2018-01-10

Sapiens, Parte II : A Revolução Agrícola


(Parte I em post anterior)

Depois de durante milhões de anos os seres humanos terem vivido como caçadores-colectores o homo sapiens iniciou há cerca de 10000 anos a revolução agrícola, passando a cultivar plantas e domesticar animais.

Este novo tipo de vida foi iniciado de forma independente em sete ou mais regiões localizadas em vários continentes, sobretudo devido à existência de espécies vegetais e animais adequadas para o efeito.

O autor tem muitas reservas sobre a real vantagem da qualidade de vida do agricultor em relação à do caçador-colector. Se bem que as comunidades de caçadores-colectores tivessem os seus problemas, designadamente na incapacidade de apoiar crianças frágeis ou idosos dependentes, não estavam expostas a epidemias dada a sua baixa densidade, nem eram tão vulneráveis a catástrofes naturais como secas ou inundações pois quando faltava um tipo de alimento costumava ser possível encontrar alternativas. E não era preciso trabalhar tanto!

A principal vantagem (ou característica) da agricultura foi tornar viável um enorme aumento da população, por volta de 10000 AC a Terra seria habitada por 5 a 8 milhões de recolectores nómadas. No primeiro século depois de Cristo existiriam 1 a 2 milhões de recolectores mas 250 milhões de agricultores.

A possibilidade de um agricultor produzir mais do que consumia possibilitou o aparecimento de maiores desigualdades, a maior especialização em actividades produtivas não agrícolas, o desenvolvimento do comércio, de produtos luxuosos e a formação de grandes exércitos. E também de grandes cidades.

Para tudo isto é necessário criar uma ordem imaginada da sociedade, de que o Código de Hamurabi é um exemplo.

Vi primeiro esta imagem neste artigo da BBC

 A.Layard ( – Palácios de Assurbanípal (668-627 AC)

em que falava das descobertas arqueológicas do império assírio no século XIX e das ameaças do Daesh à sobrevivência de algumas delas. No sítio da Khan Academy esta imagem aparece aqui sendo considerada fantasiosa e influenciada pelos conhecimentos que existiam da arquitectura Greco-Romana.

Mesmo assim a imagem dá ideia de uma aglomeração imensa de seres humanos, nesta altura a viverem em habitações cuja arquitectura monumental não favorecia a família nuclear mais comum nos nossos dias. Tudo isto foi tornado possível pelos excedentes dos produtores agrícolas.

É por esta altura que aparece a escrita, inicialmente como forma de registo de quantidades, sobretudo para cobrar impostos.

É ainda nesta parte do livro que são descritas as diversas injustiças que têm ocorrido nas sociedades humanas desde a revolução agrícola, tais como as classes, as castas, o racismo, a opressão da mulher, a escravatura, etc.,  bem como as várias teorias antropológicas que explicam em parte o seu aparecimento.

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