2014-01-28

Spam, audiências e a cópia de produtos industriais


No final do ano passado fiz um post sobre a cadeira Cimitarra que volto a mostrar aqui ao lado. Há muito tempo fiz umas considerações sobre audiências e a sua importância para publicar um blogue. Embora considere importante ter audiência, talvez devido ao facto de não existir publicidade no blogue não sinto uma pressão forte para aumentar a audiência, correndo assim o risco de ser comparado à raposa da fábula em que esta dizia que as uvas, que estavam muito altas para serem alcançadas, não prestavam por ainda estarem verdes.

Às vezes parece-me detectar uma correlação entre o que faço no blogue e o aumento ou diminuição do número de visitantes mas tenho ideias apenas incipientes sobre este assunto. Também estou longe de perceber o que suscita comentários spam, cuja existência se deve apenas à pretensão de publicitar sítios da internet.

Neste blogue escrito em português é fácil detectar spam, mais de 90% das mensagens apontando para produtos farmacêuticos ou outros sites a despropósito vêm escritas em inglês o que, sendo possível, pois pode haver pessoas que saibam ler português mas tenham dificuldade em escrevê-lo como acontece com um amigo espanhol que comenta alguns posts aqui, é pouco plausível visto que ainda não me apareceu nenhum comentário em inglês que não fosse spam.

Os dois comentários iniciais ao post sobre a cadeira Cimitarra acima referido foram classificados pelo blogger como spam mas eu desmarquei-os dessa categoria. Embora refiram produtores asiáticos da cadeira objecto do post, essa referência é claramente a propósito.

Os comentários apareceram menos de um dia depois da publicação do post e um deles em português, enquanto o segundo se limita a indicar outro site. Ambos os comentários indicam produtores chineses e embora não refiram preços e um dos fornecedores seja grossista, tenho a impressão que os preços chineses serão muito menores do que os dinamarqueses. A internet está a ser pesquisada de forma maciça e sistemática pois caso contrário não se perceberia como uma referência breve a uma cadeira é logo detectada por um fabricante chinês.

Tenho sentimentos contraditórios em relação aos preços altos da Dinamarca. Por um lado parecem remunerar generosamente quem faz produtos lindíssimos, o que é melhor do que premiar os magos da finança. Por outro lado os preços são tão estratosféricos que uma pessoa não percebe porque precisam de tanto dinheiro e suspeita que estão a explorar o gosto pela exclusividade do produto.

Em relação à alegada contrafacção chinesa tenho também sentimentos contraditórios. O mundo ocidental não teve grandes escrúpulos em copiar métodos de fabrico da porcelana chinesa, quando na China se faziam produtos de alta qualidade que os ocidentais se esforçavam por igualar.

Termino mostrando uma reprodução de um vaso chinês de porcelana, reprodução realizada com papel pintado, provavelmente para melhorar o contraste, colado sobre seda dourada, colocada por sua vez sobre seda azul escura decorada com bordados dourados representando flores e dragões.



Tentarei falar sobre este vaso numa proxima oportunidade.

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