Em 21/Agosto/2009 houve uma derrocada de uma rocha na Praia Maria Luísa no concelho de Albufeira de que resultou a morte de cinco banhistas.
Na sequência da tragédia as autoridades colocaram mais avisos nas praias do Algarve, sinalizando a vermelho, em fotografias aéreas afixadas em placas nas entradas das praias, as zonas com maior perigo de serem afectadas por eventuais derrocadas das arribas existentes. Foi uma acção louvável de informação ao público em geral que levou a minha família a evitar estacionar o guarda-sol em locais que anteriormente frequentávamos.
Já outras duas medidas me pareceram mais questionáveis:
- a colocação de um número excessivo de placas sinalizando arriba perigosa, que desfeiam a arriba, pouco afectam a localização dos banhistas e têm tendência a apodrecer e cair, aumentando o lixo na praia;
- e a pior de todas, a provocação “controlada” de derrocadas das arribas existentes, com o abandono dos escombros resultantes dessas derrocadas no local, para sinalizar incidente, esperando que os escombros sejam transformados em areia da praia, conforme dizem neste artigo de revista Sábado (https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/derrocada-na-praia-maria-luisa-foi-tres-a-quatro-vezes-superior-a-de-2009 ) a propósito doutro desmoronamento na praia Maria Luísa em Agosto/2015 de que destaco:
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Com a ajuda de três retroescavadoras, foi formada uma cintura de escombros na base das arribas contíguas que o mar deverá "remover e incorporar como areia da praia", possivelmente durante o inverno, acrescentou Sebastião Teixeira.
A colocação dos detritos na base das arribas é uma prática comum sempre que há uma derrocada ou um desmonte controlado, uma medida que visa dissuadir da permanência de pessoas na base das arribas, concluiu.
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Talvez a arriba da praia Maria Luísa seja mais frágil do que a da praia dos Três Irmãos e o mar consiga, passada uma ou duas estações do ano, transformar os escombros em areia da praia.
Infelizmente não foi o que aconteceu na Praia dos Três Irmãos (37.11915486220745, -8.580198759685915), em frente do hotel Pestana Alvor Praia, cheia de pedras enormes, muitas delas com dimensões acima de 30cm sendo a maioria acima de 10 cm. Estas pedras apareceram em grande quantidade nesta praia passado pouco tempo da intervenção das derrocadas controladas feitas na proximidade, provavelmente entre 2009 e 2010.
Quando a praia é assoreada o problema é minorado mas regressa em força quando parte da areia é retirada pela acção do mar.
Neste Verão de 2024 os banhistas, com a intenção de minorar o problema, têm acumulado pedras em pequenos montes que são por vezes usados pelas crianças para fazer uma espécie de muralhas. Tirei esta fotografia numa altura de maré vazia em 26/Jul, que põe a descoberto a quantidade enorme de pedras sobre a areia, em que marquei as várias acumulações de pedras existentes na altura
Contudo a presença destas pedras é visualmente desagradável, representando um perigo quando uma pessoa anda na praia e tem um momento de distracção logo na altura em que o pé descalço se aproxima duma destas pedras que não sendo calhaus rolados contêm arestas que provocam cortes mais ou menos profundros nos pedestres. Pior ainda quando está a maré cheia e as pedras debaixo de água não são visíveis e ainda pior quando existe alguma ondulação e os movimentos dentro de água dos banhistas são mais enérgicos.
Depois de tirar a foto notei que não continha elementos que possibilitassem a identificação do local. Por isso do dia seguinte (27/Jul) tirei uma foto em que além da praia aparece também ao fundo a costa de Lagos e da Ponta da Piedade
um detalhe da mesma foto
e um detalhe doutra foto que tirei a partir do mesmo sítio mas usando um zoom mais forte
Resumindo, considero que a APA – Agência Portuguesa do Ambiente deveria remover estes pedregulhos que representam um perigo para os banhistas, mesmo que eles não sejam o resultado de intervenções de derrocadas das arribas por si encomendadas.