No livro “Colapso” de que falei no post anterior, o autor recorre com frequência ao estudo da evolução da flora duma dada região ao longo do tempo, através da datação de depósitos sedimentares no fundo de lagos, da verificação da predominância de vários tipos de pólen e dando muita importância às árvores, constatando o efeito devastador que pode ter a desflorestação de uma região na sua capacidade de suportar habitats adequados à sobrevivência de sociedades humanas.
Tem uma sugestão particularmente cruel ao perguntar o que teria dito o habitante da ilha de Páscoa ao abater a última árvore existente na ilha: será que disse “Jobs, not trees!” ou numa tradução livre, “os postos de trabalho são mais importantes do que as árvores!”.
Continuo exausto da forma dramática como os media relatam as nossas desventuras económicas e os tempos difíceis que nos esperam. Dizem que a década passada foi uma década perdida com crescimentos muito anémicos e constatei no site Pordata que a média das taxas de crescimento do PIB dos últimos dez anos é cerca de 0,7%.
O Banco de Portugal estimou há uma semanas que em 2011 haveria um decréscimo do produto de 1,4%. Hoje ouvi no noticiário da RTP2 das 22:00, (um pequeno oásis de informação tranquila que se extinguiu com o novo formato em que os pivots, em vez de estarem sossegados sentados a uma mesa, andam para um lado e para o outro sem se perceber para quê) que a previsão se tinha agravado para 1,5% o que compreensivelmente quase me deixou aterrado e a tremer como varas verdes, a nova previsão é 1,5% em vez de 1,4%!!!
Embora eu perceba que diminuir o produto é preocupante, seria preferível que o aumentássemos ou que ficássemos na mesma, se 0,7% é quase nada, 1,4 % não é muito mais e tenho dificuldade em compreender porque é que temos que ficar aterrorizados com a perspectiva da nossa economia se contrair 1,4% num ano.
Pelo menos a encosta da serra de Sintra que se avista do palácio de Seteais não se degradou de 1974, tempo da primeira fotografia, até 2010, momento da segunda foto. A primeira é o “scan” de um slide, tirado em contraluz numa altura em que tinha pouca prática de uso da máquina fotográfica, uma Olympus OM-1. A segunda foi tirada com uma máquina digital. A encosta até parece mais frondosa.
Esta última foto já a tinha mostrado neste post.
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