Noutro dia em casa de amigos vi uma espécie de estante cujas prateleiras estavam a ser usadas para guardar livros em posição horizontal.
Quando cheguei a casa fui à procura duma imagem que me lembrava de ter visto com uma forma semelhante, embora sem qualquer livro.
Constatei agora que vi pela primeira vez o objecto paralelipipédico aqui à direita quando passei por um pequeno artigo da Revista New Yorker de 2/Março/2020 referindo uma exposição retrospectiva no MOMA (Museum Of Modern Art) sobre as obras de Donald Judd, um designer, arquitecto e artista, que não gostava que as suas obras fossem consideradas esculturas mas apenas "boxy objects" que traduzi por "objectos paralelipipédicos".
Neste caso a transformação do substantivo "box" (caixa) no adjectivo "boxy" (em forma de caixa) não me pareceu simples de fazer em português partindo da palavra "caixa"pelo que optei pelo "paralelipipédico", adjectivo vindo de paralelipípedo.
Na Wikipédia citam uma frase de Donald Judd sobre a importância da escala, e da funcionalidade nas obras de arte e no mobiliário
"The configuration and the scale of art cannot be transposed into furniture and architecture. The intent of art is different from that of the latter, which must be functional. If a chair or a building is not functional, if it appears to be only art, it is ridiculous. The art of a chair is not its resemblance to art, but is partly its reasonableness, usefulness and scale as a chair ... A work of art exists as itself; a chair exists as a chair itself."
Aqui à esquerda mostro uma fotografia do autor ao pé da obra que mostrei acima e que tem o título "Untitled", que vi na revista "Designweek"em princípio gastou este título e não o usou em mais obras.
Nas imagens disponíveis na net aparece esta obra em cores diferentes e por vezes com partes do objecto umas vezes opacas, outras vezes transparentes.
Neste artigo da artnews.com "Why Is Donald Judd Considered a Sculptor?" de Abril/2020 fazem considerações sobre a vida e obra deste artista, a propósito da exposição acima referida no MOMA. Nos vários aristas referidos neste artigo constatei referência a Frank Stella de quem mostrei quadros em breve post de Fevereiro de 2012.
2 comentários:
Discordo do parágrafo em inglês do artista. A arquitetura deve sempre ser arte e, para além disso, ser funcional, nem que seja funcional qb... Acho até muito estranho que um artista diga isso. É por isso que a arquitetura é uma arte desafiante, mas há inúmeros exemplos de quem consegue os dois objetivos e torna as cidades mais bonitas e humanas.
Olá Zé.
Engraçado o conceito e eventualmente útil.
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