2020-09-12

Anna Koote: Porque precisamos de reduzir a semana de trabalho


Depois duma longa vilegiatura de cerca de dois meses e meio no Algarve, agora tornada possível devido à minha condição de reformado, na companhia de netos, filhos e praia, regressei a Lisboa onde tenho um acesso melhor à Internet.

Este blogue tem tido poucos posts, sobretudo nos meses de Julho e Agosto, mas certamente que os leitores habituais encontraram outras leituras e/ou outras actividades para preencherem o seu tempo.

Desde que me registei na revista “The Architectural Review” recebo de vez em quando uns e-mails. Desta vez dei uma vista de olhos pelo conteúdo, existindo um artigo intitulado “Why we all need a shorter working week”, de Anna Koote, publicado em 24/Fev/2014 com esta imagem como chamariz


Lembrava-me desta imagem dum escritório com uma floresta de colunas mas já me esquecera do arquitecto. Com o “Google Images“ foi fácil recordar tratar-se de obra de Frank Lloyd Wright, em 1939, para a sede da empresa Johnson Wax.

Esta “Taylorização” do espaço do  escritório costuma recordar-me a visita que um personagem da trilogia da “Fundação”, obra de ficção científica de Isaac Asimov, fez ao planeta Trantor, sede do império galáctico em decadência acelerada. Aqui ainda se vêem os limites do escritório. Em Trantor, um planeta completamente urbanizado, os escritórios estendiam-se até à linha do horizonte, sem um limite visível.

A identificação da imagem constava nesta página referindo o projecto para os escritórios da firma “Goodby Silverstein” feito pela firma “Jensen Architects”. Nela também mostravam estoutro escritório do filme “Playtime” do Jacques Tati que, à semelhança do Gotlib, tinha um humor “gelado e sofisticado” 


Mas regressando ao artigo “Why we all need a shorter working week”, optei por transcrever algumas das suas frases, que merece contudo uma leitura completa

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...To unleash the full economic, environmental and creative potential of society, Anna Coote argues we must escape the treadmill
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Accordingly, we must strive to be more ‘productive’ by producing as many things as possible in the shortest possible span of time. But as the economist Tim Jackson has crisply pointed out, playing a symphony twice as fast as usual doesn’t make it more efficient, just a lot worse. Likewise, you can’t become a more productive carer, teacher, nurse, brain surgeon, architect or road-crossing attendant by doing your work at double speed.
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Another reason is that more and more people are aware of being caught in a profound and prolonged crisis: we have a global economy that is damned if it grows (because of the likely negative impact on climate change) and damned if it doesn’t grow (because of the likely negative impact on jobs and income). Crisis provides a strong incentive to think afresh and seek out alternatives.
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And we must make the transition gradually, with incremental changes that help to build popular support. There’s a wide variety of policies adopted by different countries for reducing working hours. The Netherlands, Belgium, Denmark and Germany, have considerably shorter average hours than the UK. Their economies are just as strong, or stronger. Drawing on their experience and on other ideas put forward in Time on Our Side, here are three good ways to make a start.
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Will any of this ever happen? Today’s utopian dream is often tomorrow’s normal way of life. Think of ending the slave trade, votes for women, seatbelts, smoking bans. We used to put children up chimneys. Women used to be sacked when they got married. We used to expect workers to put in 12-hour days for six days a week. Change will come – in time.

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De vez em quando tenho abordado esta temática da redução do horário de trabalho, designadamente nestes posts:

2017-12-23 Trabalhar muito menos 

2012-08-10 O Fim do trabalho  

2011-04-23 Produtividade, horas de trabalho e feriados 


2 comentários:

Dulce Amarante dos Santos disse...

José Júlio, o seu post veio a calhar. Tenho a impressão que estou trabalhando mais reformada do que antes. Continuo a orientar alunos na pós-graduação, sem ganhar mais nada com isso. Há anos que trabalho no fim de semana. Quem está na ativa teve que adaptar-se à rotina das aulas on line, um grande desafio. Mas concordo plenamente que é preciso diminuir a jornada, mas acho que essa utopia quem verá são meus filhos e netos, eu não. Concordas!

jj.amarante disse...

Dulce, o seu caso não é problemático pois é uma escolha livre feita por si, ainda por cima socialmente útil. No meu caso vou dando apoio a netos e escrevendo de vez em quando neste blogue. Estava disponível para adiar a minha reforma mas também me dou bem com a minha situação actual.