Na sequência de carta endereçada pelo Secretário-Geral da ONU António Guterres, convocando reunião do Conselho de Segurança da ONU, invocando pela primeira vez no seu mandato o artigo 99º da Carta da ONU, que lhe dá essa prerrogativa quando existem situações que ponham em perigo a Segurança e a Paz internacional, os Emiratos Àrabes Unidos apresentaram na reunião de 8/Dezembro/2023 uma Proposta de Resolução exigindo um cessar-fogo imediato da guerra de gaza a Istael e ao Hamas e a entrega de reféns.
A proposta era subscrita por mais 97 estados e teve o voto favorável de 13 dos 15 estados actualmente membros do Conselho,
- a abstenção do Reino Unido por a proposta não condenar a agressão terrorista do Hamas de 7/Out/2023 mas fazendo entre outras estas declarações:
"The sheer scale of civilians killed in Gaza is shocking.
The fact that 80% of the population has been displaced cannot continue.
The UK supports Israel’s right to defend itself against Hamas, but Israel must be targeted and precise in its actions."
- o veto contra dos EUA pela omissão de condenação do 7/Out e por o cessar-fogo impedir o objectivo da destruição do Hamas, acompanhando estes motivos de "votos piedosos" de protecção dos civis de Gaza que qté agora não têm tido eficácia. Em inglês "votos piedosos" podem ser traduzidos por "lip service".
Noto que, a alegada interdição pelo Hamas do deslocamento dos civis em Gaza para as alegadas zonas seguras, não justifica a carnificina que se tem observado em Gaza, perante a declaração da embaixadora do Reino Unido do facto de 80% da população de Gaza estar deslocada.
Nesta notícia da circunspecta e tendencialmente neutra BBC "Bowen: US uses veto but pressure for Gaza ceasefire is building" surpreendeu-me esta frase:
"The Israeli government detests the UN and they detest the secretary general. "
Até fui verificar em dicionários se "detest" seria um "falso amigo" mas não, significa mesmo "detestar".
1 comentário:
É uma pena o Secretário da ONU e a própria ONU seja meramente consultiva ou antes "Decorativa" apesar de ter outras organização paralelas essenciais como a FAO, OMS, etc.
No que toca à parte politica e militar pouco pode fazer além de promover o diálogo.
Em 75 anos de sucessivos guerras, colonatos que não são mais que ocupações ilegais, em que o mundo assobiou para o lado esperamos que por milagre as coisas se pudessem resolver...só por milagres!
Ódios de morte...interlocutores cheios de raiva e uma desproporção de forças brutal.
Israel pode destruir e arrasar a faixa de Gaza, mas depois vem a guerrilha...Solução militar até pode haver mas sem acordo politico.
Será que há alguém capaz de convencer os palestinianos das boas intenções de Israel? Será que há no governo de Israel quem se convença da real vontade de paz por parte do Hamas?
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