Noutro dia no Parque das Nações, no Passeio das Tágides, a alameda de pinheiros à beira-rio entre o lago do Oceanário e a Torre Vasco da Gama, reparei numa nova forma de candeeiro para iluminação de caminhos pedonais usando tecnologia LED.
Conforme previra em Junho/2015 em “Iluminação pública, agora com LEDs” existiam grandes possibilidades no projecto de novos candeeiros usando a tecnologia LED, considerando as características muito inovadoras desta nova tecnologia de iluminação.
Fiz uma série breve de candeeiros de iluminação de caminhos pedonais, usados em parques e em ruas estreitas de bairros antigos, numerando-os por ordem cronológica para facilidade de referência.
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O candeeiro 1 é um clássico, adaptado para lâmpadas de incandescência ou de vapor de mercúrio, protegem a lâmpada das intempéries e do excesso de humidade e a parte superior do invólucro é transparente, talvez para iluminar as fachadas das casas em ruas estreitas e as copas das árvores nos parques. Ainda subsistem muitos exemplares deste tipo de candeeiro em Lisboa, presumo que a CML segue a política de ir substituindo os candeeiros com problemas ou a um ritmo compatível com a dotação das equipas de manutenção existentes.
No candeeiro 2 noto preocupação para evitar parte da poluição luminosa criada pela iluminação pública das cidades, ao mesmo tempo que se poupa provavelmente na potência eléctrica necessária, já muito reduzida com os LEDs, que gastam cerca de um quinto da energia necessária para lâmpadas de incandescência.
No candeeiro 3 parecem ter ignorado a desejável opacidade do topo, continuando a enviar luz para o ar.
Os candeeiros seguintes 4 e 5 mostram que os projectos 2 e 3 foram conservadores no desenho do habitáculo, limitando-se a substituir provavelmente o vidro por plástico dado que a fonte luminosa irradia menos calor. Possivelmente constatou-se que os desenhos 2 e 3 mantinham a vulnerabilidade a vandalismos que serão mais frequentes em parques desertos a altas horas da noite. Nos Olivais perduram um ou outro candeeiro dos tipos 2 e 3 mas a maioria foi substituída pelo tipo 5. No Parque das Nações não me recordo da iluminação usada no Passeio das Tágides mas no Caminho das Gaivotas, mais a Norte e facilmente localizável no Google Maps, os candeeiros iniciais com lâmpadas clássicas, tão bonitos que eram
antes de serem todos partidos pelos vândalos de serviço, foram todos substituídos por outros que julgo serem do tipo 4.
Mostro a seguir detalhe da parte superior dos candeeiros usando LEDs. Será mais fácil proteger os LEDs com vidros pequenos mas muito robustos
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A maior parte que vi tinham apenas 3 fontes luminosas mas um dos candeeiros tinha 4 e será fácil usar também 6 fontes, conforme necessidade do local.
2 comentários:
Parabéns pelo post que revela atenção a coisas à partida sem importância mas que devem ser vistas e decididas com cuidado. No desenho dos candeeiros, quer caseiros quer, como estes, para espaços públicos, deve haver uma componente de enquadramento em correntes estéticas passadas e presentes, isto não deve ser visto só numa base técnica. Por outro lado, há também que ver o espaço em que se enquadram; um candeeiro conveniente para o Parque das Nações não é certamente o mesmo que será recomendável para uma zona como Alfama. Portanto os arquitectos das CM devem intervir e ser sensíveis a tudo isto quando fazem as suas escolhas para cada local específico. Quanto à componente técnica ela também importa, e só podemos aplaudir a substituição maciça, há anos iniciada, das antigas lâmpadas de vapor de mercúrio e de sódio por LEDs. Não só gastam menos energia, como diz o post, mas também são mais duráveis (se forem de boa qualidade...) e permitem economia de materiais.
Já agora a propósito de iluminação LED gostaria de fazer o seguinte comentário. Aqui há uns anos substituí as lâmpadas fluorescentes compactas de dois lampadários da minha cozinha por lâmpadas LED, as quais têm cada uma quatro filas de pequenos LEDs e vêm montados numa estrutura de alumínio. Em vez de durar os 15 anos anunciados na embalagem, duraram cerca de 3. Dei-me ao trabalho de abrir uma dessas lâmpadas e constatei que, lá dentro, têm um circuito eletrónico com diversas componentes como semicondutores, pequena bobine de cobre, condensadores, resistências etc. Sim, aquilo gasta menos energia que as fluorescentes compactas e muito menos que incandescentes, não há dúvida; mas quando se deitam fora numa caixa de reciclagem de lâmpadas, o que vai acontecer a todos aqueles materiais? São recuperáveis ou vai tudo acabar num landfield qualquer? É que, se é assim, se calhar mais vale a emenda que o soneto !!!
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