2008-12-18

As fotos do Hole Horror e a fé no mercado

Estou a achar que a série de fotos do Hole Horror tiradas na varanda da jcd (ou noutro sítio) está a ficar cada vez melhor. Não sei se as últimas são melhores do que as primeiras, tenho dificuldade em escolher, acho que a série fica melhor por ficar mais numerosa, uma vez que cada elemento é tão consistentemente bom.

Já quanto à economia tenho muito mais dúvidas do que a jcd sobre a capacidade dos mercados se auto-corrigirem. Parece-me que os seres humanos precisam sempre de acreditar em qualquer coisa que ou não está demonstrado ou não é demonstrável. Como se cansaram um bocado das verdades religiosas e das guerras associadas entre os detentores da verdadeira fé e a variante marxista, nas suas várias implementações, deu maus resultados, ultimamente estas questões de fé concretizavam-se mais na crença inabalável no mercado.

Continuo-me a espantar como é possível que tantos ingleses achem que é razoável uma pessoa querer trabalhar mais do que 48 horas por semana. No próprio país que aboliu a escravatura! Porque não deixar que as pessoas vendam por grosso a totalidade da sua força de trabalho durante todo o resto da sua vida para terem a alegria de proporcionarem uma alimentação decente à sua família? Com todos os progressos verificados na produtividade porque carga de água é que continua a ser preciso trabalhar durante tanto tempo?

Mas enfim, embora acredite mais na cooperação, também vejo algumas qualidades na concorrência e, dado que não consigo competir nas horas matinais da jcd, deixo aqui um crepúsculo na Praia da Rocha que fotografei em 1974, num slide com alguma poeira e talvez subesposto mas com um tom dourado a perder a côr, como o dourado da estrela de natal do post anterior.

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