Noutro dia passei por um artigo da BBC sobre reparação de cabos submarinos de telecomunicações ligados a África e faço aqui um pequeno resumo.
Ingenuamente pensei que poderia fazer antes “uma pequena introdução” ao desenvolvimento das telecomunicações mas cedo me apercebi que é tema para um livro bastante grosso.
Limito-me assim a dar notícia do TAT-8, o primeiro cabo transatlântico com fibra óptica entre os continentes da América e da Europa, em serviço de 1988 a 2002 para serviço telefónico, suportando um máximo de 40000 chamadas telefónicas simultâneas num canal transmitindo 280 Mbits/s e comemorado nesta placa que encontrei em https://ethw.org/File:TAT-8-Plaque.png
Para ficar com uma ideia gráfica da quantidade de cabos submarinos com fibras ópticas em serviço em 2022, 486 cabos ligando 1306 pontos de amarração, encontrei o mapa seguinte neste sítio da Telegeography patrocinado pela telecomegypt.
Regressando ao artigo da BBC mostro agora os cabos submarinos de telecomunicações, todos de fibras ópticas, que ligam países africanos entre si e a África ao resto do mundo
Nota-se que alguns países têm apenas uma ligação deste tipo. Quando essa ligação falha boa parte dos cidadãos fica limitada à rede de internet nacional, as outras vias de acesso ao exterior, como por exemplo via satélite, não estarão disponíveis para o cidadão comum.Quando um cabo submarino deixa de funcionar e o defeito é localizado a profundidade superior a 50m, limiar da zona que não pode ser tratada por mergulhadores com escafandro autónomo, em África é normalmente solicitada a intervenção do navio Léon Thevenin, cujo nome é uma homenagem ao engenheiro francês Léon Charles Thévenin, baseado na cidade do Cabo e especializado na instalação e reparação de cabos submarinos de telecomunicações.
Uma vez localizada a zona do defeito é colocado na água um robot submarino pesando 9 toneladas cujo volume deslocará aproximadamente 9 metros cúbicos para flutuar quando submerso...
A profundidade máxima da intervenção é 5000m e o robot é operado remotamente. Localizado o defeito no cabo o robot corta este, atando um cabo a cada uma das partes separadas pelo corte (ou ata primeiro e corta depois…) cabos esses que trazem as duas partes do cabo submarino até à superfície.
Cada uma das partes é então preparada para ser reunida à outra nestas instalações do navio
e a certa altura uma das extremidades do cabo terá este aspecto:
Ao longo da minha vida passei da quase impossibilidade de fazer chamadas intercontinentais a uma altura em que eram caríssimas para finalmente com uma assinatura de serviço de telemóvel poder fazer chamadas e mesmo vídeochamadas gratuitas para quase qualquer parte do mundo!
Mas para isso ser possível é preciso, entre muitas outras coisas, que existam navios e equipamentos como os que eu acabo de referir.
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