De vez em quando falo neste blogue de preconceitos, normalmente dos meus. Embora sejam muitas vezes justamente criticados têm o seu lado útil pois, dadas as nossas limitações humanas para verificar os vários detalhes da informação que nos chega, são muito convenientes para aumentar a velocidade de processamento de informação.
Por exemplo, quando compramos actualmente um produto industrial de grande consumo, é muito provável que tenha sido fabricado na China, é quase uma perda de tempo verificar onde foi feito. Claro que esse preconceito poupa-nos tempo mas dificulta-nos tomar conhecimento de novos países onde a produção industrial está a aumentar.
Em relação aos turistas do "Extremo Oriente" (tudo isto é um bocado delicado, não estou a contar com os indianos) na Europa houve um tempo em que todos eles eram japoneses, mas a certa altura começaram a aparecer os de Hong-Kong, de Taiwan e da Coreia. Depois começaram a aparecer uns turistas asiáticos com uma roupa que ainda fazia lembrar a moda chinesa do tempo do Mao Tsé Tung. Os chineses agora já não parecem saídos da Revolução Cultural, estabeleceram muitas lojas em Portugal e têm comprado cá várias empresas importantes e muitos apartamentos.
Há bastante tempo que se viam asiáticos a trabalhar em orquestras de música clássica ocidental mas, de uma forma geral podia-se assumir com razoável certeza que eram japoneses.
Foi esse preconceito que me levou a considerar que a Yuja Wang,
que tem esta interessante variação da Marcha Turca de Mozart, a que cheguei pelo 2 Dedos de Conversa que ma mostrou pela primeira vez, seria japonesa.
Na Wikipédia constatei que afinal nascera em Pequim, tendo tido a sua formação musical na China. Não tenho capacidade para a avaliar mas gostei de a ouvir tocar e tem apreciações entusiásticas que a consideram das melhores pianistas mundiais. A partir de agora já não poderei atribuir automaticamente a nacionalidade japonesa aos intérpretes asiáticos de música clássica ocidental.
O próprio nome de família (Wang) é um nome chinês e eu devia ter reparado nesse pormenor.
Há um hábito que tenho constatado no Ocidente de inverter a ordem usada pelos chineses no nome de uma pessoa. Enquanto no Ocidente é hábito pronunciar primeiro o nome próprio e depois o nome de família, na China a convenção é oposta: dizem primeiro o nome da família e só depois o nome próprio. Por exemplo em Mao Zedong (ou Mao Tsé-Tung como se costumava dizer em Portugal) o nome Mao era o nome da família e não o nome próprio. À primeira vista parece-me um bocado abusivo inverter a convenção chinesa do nome quando se refere uma pessoa chinesa no Ocidente.
Existem muitos concertos dela disponíveis na internet no Youtube.
7 comentários:
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~~ Li novamente este interessante texto e fico
com a suspeita que não conhece Lang Lang...
~~ Estou enganada, JJ?
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Vivendo e aprendendo, o Lang Lang dá 134 000 000 resultados no Google enquanto a Yuja Wang não passa dos 470 000, nunca tinha ouvido falar do Lang Lang.
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~~ Há cerca de dez anos, estava eu prestes a encerrar o meu
PC, quando a música que ouvia pela TV chamou-me a atenção pela intensa vibração.
Quando observei, assisti a algo deveras insólito: um pianista muito jovem, de traços orientais, sorria!
~ Fiquei a assistir ao espétaculo até ao fim - passava das duas da manhã - encantada com o desempenho musical e com a expressão corporal que a acompanhava, contrastando com o ar circunspeto habitual, dos restantes músicos.
~ Soube, então, que era a Orquestra Filarmórnica de Berlim.
~~~ Continua ~~~
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Se pronunciaram o nome de Lang Lang, no fim do espetáculo, não o entendi, pelo que, tive que pesquisar na imprensa estrangeira.
~ Foi um privilégio poder acompanhar pela ''net'' a glória deste exímio pianista, um verdadeiro génio.
~ Vídeos no Youtube registam as suas execuções mais notáveis e atuações mais glamorosas. Vale a pena ver a sua performance «Lang Lang at Quee's Diamond Jubilee Concert»; em 2009, na entrega dos prémios Nobel, em que Obama recebeu o galardão e tantas outros excelentes espétaculos, praticamente ignorados em Portugal.
~ Deliciaram-me as honras que lhe foram feitas em «Beijing», durante as Olimpíadas. Lang Lang e Jackie Chan foram tratados como grandes embaixadores culturais da China.
~~~ Continua. ~~~
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~ Depois de Lang Lang, nada ficou como antes, mesmo nos meios musicais mais conservadores que o criticam: os músicos deixaram de ser rígidos, como se estivessem num velório, tem libertado a expressão corporal.
~ Lang Lang vive em NY, onde criou uma fundação que dá apoio e formação musical a alunos sobre-dotados, nesta área.
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Desde Outubro de 20013, é «Mensageiro da Paz das Nações Unidas».
~~ Quero deixar um apontamento interessante das Olimpíadas, em que Placido Domingo canta em língua chinesa...
~ Selecione nos vídeos do ''Youtube'':
~ «A Romantic Serenade - Song Zuying, Plácido Domingo & Lang Lang...
~~ Peço perdão se acha que abusei do espaço me é devido, mas acontece que nunca tinha oportunidade de partilhar este assunto com ninguém...
~ Estou mesmo a precisar de abrir o meu blogue. Desculpe.
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Também me parece que está com energia suficiente para começar um blogue próprio! O espectáculo do Lang Lang era muito curioso. Se calhar vou referi-lo num post futuro. Se procurar neste blogue China, ideogramas chineses, verá também alguns posts sobre esses assuntos
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~ Gostei de 'conhecer' Yuja.
~ Vou estar atenta e apreciar as suas performances.
~ Apreciei ver um ''post'' seu sobre ideogramas chineses...
Penso que se vivesse em Macau, aprenderia alguma coisa,
pois sou estudiosa e sinto curiosidade pela cultura oriental.
~ Terei muito prazer em ler o que escreveu sobre a China.
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