2023-05-04

O meu PC e a minha impressora reataram diálogo

 

Numa sequência temporal inusitada, depois de eu publicar um post no dia 1/Maio/2023 em que referia que o meu PC não conseguia fazer impressões na minha HP LaserJet CP1025 color desde Setembro/2022, em que descrevia variadas tentativas de restabelecer a comunicação e revelava uma forma de contornar o problema usando um PC com o WindowsXP, depois desse post em 1/Maio, constatei ontem dia 3/Maio no final de mais uma tentativa usando o HP Smart Install  haver uma mensagem dizendo que os drivers da impressora foram instalados com sucesso!

Seguidamente imprimiu automaticamente uma Windows Printer Test Page onde verifiquei que a versão do driver era exactamente a mesma da instalada em 2015-11-24 no dia em que comprei a impressora e a instalei então no Windows da época.

Os produtores vivem com a tentação de programar a obsolescência dos seus produtos e alguns sucumbem a essa tentação. A própria HP (Hewlett-Packard) é conhecida por "canibalizar" os seus produtos, isto é, produzir produtos "novos" que entram em concorrência directa com outros produtos fabricados por eles próprios com a alegação razoável que têm a capacidade de os fazer e que caso se abstivessem outros fabricantes iriam "comer" os produtos que eles "canibalizam".

A obsolescência programada é dificultada pela existência de concorrência, pelas organizações de defesa do consumidor e por vezes pela dificuldade em produzir um produto que funcione de forma fiável durante todo o período da garantia e que ao fim desse período, mas só então, se avarie o mais rapidamente possivel.

No modelo da indústria das impressoras em que vendem o equipamento muito barato reservando a colheita de lucros na venda de tinteiros/toners exclusivos para as impressoras da sua marca algumas empresas, nomeadamente a Lexmark, chegaram ao ponto de exigir que o PC esteja ligado à internet para ser possível imprimir. Esta necessidade aparentemente absurda ganha sentido quando se toma conhecimento que essa empresa declarava que o tinteiro precisava de ser substituído quando ainda tinha tinta, forçando assim os clientes a comprar mais tinteiros do que os que eram necessários. Vi agora na internet que a Lexmark vendeu a divisão dos tinteiros de jacto de tinta em 2012 após muitos processos em tribunal em que tentara impedir que os tinteiros fossem reenchidos por outras empresas.

Do que observei estou convencido que o problema não estava nem na impressora nem no seu driver mas em algum defeito introduzido por lapso no componente do Windows que comunica com a impressora levando à impossibilidade de comunicação. Talvez a maior parte destas impressoras já tenham ido para o lixo e o erro introduzido tenha por isso demorado mais tempo a ser corrigido. Era também a opinião de um amigo que consultei sobre este assunto que previu que o problema acabaria por ser corrigido.

A propósito de "lixo" googlei (electronic litter) e só me apareciam aparelhos para limpar o pó ou formas de lidar electronicamente com dejectos de animais de estimação. Já com (electronic waste) tive maior sucesso e achei interessante o uso de uma palavra que julgo significar mais "desperdício" (algo que se perdeu) sem ser exactamente "lixo".

A primeira imagem que encontrei na net foi esta da ERI (Electronis Recycler International) onde se vê uma pilha de circuitos impressos

depois googlei (electronic waste mountain) e cheguei a este monte na Bélgica, tratado pela Recupel e mostrado no Financial Times

 

Resumindo, melhor ainda do que a reciclagem é a utilização durante um período mais prolongado, caso os produtos antigos sejam ainda satisfatórios.



5 comentários:

João Brisson disse...

Parabéns pelo reatamento da relação informática
Depois de ter tentado ajudar e das respostas inglórias do ChatGPT sinto que alguém anda a gozar com quem trabalha

A propósito, os tinteiros reciclados são recusados pela minha HP 7640.
Enfim, feitios!

Luís disse...

A que tinha pior fama era a Epson. Eu tinha uma impressora/scanner que só usava como scanner; mas de cada vez que a ligava alinhava as cabeças de impressão (o que gasta tinta), o que significava que a cada par de meses era preciso comprar tinteiros novos. E claro que o scanner não funcionava sem tinta...

Unknown disse...

Não sendo pessimista, temos que manter em mente que a está situação positiva poderá, em qualquer altura, voltar "atrás" dado que os nossos "amigos" da Microsoft gostam muito de nos manter sempre na expectativa ...

Anónimo disse...

Caro JJ e comentadores anteriores: a minha experiência de décadas com impressoras fez-me mudar das HPs, que só duram 2-3 anos, para os Japoneses. O modelo Canon que agora tenho tem a vantagem de ter os injetores de tinta nos próprios tinteiros e não na impressora. Ora a maior parte dos problemas surge nos injetores e portanto, são superados pela substituição dos tinteiros sem necessidade de substituir ou reparar a impressora. Outra conclusão é a seguinte; não mandem recarregar os tinteiros porque a qualidade da tinta é fator crítico para avarias...
Por último, ter ainda computadores com Windows XP é ser um bocado forreta em demasia !!! Aquilo já é do tempo dos dinossauros...

Anónimo disse...

PS: Sobre a questão mais geral da obsolescência programada haveria muito que dizer... Não tenho dúvidas que muitos fabricantes a utilizam a nível de hardware, sobretudo em equipamentos mais económicos.
Mas há também a obsolescência por evolução tecnológica e isso é muito patente na informática.
Uma questão que se pode colocar é se a larga maioria dos avanços atuais é necessária à maioria dos utilizadores ‘normais’. Por exemplo, o 5G interessa, se calhar, a não mais que 20% dos utilizadores comuns. Então porque é que muita gente dá 1000€ ou mais por um novo telemóvel topo de gama 5G quando tem um outro 4G que satisfaz as suas necessidades operacionais ? Se calhar é puxado pela incessante publicidade e pela necessidade de mostrar aos grupos a que pertence que é uma pessoa modernaça...
O pessoal deve pensar nisto e não se deixar levar...
Quanto à obsolescência tecnica programada, uma entidade como a UE deveria impor tempos mais elevados de garantia; mas a resposta dos fabricantes seria algum aumento nos preços... De qualquer modo, é assunto sério para equacionar e tomar medidas.