2014-10-22

Igreja copta


Afinal talvez tenha sido uma notícia da BBC em que referiram o restauro de uma igreja copta no Egipto, mostrada na figura abaixo,



que me levou a publicar o prato do post anterior. “Copta” queria antigamente dizer “egípcio” mas foi assumindo o significado da igreja cristã existente no Egipto até à actualidade.

A igreja copta resultou de uma cisão no cristianismo no século V, no Concílio de Calcedónia em 451 DC. Este DC é pleonástico pois seria muito estranho que se tivesse realizado um concílio cristão numa data antes de Cristo.

Os coptas são monofisitas, consideram que Cristo embora tenha tido natureza humana e divina não permaneceu com esta dualidade, tendo passado a ter uma natureza única (sendo a natureza humana como que absorvida pela natureza divina) donde o termo “monofisita”.

Na figura a seguir mostro um esquema muito genérico das várias ramificações do  Cristianismo, disponível na Wikipédia



É possivel que exista uma questão de afirmação de uma identidade egípcia face à restante cristandade, designadamente de Constantinopla. Os cristãos coptas têm-se mantido ao longo de séculos no Egipto, mesmo depois deste ter sido conquistado pelos muçulmanos, sendo actualmente cerca de 10% da população. Durante a “primavera” egípcia os cristãos foram vítimas de vários ataques mas ultimamente não têm aparecido notícias sobre este tema, pelo que suponho que se tratou duma manifestação da instabilidade que reinou durante algum tempo no país.

Apreciei a profusa decoração geométrica das paredes desta igreja, que me levou a procurar mais imagens dela, que obtive na Wikipédia aqui.

Nesta temos a  visão exterior



gostei desta imagem do interior




e muito do painel com os ícones no topo e “estrelas geométricas” por baixo:




Desta última tirei este detalhe (depois de deformar)



As decorações das igrejas são influenciadas e influenciam a arte da sociedade em que se situam.

Estas figuras lembram o Alhambra e muitas decorações do norte de África, presentes em palácios e mesquitas.

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