2023-02-20

Exposição na Gulbenkian "Faraós Superstars"

 

A exposição na Gulbenkian "Faraós Superstars" deve encerrar em 6/Mar/2023. Visitei-a no início, em Nov/2022 e como já falei no meu fascínio pela civilização egípcia no post "A naturalização dos costumes e a civilização egípcia" passo logo a mostrar umas fotos que tirei na altura.

Começo por mostrar a mais famosa, uma reprodução em cerâmica esmaltada da máscara funerária do faraó Tutankamon


cujo sarcófago fotografei desajeitadamente no museu do Cairo, num episódio que relatei noutro post.

Depois fotografei este baixo-relevo

 

que julgo mostrar o rei Téti oferecendo flores a Osiris há mais de 3000 anos, e mais este

do qual não retive a legenda mas que acho muito  delicado.

 

Gostei também desta estátua de madeira ao lado, que julgo representar a rainha Nofretari (ou Nefertari na terminologia inglesa), esposa principal do faraó Ramsés II, cuja representação pictórica tomei a liberdade de alterar no post "Padrões fixos na pintura egípcia", desenhando o olho como visto de perfil em vez de visto de frente, como era c ostume nas pinturas egípcias e que mostro a segui também aqui:


 Depois gostei desta escultura representando a rainha Cleópatra do Egipto, feita por Henri Ducommun du Locle (1804-1884), um bronze feito em França em 1852-53, vista de frente

 

e também de trás

a que acrescento a legenda  

 que me parece terminar numa observação inadequada, que passo a citar:

"...,na qual se misturam erotismo machista e exotismo colonialista." (em português) e "...,blending sexist eroticism with colonialist exoticism."  (em inglês).

Trata-se de uma representação em meados do século XIX, em estilo neoclássico, inspirado nas estátuas greco-romanas, tendo Cleópatra reinado no Egipto no período helenístico,de grande influência grega e desfilado em Roma. Trata-se de uma mulher representada quase nua, acontecia o mesmo nas representações de homens, não vejo porque merece a classificação de sexista ou de machista.

Por outro lado trata-se de uma representação do Egipto, um local onde existiram civilizações sucessivas, na época em que a escultura foi feita (1852-53) era governado por um vice-rei nomeado pelos otomanos, era então uma parte do império otomano, não sendo uma colónia de nenhum país ocidental.

Gostei ainda desta escultura

acompanhada pela legenda aqui ao lado, onde se constata que foi feita por Mahmoud Mokhtar (1891-1934) no Cairo em 1929.


 

 

Notei afinidades com as esculturas art-deco da época, designadamente com " A Primavera: Homenagem a Jean Goujon por Alfred-Auguste Janniot" , que faz parte da colecção permanente da Fundação Calouste Gulbenkian e que aí fotografei em tempos (5/Mar/2020)


Na exposição estava ainda uma obra da Joana Vasconcelos em que uma abelha de Rafael Bordalo Pinheiro fora revestida por um crochet açoriano. Como não tenho o catálogo da exposição não percebi a razão para a sua inclusão nesta exposição dedicada aos faraós, seria o ferrão da vespa ou da abelha que dói como a mordida da serpente que picou a Cleópatra?

 Como gostei da obra aqui segue a última foto deste post:


Adenda: entretanto um amigo espanhol enviou-me um artigo duma revista espanhola online gratuita (Egiptologia 2.0 - Nº15 (Abril 2019) que pode ser descarregada (88MB) 

Nela existem 3 páginas que podem ser vistas num pdf aqui, onde Marta Pérez Torres explica que as abelhas para os antigos egípcios eram lágrimas de Ra, o deus Sol, sendo altamente consideradas e com forte ligação ao faraó, o que explicará a presença desta obra na exposição.

Entre muitas aplicações o mel era usado para sarar feridas pelas suas propriedades antibacterianas

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