2017-11-18

Umberto Eco e a influência dos jeans no pensamento


Tenho andado a reler esta colecção de ensaios, numa edição da Difel de 1986 que comprei nesse ano. Agora andei à procura no Google deste livro e apareceu-me no sítio do WOOK uma sinopse de que transcrevo o início:
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Umberto Eco, conhecido em Itália e em todo o mundo pelos seus trabalhos sobre estética e semiótica e pelo seu romance O Nome da Rosa é também um incansável estudioso dos modos e modas do nosso tempo.
Viagem na Irrealidade Quotidiana é uma colectânea de textos retirados de três livros recentes: «Sette Anni di Desiderio», «Costume di Casa» e «Dalla Periferia dell' Impero»...
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Constato que é raro eu reler os livros que tenho em casa mas tenho relutância em separar-me deles e de longe em longe vou realmente à procura de um pequeno trecho de um ou outro livro, que pertencem na esmagadora maioria à categoria de ensaios. Do Umberto Eco li ainda o romance histórico “O Nome da Rosa” de que gostei muito embora tenha tropeçado em muitas citações em Latim que presumo ainda ser ensinado no ensino secundário em Itália. Não consegui passar das primeiras páginas do “Pêndulo de Foucault” mas comprei mais algumas colecções de pequenos ensaios publicados em revistas e jornais de grande circulação.

Como eu esperava este livro não se encontra actualmente disponível, julgo ser a sina destas colecções de pequenos ensaios, ainda mais num mercado pequeno como o português. Presumo que esta colectânea resulta de três livros por muitas vezes este tipo de ensaios focar aspectos específicos do país onde foi escrito. Dir-se-ia que um em cada três ensaios seriam exportáveis pois de 3 colecções obteve-se apenas uma.

Como já tinha lido o livro há uns 30 anos tinha alguma curiosidade em verificar a minha reacção a uma segunda leitura. Constatei que tinha uma memória vaga do que lera na altura, sem a parte desagradável da sensação de “déjà vu”. Constatei ainda que também há 30 anos as pessoas tinham a sensação de viverem experiências nunca vistas, à semelhança do que acontece actualmente. Longe de mim dizer que a mudança não existe mas por vezes o que  parece uma novidade é essencialmente o mesmo que se passou há uns anos, décadas ou mesmo séculos.

Aprecio o sentido de humor do Umberto Eco e as suas descobertas dos significados dos objectos, modas e hábitos do quotidiano em que vivemos. Não seria forçoso que um estudioso da semiótica, que observa os significados dos fenómenos culturais, conseguisse atingir o grande público mas é o caso deste autor.

Tive dificuldade em encontrar na Internet textos do Umberto Eco. Desta “Viagem na Irrealidade Quotidiana” seleccionei um pequeno ensaio de 4 páginas sobre a influência do uso de calças tipo “jeans” na forma de pensar de quem as veste, um dos meus favoritos, intitulado “O Pensamento Lombar”, publicado no Corriere della Sera em 12 de Agosto de 1976.






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