2025-09-29

Conferência sobre Arte Asiática na Gulbenkian

 

Inscrevi-me em tempos no sítio da Fundação Calouste Gulbenkian para receber uma Newsletter mensal sobre actividades culturais da Fundação e desta vez recebi em 10/Set um email anunciando

IV Conferência da European Association for Asian Art and Archaeology, com participação de Partha Mitter, a realizar em 11Set2025, apresentando detalhe dum lindo tapete da colecção Gulbenkian que mostro a seguir

 

da parte central dum tapete indiano da época mogol, cerca de 1650-1700.


Não pude assistir ao vivo mas como referiam que também haveria acesso online segui o link indicado no email e fui dar a este sítio do Museu Calouste Gulbenkian  onde além da imagem acima do tapete aparece uma segunda imagem do mesmo tapete com uma linha de controlo do filme da conferência, indicando que a gravação tem 2:39:23, isto é 2 horas 39minutos e 23 segundos.

Constatei que nada se passa no princípio, comecei a arrastar o ponto de controle e no instante 22:30 (22 minutos e 30 segundos) apareceu  Guilherme Oliveira Martins fazendo uma pequena introdução.


Depois das  27:40 duas senhoras falaram sobre a vida e obra de Calouste Gulbenkian incluindo a sua actividade de coleccionador de arte 

Gostei deste slide mostrando 3 items da colecção do Museu Gulbenkian


 mostrando da esquerda para a direita

-  Caneca turca, desenho do século XVI;

- Impressão em papel de gravura em madeira por Katsukawa Shuncho, princípio séc. XIX
Cortesã Fujiwara caminhando com seu jovem assistente(kamuro);

-  Porcelana Chinesa.


Depois dum intervalo e doutra breve introdução começa a intervenção do Prof. Partha Mitter em 1:38:43 que referiu ter tido há muitos anos uma bolsa intitulada "Calouste Gulbenkian" em Cambridge.

Falou sobre arte a a relação assimétrica de poder entre o Ocidente e a Ásia  durante o período colonial e as interaçcões que tiveram lugar.

 

2025-09-24

Xanthogaleruca luteola

 

Há uns dias que me aparecem nos vidros das janelas uns bichos pequeninos que não conseguia identificar, Dava-lhes um piparote para saírem da janela. Hoje estavam já uns 6 ou 7 numa das minivarandas da casa e fotografei este:

depois no Google Images seleccionei esta entrada da Wikipédia Xanthogaleruca luteola que está escrita em Galego, língua muito próxima do Português. Têm 6 a 8mm, o que corresponde à dimensão dos que tenho visto. É um escaravelho da família dos crisomelídeos nativo da Europa, do género Xanthogaleruca e espécie Xanthogaleruca luteola.

Diz que parasita os ulmeiros, se calhar são descendentes dos insectos que deram cabo dos 2 ulmeiros que existiam na rua Cidade de Bolama nos Olivais Sul e agora alimentam-se de folhas de outras plantas.

Desaconselham uso de insecticidas a não ser que formem colónias realmente grandes.

 

2025-09-22

Molhe de Ferragudo e Ponta do Altar

 


 Tirei esta foto em 12/Set/2024 (já há mais de um ano!) às 17:19, no topo da arriba de onde sai a escada de acesso a este molhe, um dos dois que protegem a ria do Arade e o porto de Portimão. Os raios de Sol nesta altura da tarde existem num plano paralelo ou mesmo passando pela recta que passa pelo meio da superfície pedonal deste molhe do lado de Ferragudo, contendo um pouco a esteira de luz sobre o mar,  facilitando a toma desta foto.

O outro molhe que se vê na imagem é o que parte da Fortaleza de Stª Catarina na Praia da Rocha e, como referi aqui o farol de Ferragudo é verde e o da Praia da Rocha é vermelho.

O primeiro cabo que se vê ao fundo é a ponta da praia de João d'Arens e a silhueta que se destaca da arriba é o hotel que se chamou Delfim e que depois de algumas variantes se chama agora "Pestana Blue Alvor Beach". Na arriba muito mais ao fundo (clicar na imagem para ver melhor) está a Ponta da Piedade e um conjunto de dois prédios infelizes que referi aqui.

Virando uns 90º para a esquerda, no mesmo local, fotografei o Farol da Ponta do Altar mais a sua torre de telecomunicações que já referi aqui e cuja silhueta continua a desagradar-me


 Virando uns 180º para a direita fotografei a vista para o lado de Portimão

em que se a parte mais a leste da Praia da Rocha, a fortaleza de stª Catarina, a Marina, o porto da Marinha e o cais para os barcos de cruzeiro e o casario de Portimão na margem direita da ria do Arade, estando na margem esquerda o forte de S.João do Arade. A povoação de Ferragudo fica "por trás" deste forte. Ao fundo vê-se a silhueta da serra de Monchique.

Nesse passeio desloquei-me depois à Ponta do Altar onde está o farol e a partir daí tirei em sequência, da esquerda para a direita, mais três fotos

 


2025-09-14

Julgamento de Bolsonaro e cúmplices


Comparando com os EUA (Estados Unidos da América) e com Portugal, foi extraordinária a rapidez do julgamento do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro e seus cúmplices bem como a velocidade com que foram recolhidas as provas e produzidas as acusações relativas à grave perturbação da ordem pública incluindo invasão e depredação dos edifícios na Praça dos Três Poderes em Brasília onde se situam o Palácio do Planalto (Poder executivo), o Supremo Tribunal Federal (Poder judicial) e o Palácio do Congresso Nacional (Poder legislativo).

Referi-me aos desacatos ocorridos em Brasília em 8/Jan/2023 no post ”Percepção, Realidade e Brasília em 8 de Janeiro de 2023”, desacatos que foram a ponta do iceberg dum golpe de estado como disse então:
«
No Brasil, há muito tempo que parecia que se preparava uma insurreição, possivelmente parecida à musa inspiradora principal do Brasil que são os Estados Unidos da América (do Norte, como costuma completar uma amiga brasileira) onde ocorreu uma invasão parecida de edifícios das instituições democráticas por uma multidão em 06Jan/2021, mais explicitamente instigada por um anterior presidente.
»

A propósito da separação de poderes localizei 3 posts neste blogue de que faço citações

1) O juiz Neto de Moura e a separação dos poderes legislativo e judicial (Novembro/2017)

2) O misterioso caso dos 6 jovens portugueses contra 32 estados (Outubro/2023)
«
Na minha qualidade de cidadão comum tenho constatado que cada poder costuma, no exercício da sua actividade, extravasar a sua área de actuação entrando por áreas que estão reservadas aos outros dois.
»

3) Kilmar Abrego-Garcia (Abril/2025)
«
… que o sistema judicial americano mostrou a sua fraqueza ao ser incapaz de o acusar (Donald Trump) e julgar pela sua recusa em aceitar os resultados da eleição presidencial de 2020 e pelo incitamento público e óbvio aos acontecimentos de 06Jan2021 com a invasão do Capitólio tentando impedir a homologação da eleição que tinha perdido. O seu incitamento evidente foi confirmado, se dúvidas houvera, pelo perdão presidencial concedido a todos os participantes na insurreição mal tomou posse em Janeiro/2025.

Os “checks and balances” tão persistentemente referidos e louvados sobre a fortaleza da democracia dos Estados Unidos da América do Norte revelaram-se afinal frágeis e ineficazes pois o poder legislativo obedece cegamente ao poder executivo do presidente, e o poder judicial se tem mostrado impotente de forçar o poder executivo a seguir a legislação americana em vigor.

A separação dos poderes legislativo, executivo e judicial é condição necessária para existir democracia, o poder legislativo tem a obrigação de fazer leis justas e claras para que os cidadãos conheçam os seus direitos e deveres, o executivo os seus poderes e respectivos limites e o poder judicial esteja em condições de aplicar sanções das leis existentes quando elas sejam violadas. 

Na ausência desta separação cai-se na situação actual de dificuldade de fazer investimentos pois a sua rentabilidade dependerá completamente, ou excessivamentwe, dos humores do Rei Absoluto dos Estados Unidos da América em que se está a tornar Donald Trump, por enquanto de jure apenas presidente eleito dos EUA mas já de facto autoridade de que quase tudo depende.

»

Está de parabéns o Brasil por ter conseguido em tempo útil condenar os responsáveis por uma tentativa mal sucedida de golpe de estado, processo judicial talvez não por acaso concluído em 11/Setembro/2025, exactamente 52 anos depois da execução do golpe de estado do general Pinochet no Chile em 11/Setembro/1973 como oportunamente recordou o embaixador Seixas da Costa neste post .

Do colectivo de 5 juízes 4 votaram a favor da condenação e um contra, este último com argumentação sobretudo técnica que, a ser considerada, levaria facilmente a um comentário semelhante ao emitido no jornal “El País” em 2017-06-02 sobre um específico processo criminal em Portugal :
«
De los miles de millones de euros desaparecidos nada se sabe, aunque el proceso movió 25 millones de documentos y recogió 170 testimonios. Quien crea que quien la hace la paga hasta en Portugal es un biempensante, pues Oliveira Costa solo ha pasado ocho meses en la cárcel y es difícil que vuelva. Sus abogados han anunciado que recurrirán la sentencia del juicio iniciado en 2010, por lo que continuará en libertad hasta que se vean todos los recursos posibles en todas las instancias posibles. Hasta seis años, tres si los jueces se dan prisa (¿quééé?). Es decir que Oliveira Costa, el banquero con la mayor condena de la historia, podría seguir libre hasta 2023, cuando cumplirá los 88 años de edad. En Portugal quien la hace la paga, si goza de buena salud.
»

Não acredito que Bolsonaro cumpra os 27 anos e 3 meses de prisão efectiva a que foi condenado, provavelmente a actual legislatura tentará uma amnistia e o próximo presidente eleito poderá também amnistiá-lo, um dos candidatos já fez essa promessa. Talvez o sistema judicial brasileiro seja excessivamente rápido, o actual presidente Lula foi detido, julgado e condenado após seus mandatos presidenciais por acções durante a sua presidência. Depois de passar algum tempo na prisão o processo em que foi condenado foi anulado pelo Supremo Tribunal Federal, foi libertado e ganhou nova eleição para presidente.

Trump aplicou uma tarifa aduaneira ao Brasil enquanto não anulasse o julgamento de Bolsonaro, comunicando essa decisão por carta que o presidente Lula devolveu ao remetente. À parte a desfaçatez do império americano querer intervir num processo a decorrer no sistema judicial do Brasil, percebe-se o incómodo de Trump. Se o sistema judicial norte-americano fosse tão eficaz e justo como o brasileiro ele estaria por esta altura numa prisão americana.

2025-09-06

Pentagon

 

O "equivalente" a "Ministério da Defesa" em Portugal chamava-se nos EUA desde pouco depois do fim da guerra de 1939-45 "Department of Defense" (DOD), uma sigla muito referida em programas de investigação como por exemplo a ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network) precursora da internet. Agora o presidente Trump mudou o nome de "Defence" para "War", os EUA ficaram assim com um "Department of War", gerido pelo "Secretary of War".

Julgo que esta designação "War" era mais frequente antes da guerra de 1939-1945. Depois do fim dessa guerra e do estabelecimento da ONU (Organização das Nações Unidas) muitos países puseram a tónica mais na defesa do que na guerra, que aliás é proibida pela Carta das Nações Unidas.

Num país como os EUA que depois do fim da guerra de 1939-45 já esteve envolvido nas guerras da Coreia, do Vietnam, suporte a tentativas de invasão de Cuba, apoio a Israel na guerra do Yom Kipur, intervenções no Panamá e em Granada, no Kosovo, Guerra do Golfo para libertação do Kuwait (Ago/1990-Fev/1991, Afeganistão (2001-2021), do Iraque (2003-2011) e recentemente apoio à Ucrânia contra a Rússia, apoio  aos massacres em Gaza feitos por Israel e bombardeamentos noIrão na "guerra dos 12 dias", era irónico que se chamasse Departamento de Defesa de um país quase constantemente em guerra.

Isto fez-me lembrar o papel dos adjectivos, como afirmação de uma característica ausente. Por exemplo

- no romance 1984 de George Orwell o Ministério da Paz  (Minipax) é o que trata da Guerra;

- nas Repúblicas alemãs do pós guerra, aquela em que havia falta de democracia chamava-se República Democrática Alemã;

- na linguagem de computadores C, como não existiam instruções de I/O (Input/Output) na definição da linguagem, chamavam ao conjunto de instruções de I/O "Standard I/O", precisamente porque não faziam parte da linguagem, em Fortran que definia instruções de I/O estas chamavam-se simplesmente "I/O".

Sendo irónico, tavez esta mudança de nome signifique que o Pentágono se passe a dedicar mais à Defesa em vez de à Guerra, tanto mais que Trump se esforça por ganhar o prémio Nobel da Paz. 

O topo do Departamento da Guerra está concentrado no Pentágono, o grande edifício de forma pentagonal na margem oeste do rio Potomac no Estado da Virgínia, na margem oposta a Washington D.C. como se vê na figura numa foto de 2018

Por Touch Of Light - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=72600649

Em 11 de Setembro de 2001, em que cada uma das duas torres do World Trade Center em Nova Iorque foi perfurada por um avião de passageiros levando ao respectivo colapso, houve outro avião de passageiros que entrou pelo Pentágono adentro. Houve ainda um quarto avião que iria atingir a Casa Branca ou o Capitólio e que foi desviado com sucesso por uma revolta dos passageiros para um campo onde chocou violentamente com o solo matando todos os passageiros e tripulação.

Estes ataques causaram 2977 vítimas mortais e a morte de 19 terroristas suicidas, causando ainda milhares de feridos. No Pentágono terão morrido uma 3 centenas de pessoas. Mostro uma foto tirada no dia 14/Setembro/2001 do Pentágono.

Por TSGT Cedric H. Rudisill, USAF - http://www.defenseimagery.mil/imageRetrieve.action?guid=01d741ab6909c2a00aa9b6f579fada1e8c3c2e7f&t=2, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=25387277