Estava à espera dum dilúvio de comentários na comunicação social sobre o ensaio que o Vítor Bento publicou no Observador em 8/Fev/2015 mas no dia 10/Fev só lia o espanto (parece-me que justificado) do Nicolau Santos no Expresso. Apareceram posteriormente comentários no próprio Observador, outro no Público de Francisco Louçã mas muito poucos artigos com destaque nos restantes jornais. Mostro o resultado duma busca que fiz com o Google no dia 10/Fev
Parece-me estranho este silêncio sepulcral sobre a inflexão na opinião de Vítor Bento, baseada na observação dos péssimos resultados dos programas de austeridade impostos pela União Europeia aos países deficitários.
Na Ciência ocidental, a partir de observações estabelecem-se teorias e eventualmente realizam-se testes, observando-se depois a realidade para ver se a teoria é válida ou não.
Na Economia deveria ser também assim, se bem que com maior dificuldade em fazer e interpretar os resultados dos testes. Parece que Vítor Bento pertence à muito pequena minoria de economistas que se interessam pela realidade e pela verificação dos resultados dos programas de acção económica. A grande maioria dos economistas do pensamento único usa a Economia como um substituto da Religião, em que basta ter uma crença forte no pensamento dominante que nos ensinaram na universidade. Se a realidade não confirma a teoria bastará esperar mais algum tempo, para que a crença que nos ensinaram mostre que está certa. É um raciocínio semelhante aos dos comunistas que sempre estiveram seguros que a experiência russa iria dar certo, era só ter paciência para esperar pelos amanhãs que cantavam.
Para compensar a falta de cor-de-rosa na realidade ecomómica dos países deficitários da Europa deixo mais outra foto da Beira-Tejo em 26/Dez/2014, onde pelo menos a paisagem é rica nessa cor.
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