(Parte I em post anterior)
Depois de durante milhões de anos os seres humanos terem vivido como caçadores-colectores o homo sapiens iniciou há cerca de 10000 anos a revolução agrícola, passando a cultivar plantas e domesticar animais.
Este novo tipo de vida foi iniciado de forma independente em sete ou mais regiões localizadas em vários continentes, sobretudo devido à existência de espécies vegetais e animais adequadas para o efeito.
O autor tem muitas reservas sobre a real vantagem da qualidade de vida do agricultor em relação à do caçador-colector. Se bem que as comunidades de caçadores-colectores tivessem os seus problemas, designadamente na incapacidade de apoiar crianças frágeis ou idosos dependentes, não estavam expostas a epidemias dada a sua baixa densidade, nem eram tão vulneráveis a catástrofes naturais como secas ou inundações pois quando faltava um tipo de alimento costumava ser possível encontrar alternativas. E não era preciso trabalhar tanto!
A principal vantagem (ou característica) da agricultura foi tornar viável um enorme aumento da população, por volta de 10000 AC a Terra seria habitada por 5 a 8 milhões de recolectores nómadas. No primeiro século depois de Cristo existiriam 1 a 2 milhões de recolectores mas 250 milhões de agricultores.
A possibilidade de um agricultor produzir mais do que consumia possibilitou o aparecimento de maiores desigualdades, a maior especialização em actividades produtivas não agrícolas, o desenvolvimento do comércio, de produtos luxuosos e a formação de grandes exércitos. E também de grandes cidades.
Para tudo isto é necessário criar uma ordem imaginada da sociedade, de que o Código de Hamurabi é um exemplo.
Vi primeiro esta imagem neste artigo da BBC
A.Layard ( – Palácios de Assurbanípal (668-627 AC)
em que falava das descobertas arqueológicas do império assírio no século XIX e das ameaças do Daesh à sobrevivência de algumas delas. No sítio da Khan Academy esta imagem aparece aqui sendo considerada fantasiosa e influenciada pelos conhecimentos que existiam da arquitectura Greco-Romana.
Mesmo assim a imagem dá ideia de uma aglomeração imensa de seres humanos, nesta altura a viverem em habitações cuja arquitectura monumental não favorecia a família nuclear mais comum nos nossos dias. Tudo isto foi tornado possível pelos excedentes dos produtores agrícolas.
É por esta altura que aparece a escrita, inicialmente como forma de registo de quantidades, sobretudo para cobrar impostos.
É ainda nesta parte do livro que são descritas as diversas injustiças que têm ocorrido nas sociedades humanas desde a revolução agrícola, tais como as classes, as castas, o racismo, a opressão da mulher, a escravatura, etc., bem como as várias teorias antropológicas que explicam em parte o seu aparecimento.
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