2024-07-12

A Entrevista da Procuradora Geral da República Lucília Gago

 

Tenho lido nos jornais e visto comentários criticando justamente as considerações da Procuradora na entrevista concedida na passada 2ªfeira na RTP, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves.

Confirmou a impressão péssima que formara a seu respeito, que se sentia irresponsável pelas consequências dos seus actos e que era incompetente pela falta de seguimento e orientação das actividades dos procuradores que trabalhavam sob a sua hierarquia, justificando indirectamente as características consideradas desejáveis para a pessoa sua sucessora pela actual ministra da Justiça: liderança e comunicação.

Dos posts recentes que tenho lido destaco "A entrevista" de José Meireles Graça no Delito de Opinião.

Constatei que nunca dediquei um post a esta Procuradora, talvez por ela ser tão renitente a fazer comunicações, ou talvez por mal entendida caridade cristã, mas comentei a actuação do MP (Ministério Público), que ela deveria ter conduzido, nestes posts:

- Custe o que Custar, de 27/Nov/2023

comparando o MP com as instituições que seguem o lema "custe o que custar", semelhantes aos comportamentos dos monarcas absolutos ou de líderes de regimes autoritários. Tem também uma citação longa de texto de Miguel Sousa Tavares sobre a intervenção do MP em 7/Nov/2024;

- Destruição do Ministério Público, de 15/Dez/2023 que cito integralmente:

"Se, como diz a Procuradora Geral da República "há quem queira menorizar, descredibilizar ou destruir o Ministério Público" este deverá iniciar uma investigação sobre os suspeitos e deverá revelar publicamente os nomes dos suspeitos que está a investigar, para não correr o risco de ser acusado de os estar a proteger.";

- Trio da União Europeia, de 1/Jul/2024 de que destaco:

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 António Costa era um ex-primeiro ministro actualmente "desempregado" e com um inquérito em curso a decorrer pelo inefável MP (Ministério Público) de Portugal cuja Procuradora, alegadamente receosa de ser censurada no futuro de tentar proteger o primeiro-ministro de Portugal, decidiu tornar pública a existência desse inquérito considerando assim mais importante a sua segurança profissional do que a governação do país. Felizmente os políticos europeus desvalorizaram a existência do inquérito do MP de Potugal. Na sua coluna do jornal Expresso de 28/Jun/2024 Luís Aguiar-Conraria considera que os políticos portugueses deveriam seguir o exemplo dos políticos europeus e passar a ignorar as fugas ao segredo de justiça tornando pública a existência de inquéritos enquanto o MP não solicitasse ao político a prestação de esclarecimentos sobre factos concretos, enquanto não houverem alterações substanciais pondo ordem na casa do MP.

».

 

Ao falar sobre estes assuntos voltou a aparecer a tese que António Costa se demitira não por causa do famoso parágrafo mas por causa dos 78500€ encontrados em envelopes dentro de livros no gabinete do seu colaborador Vítor Escária.

Poderia acontececr que na ausência do fatídico parágrafo António Costa se demitisse por causa desta detecção da busca feita no gabinete de Vítor Escária mas, conforme referido em várias fontes (por exemplo no texto acima referido de Miguel Sousa Tavares), a demissão ocorreu antes da detecção dos 78500€ conforme referido no jornal O Público" de 9/Nov/2023 que passo a citar, com link para o sítio do Público

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Escondidos em livros estavam 75.800 euros em dinheiro no gabinete de Vítor Escária

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As buscas ao escritório do chefe de gabinete do primeiro-ministro, António Costa, foram realizadas na tarde de terça-feira, tendo começado enquanto o primeiro-ministro fazia a declaração ao país anunciando ter pedido a demissão ao Presidente da República. A equipa de investigação esteve no Palácio de São Bento deste as 14h de terça-feira até depois da hora do jantar.

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1 comentário:

João Brisson disse...

A este propósito recomendo o artigo de Miguel Sousa Tavares no expresso de hoje (12 julho 2024)