(Parte I, Parte II e Parte III em posts anteriores)
Os subtítulos desta parte são eloquentes:
- A Descoberta da Ignorância
- O casamento entre a Ciência e o Império
- O Credo Capitalista
- As Engrenagens da Indústria
- Uma Revolução Permanente
- E Viveram felizes para sempre
- O Fim do Homo sapiens
Esta parte começa muito bem chamando a atenção para a “Descoberta da Ignorância” como um dos factores mais importantes para o arranque da revolução científica que teve lugar nos últimos 500 anos. De facto “as tradições de conhecimento pré-modernas como o islão, o cristianismo, o budismo e o confucionismo garantiam que tudo o que era importante saber sobre o mundo já era conhecido”, designadamente através dos livros sagrados, e o que lá não constava acabava por ser irrelevante. Depois a importância do tratamento quantitativo dos fenómenos e do uso da matemática. Finalmente o conceito de que qualquer teoria científica pode ser posta em causa pela descoberta de novos fenómenos ou de melhores teorias.
Em 1500 existiam 500 milhões de Homo sapiens no planeta. Hoje existem 7000 milhões, 14 vezes mais. Em 1500 o consumo de energia per capita seriam 26kcal/dia. Actualmente serão 230kcal/dia, o consumo/capita aumentou 8,8 vezes. Como existem 14 vezes mais habitantes o consumo de energia diário de toda a população humana aumentou nestes 500 anos cerca de 124 vezes.
O autor refere várias explicações para a expansão mundial dos impérios europeus e o seu predomínio sobre a Ásia estabelecido entre 1750 e 1850, da importância do conhecimento científico para a superioridade industrial e militar da Europa e da importância do credo capitalista na expansão da actividade económica.
Nas Engrenagens da Indústria a ética capitalista e consumista é assim resumida: “Enquanto na Europa medieval os aristocratas gastavam o seu dinheiro sem qualquer critério em luxos extravagantes e os camponeses viviam frugalmente, agora os ricos têm imenso cuidado a gerir os seus activos e investimentos, enquanto os menos abastados contraem dívidas ao comprar carros e televisões de que não necessitam realmente”.
Na Revolução Permanente refere estes números interessantes: a totalidade dos seres humanos tem uma massa de cerca de 300 milhões de toneladas. Já os animais domésticos (vacas, porcos, ovelhas e galinhas) compõem 700 milhões de toneladas enquanto os grandes animais selvagens ainda existentes, dos pinguins aos elefantes e baleias, não passam dum 100 milhões de toneladas. Parece assim que o nosso problema não é tanto a falta de energia como o enorme impacto ecológico da nossa espécie. Existe também uma aceleração da velocidade das mudanças e o eterno problema da Felicidade.
Mas este resumo já vai longo, o melhor é lerem o livro.
Deixo uma imagem da central solar fotovoltaica de Serpa, numa foto de 2007. Desde essa altura os preços dos painéis fotovoltaicos desceram tanto que deixaram de precisar de subsídios para fornecerem energia eléctrica a preços do mercado ibérico de electricidade.
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