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Achei comovente e original a ideia de alguém se lembrar de salvar o Ícaro da queda quando as suas asas de cera derreteram por voar tão alto e tão próximo do Sol.
Antigamente eu achava as histórias um bocado tristes porque parecia necessário que o herói morresse sempre no fim. Explicaram-me que era uma "necessidade narrativa" uma forma de tornar a história "perfeita" pois já não havia mais nada por contar.
No entanto, já no final do século XIX, esta técnica de matar o herói começara a revelar as suas fraquezas, quando Conan Doyle "matou" o Sherlock Homes de farto que estava do personagem e depois teve que o "ressuscitar" face à indignação dos leitores. Não sei se foi aí que se inventou a sequela literária mas parece-me ter sido aí a primeira vez que a opinião dos leitores influiu de forma tão directa na feitura da obra.
Aqui é diferente, trata-se dum mito e gosto desta versão em que afinal o Ícaro é salvo na sua queda por uma mulher com super-poderes! Além de gostar da ideia do salvamento gosto também muito da forma como é visualmente exposta pela pintora.
A Cynthia Breusch nasceu em Brisbane na Austrália, começou como "graphic designer" e dedica-se inteiramente à pintura desde 1991, segundo diz nas Galerias Schubert.
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