2022-03-13

O fabuloso grupo gerador de energia nuclear Olkiluoto 3 em Eurajoki, Finlândia



Entrou finalmente em serviço neste dia 12 de Março de 2022 o terceiro grupo da central nuclear Olkiluoto em Eurajoki na Finlândia. Mostro a seguir uma foto da central em 2015.

 



Trata-se do novo grupo gerador de energia nuclear, com a potência de 1600MW, referido por Patrick Monteiro de Barros e Pedro Sampaio Nunes como um projecto bem sucedido e promissor para Portugal.

Num post de 2018-06-28 a propósito de Rendas Excessivas transcrevi um artigo do jornal Público de 22 de Fevereiro de 2006 em que se referia que “O empresário apresentou em Junho do ano passado um projecto de construção de uma central nuclear em Portugal com um investimento de 3,5 mil milhões de euros.”

O projecto adjudicado pela companhia TVO (Teollisuuden Voima Oyj ) em 2003 com data de conclusão prevista em 2009 sofreu portanto 13 anos de atraso, demorando mais do que o triplo da previsão inicial, 19 anos em vez de 6. O governo finlandês autorizou em 2010 um 4º grupo, tendo expirado essa autorização sem ela ter sido usada.

Agora que chegámos ao fim do jogo podemos prognosticar com certeza que se tratou dum enorme fiasco técnico-económico.

Continuo sem perceber como continuam a existir pessoas, em países sem armamento nuclear, que advogam a adopção desta tecnologia, que tem provado vezes sem conta precisar de apoios enormes dos Estados na construção, nas garantias dos empréstimos dos investimentos e nas indemnizações dos desastres que provocam uma vez que, embora sejam muito seguras, têm a capacidade de gerar acidentes de impacto incomparavelmente maior do que qualquer outra tecnologia de geração de energia eléctrica, como tivemos a possibilidade de constatar em Tchernobyl e em Fukushima, além de deixarem aos nossos filhos e netos, como parte da herança, uns resíduos radioactivos com tempo médio de vida maior do que dezenas de milhar de anos.


1 comentário:

A. Leite Garcia disse...

Manifesto o meu apoio aos comentários apresentados. Comentários que, embora com reservas quanto ao referido e vergonhoso fracasso tecnico-económico, considero extensivos para as centrais nucleares de quarta-geração atualmente em promoção.