Na sequência da situação resolvida mas não completamente satisfatória descrita no post anterior sobre a tendência de uma andorinha em usar este candeeiro
como suporte para construir um ninho, comecei por visitar o LeroyMerlin de Portimão para ver se encontrava algum candeeiro de parede que me agradasse, respeitando alguma tradição no desenho do mesmo, mas sem sucesso.
Talvez inspirado por um conjunto de aparelhos informáticos expostos no Corte Inglês de Lisboa, com o aspecto de uma impressora mas que em vez de impressões em papel ou em 3D se dedicavam a cortar papel e outros materiais, com dimensões parecidas às impressoras comuns, pensei que seria viável usar uma máquina desse tipo para cortar um material fléxível e opaco, preferivelmente de cor branca que substituísse o gesso deste candeeiro.
Antes de contemplar a aquisição duma máquina dessas pensei que deveria fazer previamente um protótipo em cartão para verificar a viabilidade do projecto.
Para esta situação, em que existe um tecto a proteger o candeeiro da chuva, o topo do candeeiro, que poderia também evitar que parte da luz se perdesse para o céu, pode neste caso ser substituído com vantagem pelo alpendre existente. Resumindo, o novo candeeiro não precisará de tecto próprio.
Por outro lado, qual será a função da base existente? Se a fonte de luz estiver no topo ou mesmo no meio do candeeiro, apenas será visível directamente muito próximo da parede e a olhar numa direcção quase vertical, pelo que também será dispensável.
Fiquei a pensar que estes candeeiros, se bem que relativamente artesanais (apenas na construção do molde porque depois seriam produzidos em série) não fazem sentido para proteger a vista da luz de uma vela, dada a sua fraca intensidade luminosa que não precisa de ser protegida para não encandear. Os candeeiros antigos a petróleo protegiam a chama saindo duma torcida textil embebida no petróleo mas a luz da torcida a arder precisava mais de um vidro que a protegesse das correntes de ar e deixasse passar toda a pouca luz que produziam do que de algo opaco ou opalino para evitar encandeamentos.
Em Portugal o gás canalizado foi usado para a iluminação pública mas nas casas particulares com gás canalizado este dedicava-se a alimentar o fogão e o esquentador e não candeeiros. Existiam candeeiros funcionando a parafina sob forma gasosa, chamavam-se “Petromax”, o depósito do gás sob pressão era guardado num recipiente metálico sobre o qual estava montado um vidro, protegendo a fonte luminosa, muito mais intensa do que os candeeiros a petróleo mas foram usados como estes, sem protecção para eventual encandeamento.
Resumindo, constato que estes equipamentos de parede para proteger a lâmpada de vandalismos, da chuva e de encandear o próximo terão sido usados pela primeira vez com lâmpadas eléctricas, sendo os buracos que deixam passar a luz possivelmente inspirados nos buracos que deixam passar o fumo das chaminés algarvias.
Uma parte da luz que sai destes candeeiros é luz reflectida pela parede a que estão fixados. Pensei em usar um arranjo geométrico mais delicado do que o mostrado na primeira figura deste post, como por exemplo um padrão baseado nesta janela de Isfahan que referi neste post
com uma estrutura de madeira que modera a quantidade de raios de sol que conseguem entrar através dela, mas não queria uma cópia idêntica.
O padrão mais repetitivo que referi noutro post ( )
dar-me-ia imenso trabalho a cortar manualmente todos os “orifícios” de cor preta e este padrão seguinte, resultado dum enquadramento intermédio mostrado no mesmo post
seria uma solução possível..
O candeeiro na foto inicial deste post tem uma largura de 17cm. Se considerarmos que o candeeiro será composto por uma superfície semi-cilíndrica de espessura menor ou igual a 1mm ao planificarmos o semi-cilindro obteremos π x 17/2= 26,7cm.
A partir dos gráficos do Excel enquadrei esta figura e imprimi-a numa folha A4. As margens necessárias na impressora laser fizeram que o desenho acima tenha 25,2cm. Quando dobrado para ficar um semi-cilindro o seu diâmetro foi 16cm, comparando bem com os 17cm do candeeiro existente. A altura do desenho é 19cm.
Fixei a folha A4 impressa a uma cartolina branca com fita cola e pacientemente com um x-acto cortei todos os numerosos quadriláteros existentes. Separei a folha de papel da cartolina, dobrei-a no fim dos bordos direito e esquerdo. Pensando dar mais solidez ao objecto, talvez também para simplificar o protótipo, ao colocar a folha A4 sobre a cartolina deixei uma margem de 2cm em baixo e 10,5cm em cima. Agrafei “réguas de cartolina” nas traseiras do candeeiro. O protótipo de candeeiro às 3 da tarde de 18/Julho ficou com este aspecto
Como este post já vai longo deixarei mais considerações para um post futuro.
2 comentários:
Buen trabajo. Si señor.
Na próxima 5a feira vamos analisar nolocal o dito protótipo!
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