Em Dezembro/2011 (o tempo voa) publiquei este post sobre um homem-objecto que tinha visto em Nova Iorque com esta foto
Tratava-se duma campanha publicitária da empresa Abercrombie & Fitch cujo nome na altura omiti, por não sentir empatia com o tipo de campanha.
No seguimento duma investigação da BBC sobre abusos sobre modelos masculinos das confecções desta firma o ex-CEO Mike Jeffries actualmente com 80 anos (ocupou o cargo desde 1992 a 2014) e cúmplices foram detidos e acusados de gerirem um negócio internacional de prostituição e tráfico sexual. Obtive esta informação neste artigo da BBC.
Constato que a justiça americana, à semelhança da portuguesa, também tem dificuldade em acusar gestores financeiramente bem sucedidos de empresas importantes, neste caso apenas conseguiu acusá-lo 10 anos depois de ter saído da empresa após resultados financeiros desastrosos. Seguir-se-á uma coreografia de recursos mais ou menos demorada e, como dizia o jornal El País a propósito do caso Oliveira e Costa do banco BPN em Portugal, eu parafraseando digo que nos EUA os ricos que cometem crimes vão para a prisão, desde que tenham boa saúde.
Outra notícia da BBC que me chocou foi a descoberta de que o homem de negócios egípcio Mohamed Al Fayed (1929-2023), que foi dono dos famosos armazéns Harrods em Londres, desde 1985 até 2010, assediou sexualmente e por vezes violou mais de uma centena de mulheres empregadas no Harrods.
Neste caso o poder do homem era tal que só depois de morto as vítimas sentiram que poderiam apresentar queixa sem sofrer represálias.
Trata-se nestes dois casos dum resultado indirecto da enorme desigualdade de distribuição de riqueza que se tem vindo a acentuar no mundo ocidental, tornando os sistemas judiciais impotentes para impor o primado da lei aos super-ricos .
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