No ficheiro EDP-C.Aforro.xls de que mostro uma imagem, fiz um resumo dos resultados das minhas acções da EDP.
Durante os anos de 1997 a 2001 ocorreram várias emissões acompanhadas de prémios de permanência dados em acções, e distribuição de dividendos. O numero de acções foi aumentando, ocorreu uma operação de “split” em que cada acção se separou em 5, até atingir o valor de 5597 acções em Dez/2001 que se manteve constante desde então. À soma das importâncias pagas até Dez/2001 subtraí os dividendos distribuídos nos anos de 1997.
Resumindo, gastei 14.345€ (custo de vários lotes de acções menos dividendos distribuídos) para deter 5597 acções em Dez/2001.
Passo a descrever colunas do ficheiro Excel
A) data no final de cada ano;
B) dividendo líquido (após taxa liberatória) distribuído nesse ano, normalmente em Maio, omiti uma venda de direitos de capital de 400 e tal euros em 2004;
C) taxa líquida do dividendo líquido função do valor total das acções em Dezembro do ano anterior;
D) valor total das acções segundo cotação do mercado na data; nos anos de 1997 a 2000 multipliquei as 5597 acções pela cotação unitária equivalente (€ em vez de escudo, considerando split em 5 acções desde o início);
E) cotação do título no último dia de cada ano, cotação equivalente de 1997 a 2000;
F) delta, variação do valor total nesse ano;
I, J) Considerei que em Dez/1997 tinha aplicado os 14.345€ em Certificados de Aforro em que cada unidade valeria 2,4938€ (os antigos 500$00). Esse depósito valeria em Jun/2018 27.418€, portanto mais do que a soma dos dividendos (B26=9.773€) com o valor total em Dez/2017 (D25=16.147€), soma que daria 25.921€ (D27).
K,L) depois pensei que poderia ter investido os dividendos em Cert.Aforro e fui buscar valores das unidades de participação de Mai/2002, Mai/2003, até dividendo de Mai/2007 (células K10:K15); para dividendos posteriores, uma vez que já não existiam cert.aforro tipo B arbitrei que taxa anual de juro líquido seria 2,25% e calculei valores que teriam nesse caso imaginado as unidades de participação (K16:K25). Neste caso em vez de ficar com os 25.921€ (D27) ficaria com 27.864€, 400€ acima dos 27.418€ que dariam os Certificados de Aforro.
Conclusão: um pequeno investidor que tivesse comprado Certificados de Aforro em vez de acções da EDP nas primeiras fases de privatização (1997-2000) estaria numa situação financeira muito parecida ao que tivesse mantido as acções até Dezembro /2017.
Não estou portanto a explorar indevidamente os consumidores de electricidade do nosso país. Se as rendas são excessivas isso não se deve a à necessidade de recolher dinheiro para sustentar remunerações exageradas dos pequenos accionistas de longo prazo como eu.
2 comentários:
Está-se a esquecer de incluir na análise duas coisas
1) o valor temporal do dinheiro
2) ajustar o retorno ao risco. O investimento em acções da EDP deve ter um retorno maior do que o investimento em certificados de aforro, uma vez que encerra um risco superior. Os certificados de aforro, na melhor das hipóteses, seriam equiparáveis a obrigações da EDP.
Caro Anónimo
Tem razão ao referir os itens 1) e 2). Não tenho feito grandes contas mas presumo que os Certificados de Aforro tendencialmente preservam o valor temporal do dinheiro embora talvez de vez em quando dêem retorno inferior à inflação. E também tem razão quando diz que o risco é superior pelo que o investimento deveria ser melhor remunerado. E eu não referi a volatilidade do título, enquanto nos certificados de aforro o respectivo valor segue uma série monótona com uma perda muito pequena de juros caso se necessite de liquidez, os altos e baixos das acções (que são patentes na série que eu mostro) podem levar a perdas consideráveis caso se necessite de liquidez quando as acções estiverem na baixa. Mas o objectivo do meu exercício era demonstrar claramente que uma companhia cujo retorno de investimento é semelhante aos dos Certificados de Aforro não pode ser considerada como estando a ser descapitalizada pelos dividendos que paga.
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