compras mas, para o efeito de ver muita gente concentrada, será adequada.
Para quem ficou cansado de ver tanta gente deixo aqui três fotos à beira do rio Tejo, em que a ausência de vento deixou a superfície da água como um espelho.
A última talvez seja excessivamente simples mas talvez seja boa para uma pessoa se concentrar em nada.
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