2008-05-24

Biocombustíveis: campo de arroz

Continuando as imagens sobre agricultura mostro agora um campo de arroz, mais uma vez com uma linha de muito alta tensão, que também tem um ninho de cegonha.

Esta foto e a do post anterior foram tiradas a partir de helicópteros ao serviço da REN – Rede Eléctrica Nacional, em voos de reconhecimento do estado das linhas de transporte de energia.



A maior incidência de cegonhas ao pé de campos cultivados faz que, em muitas das fotos da REN sobre ninhos de cegonhas em postes de alta tensão, apareçam campos cultivados como fundo.

A possibilidade de utilizar biocombustíveis para fazer andar os automóveis tropeçou na alta dos preços dos produtos alimentares quando as plantações para fins energéticos tinham tido um novo impulso.

Já nos anos 70 se dizia que a agricultura americana usava mais energia para obter o produto final do que a energia que este continha. A energia não é o único valor em jogo nas actividades humanas e em época de energia barata como a que temos vivido poderá ser razoável adoptar esse tipo de agricultura grande consumidora de energia para a produção de alimentos. Agora não existe sistema económico razoável que possa subsidiar uma agricultura que coloca mais energia do que a contida no produto final quando esse produto se destina precisamente a fornecer energia e não alimento. O facto de não poder existir um sistema económico razoável que faça isso não quer dizer que não exista nenhum: actualmente existe um sistema destes nos EUA, que subsidia a plantação de milho para produzir etanol mas trata-se de um sistema absurdo de esbanjamento do dinheiro dos contribuintes americanos.

As extensas plantações de cana de açúcar no Brasil já têm um presente e poderão ter algum futuro, considerando a muito baixa densidade populacional do continente americano, mas dificilmente serão viáveis nas grandes zonas densamente povoadas da Ásia, onde não deverá haver terra arável disponível para culturas energéticas.

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