Há mais de 2 meses que não publico posts sobre a guerra entre o Estado de Israel e os Palestinos, com maior incidência no território de Gaza, de onde partiu um ataque terrorista hediondo em 7/Out/2023, causando cerca de 1200 mortes, talvez 900 civis e 300 militares e 200 reféns levados para Gaza, organizado pelo HAMAS, grupo político-militar que geria o território de Gaza desde as eleições de Jan/2006 que ganhou à Fatah com 42,9% dos votos e 56% dos deputados. Desde 2006 não se realizaram mais eleições na faixa de Gaza.
Desde esses 2 meses tenho acompanhado com consternação os ataques do exército de Israel à faixa de Gaza, distanciando-me cada vez mais da actuação do Estado de Israel pelo qual tive em tempos grande consideração.
O que está a acontecer em Gaza, no contexto do indiscutível direito do Estado de Israel a se defender de ataques de que foi vítima, é completamente desproporcional pelas seguintes razões:
- causou mais de 30000 vítimas mortais e naturalmente maior número de feridos, resultantes dos bombardeamentos massivos sobre todo o território destruindo mais de 50% dos edifícios;
- cortou de forma permanente o abastecimento de água, electricidade, combustível;
- bloqueou a entrada de alimentos e medicamentos quer a partir de Israel quer do próprio Egipto;
- bombardeou hospitais deixando dois terços inactivos e os restantes sem capacidade de realizar cirurgias, com poucos medicamentos e sem analgésicos;
- invadiu hospitais e recentemente maltratou médicos dum hospital como descrito nesta reportagem da BBC e nesta referência também da BBC a pedido de informação do ministro dos negócios estrangeiros David Cameron;
- bombardeou escolas e instalações da UNRWA (humanitários da ONU);
Mostro a seguir uma figura da BBC Verify sobre a destruição da faixa de Gaza pelo exército de Israel
e outra, em que gerei um ficheiro .GIF (https://ezgif.com/maker) com dois instantâneos dum video do mesmo sítio da BBC, sobre a dinamitação dos edifícios da Universidade Israa(Palestina) ( )
O que se está a passar em Gaza trata-se de limpeza étnica, uma prática reiterada do Estado de Israel desde a sua criação, com aspectos de início de genocídio.
Deixei de acreditar nos comunicados do exército de Israel bem como do seu Governo.
1 comentário:
A evolução da minha posição em relação ao Governo de Israel é exatamente igual à sua. Depois da indignação pelo ataque do Hamas, sem qualquer justificação do ponto de vista humano, e mesmo como estratégia de luta contra Israel, também não encontro nenhuma razão para a destruição total de Gaza pelo exército israelita, invocando o direito da legítima defesa. Para mim, a posição do atual Governo de Israel, dominado pelos religiosos fundamentalistas, não é a destruição do Hamas mas a expulsão de todos os palestinianos de Gaza e da Cisjordânia. Como isto vai acabar, não sei. Com eleições em Israel, talvez a situação se resolvesse, mas enquanto houver guerra, não há eleições.
Luís Lucena
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