Na Fundação Calouste Gulbenkian existem umas cadeiras, também de cores outonais, que há muito tempo consegui identificar, através de buscas na net, como a cadeira Cimitarra, projectada pelos "designers" dinamarqueses Preben Fabricius e Jorgen Kastholm (claro que quem for à procura na net obterá melhores resultados com a versão inglesa: Scimitar chair by Preben Fabricius and Jørgen Kastholm).
Na altura descobri a imagem que mostro à direita mas não ocnsegui agora localizar o site onde ela estava. Felizmente tinha chamado ao ficheiro "Preben Fabricius and Jorgen Kastholm-Scimitar Chair.jpg" pelo que foi possível localizar referências na Artnet, na Wikipédia e na bo-ex, a firma dinamarquesa que continua a produção desta cadeira, desenhada em 1963.
Tenho muitas vezes a curiosidade de ver quanto custam estes artigos e constatei na lista de preços da bo-ex que custava 5333€ ex.VAT, que interpreto como excluindo o IVA. Com IVA seria 6560€. Entretanto a lista desapareceu, diz que "Coming soon". A mesa, sem IVA, fica pelos 4000€, com IVA 4920€.
A foto a seguir foi tirada com o meu telemóvel e depois reeenquadrada. Acho curiosa a permanência da alcatifa em muitas zonas da Fundação, provavelmente para abafar o ruído ambiente, nas casas das famílias a alcatifa deixou de ser comum em Portugal, voltou-se ao soalho de madeira.
Quando foi possível fazer mobiliário com métodos industriais de produção em série e ultimamente deixando o trabalho de montagem para o comprador, alguns designers tentaram fazer produtos funcionais, sem descurar a beleza, e a preços acessíveis para a maioria da população. Nem todos enveredaram por esse caminho, continuaram a ser projectados e fabricados produtos de nicho, dificilmente acessíveis a toda a gente. Esta cadeira cai claramente na segunda categoria, para se ter uma boa cadeira, cómoda e durável, não é preciso tanto dinheiro.
Presumo que existam detalhes construtivos que a tornem cara, ou poderá ser vendida artificialmente cara para se dirigir ao mercado das pessoas que se sentem felizes por possuirem coisas que não estão ao alcance de toda a gente.
Caro ou barato acho o conjunto muito bonito, a ideia ocorreu aos designers quando estavam a trabalhar no Líbano, como foi em 1963, antes da guerra civil, ainda o Líbano era a Suíça (ou o Monte Carlo) do Próximo Oriente.
Tenho muitas vezes a curiosidade de ver quanto custam estes artigos e constatei na lista de preços da bo-ex que custava 5333€ ex.VAT, que interpreto como excluindo o IVA. Com IVA seria 6560€. Entretanto a lista desapareceu, diz que "Coming soon". A mesa, sem IVA, fica pelos 4000€, com IVA 4920€.
A foto a seguir foi tirada com o meu telemóvel e depois reeenquadrada. Acho curiosa a permanência da alcatifa em muitas zonas da Fundação, provavelmente para abafar o ruído ambiente, nas casas das famílias a alcatifa deixou de ser comum em Portugal, voltou-se ao soalho de madeira.
Quando foi possível fazer mobiliário com métodos industriais de produção em série e ultimamente deixando o trabalho de montagem para o comprador, alguns designers tentaram fazer produtos funcionais, sem descurar a beleza, e a preços acessíveis para a maioria da população. Nem todos enveredaram por esse caminho, continuaram a ser projectados e fabricados produtos de nicho, dificilmente acessíveis a toda a gente. Esta cadeira cai claramente na segunda categoria, para se ter uma boa cadeira, cómoda e durável, não é preciso tanto dinheiro.
Presumo que existam detalhes construtivos que a tornem cara, ou poderá ser vendida artificialmente cara para se dirigir ao mercado das pessoas que se sentem felizes por possuirem coisas que não estão ao alcance de toda a gente.
Caro ou barato acho o conjunto muito bonito, a ideia ocorreu aos designers quando estavam a trabalhar no Líbano, como foi em 1963, antes da guerra civil, ainda o Líbano era a Suíça (ou o Monte Carlo) do Próximo Oriente.
8 comentários:
Com preços desses não admira que os chineses façam negócios... da China:
http://www.alibaba.com/product-gs/1441988995/Scimitar_chair_chair.html
http://www.alibaba.com/product-gs/926192589/Scimitar_chair_adjustable_chairs_elderly.html
http://www.szhowfine.com/en/Scimitar-chair.htm
Bom ano novo, jj.amarante! A minha mulher fez há pouco tempo uma visita a uma firma, que produz móveis clássicos dinamarqueses e veio de lá encantada. Há de facto com que se encantar, na minha opinião. E também com que se assustar: os preços. É um problema do design dinamarquês e da produção de qualidade na Dinamarca: uma grande parte dos produtos é mesmo só para gente com muito dinheiro. Mas que são objetos bonitos, disso não há dúvida.
Bom ano novo também para si e família, Vítor S.Lindegaard!
Neste blogue escrito em português é fácil detectar spam, mais de 90% das mensagens apontando para produtos farmacêuticos ou outros sites a despropósito vêm escritas em inglês o que, sendo possível pois pode haver pessoas que saibam ler português mas tenham dificuldade em escrevê-lo como acontece com uma amigo espanhol que comenta alguns posts aqui, é pouco plausível visto que ainda não me apareceu nenhum comentário em inglês que não fosse spam.
Os dois comentários iniciais a este post foram classificados pelo blogger como spam mas eu desmarquei-os dessa categoria. Embora refiram produtores asiáticos da cadeira objecto do post, essa referência é claramente a propósito.
Os comentários apareceram menos de um dia depois da publicação do post e um deles em português, enquanto o segundo se limita a indicar outro site. Ambos os comentários indicam produtores chineses e embora não refiram preços e um dos fornecedores seja grossista, fico com a impressão que os preços chineses serão muito menores do que os dinamarqueses.
Tenho sentimentos contraditórios em relação aos preços altos da Dinamarca. Por um lado parecem remunerar generosamente quem faz produtos lindíssimos, o que é melhor do que premiar os magos da finança. Por outro lado os preços são tão estratosféricos que uma pessoa não percebe porque precisam de tanto dinheiro e suspeita que estão a explorar o gosto pela exclusividade do produto. Este comentário ficou tão comprido que provavelmente farei um post com ele. Bom ano outra vez!
Boa tarde.
Os dois priemrios posts são meus, e só o Blogger saberá por que apareceram como anónimos.
Indiquei-lhe esses produtos oriundos da China continental para mostrar-lhe a outra face do design de autor: a contrafacção.
Os preços absurdos de muitos produtos de mobiliário têm a ver com a qualidade de fabrico mas também, ou principalmente, com os royalties que os fabricantes pagam ao detentor dos direitos de fabrico do objecto, habitualmente um herdeiro do designer.
Os chineses, que não pagam direitos de autor, nem sabem o que isso é, fabricam e vendem, à descarada, para os mercados europeu e americano, produtos contrafeitos de qualidade muito discutível, valendo-se da óbvia diferença de preço entre o produto original e o contrafeito. E sem pagar impostos!
E depois há pessoas que têm o desplante de se gabarem desta maneira:
"Era uma vez, num belo dia de 2010, três grandes fãs do design sentados em casa, comparando os ícones da mobília das suas coleções privadas. Queriam acrescentar mais peças de prestígio às suas casas, mas não encontravam aquelas com que mais sonhavam, ou então só as poderiam comprar no mercado da classe alta, a preços exorbitantes. Sonhavam com um lugar onde pudessem, eles e outros fãs, ver e comprar todos os clássicos de mobília mais populares a preços justos. E assim começaram a produzir; assim nasceu a ***"
É tão fácil roubar o trabalho dos outros!
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