2008-10-16

Padrões fixos na pintura egípcia


No libreto da exposição da Gulbenkian de que falei no post anterior refere que os frescos do túmulo de Nofretari no Vale das Rainhas ao pé de Luxor foram realizados no século XIII AC e constituem o mais extraordinário exemplo de pintura mural da civilização egípcia que chegou até nós.

Na figura ao lado, obtida por um “scan” do libreto referido, é representada Nofretari oferecendo 4 tecidos, representados por YY invertidos, ao deus Ptah, mumificado e com a carne de cor verde que era a cor da ressureição.

As pinturas egípcias têm um estilo que as identifica com facilidade. Só há pouco tempo me apercebi (e foi por ter lido...) que uma das características mais marcantes é a representação sistemática das pessoas de perfil mas apresentando o olho visível sempre como se estivesse de frente.

Dadas as representações escultóricas bastante realistas que os egípcios nos deixaram, esta falta de realismo das pinturas (e dos baixos relevos) só podia ser propositada. Possivelmente consideravam que uma vez que a representação plana da realidade seria sempre incompleta deixavam o realismo para as esculturas, usando regras bastante rígidas nas representações pictóricas.

Foi essa rigidez que me apeteceu quebrar, representando também o olho de perfil, embora tenha caído numa representação mais convencional, sob o ponto de vista ocidental.





Na pintura ocidental este tipo de representação, em que duas vistas de perspectivas diferentes são apresentadas numa mesma imagem, só voltou a aparecer nas figuras cubistas de Picasso.

3 comentários:

Helena Araújo disse...

E não é que de repente os egípcios antigos ficam muito mais humanos?...

Cláudia S. disse...

Picasso e seu cubismo agora não me parecem nada inovadores...

Regina disse...

essas pinturas egípcios estão se destacando cada vez mais!!!!!