2025-06-24

Arranque autónomo em Castelo de Bode - 2


Este post é a continuação de um anterior intitulado “Arranque autónomo em Castelo de Bode”.

Em 5/Mai/2025 publiquei um post “2003, o Ano de Todos os Apagões (enfim, de muitos...)” em que refiro um PowerPoint disponível no meu Google Drive sobre os numerosos apagões ocorridos em diversas partes do planeta, de que se destacaram o dos EUA, em Agosto/2003 no leste do país incluindo partes do Canadá, e o da península de Itália e Sicília em Setembro, ambos afectando mais de 50 milhões de pessoas.

Após o apagão de 28Abr2025 pensei que a causa de se ter revisitado na REN o arranque autónomo da central de Castelo de Bode se devera a terem havido tantos apagões no ano de 2003. Mas notei que a visita a Castelo de Bode para fazer um arranque autónomo da central com elementos do Despacho Nacional presentes, embora se tenha realizado em Out/2003 tinha sido combinada em Mai/2003 enquanto o grande apagão americano fora em Agosto e o italiano em Setembro. Assim, os apagões de 2003 reforçaram o nosso interesse pelo tema mas a origem deveria estar nas actividades da UCTE (Union pour la Coopération du Transport d’Éléctricité) que se encontrava a elaborar “Policies” formalizando mais as regras de funcionamento entre os TSOs (Transmission System Operators) membros desta organização da parte continental da Europa Ocidental.

Constatei que na versão de trabalho da  Policy 3 – Operational Security ( 13_7_5_Policy3V1.11-WG-06-03final-2003-0000480-EN.pdf) de 2003.06.18 aparece pela primeira vez, na nova versão das regras da UCTE, uma referência a centrais de “Blackstart”:
«
M3. Contribution of power plants to the safeguard measures and to black start. Power plants are able to accommodate variations in VOLTAGE (and frequency) outside of the normal range of operation as long as technically possible before the automatic separation from the network. Power plants have capability of operation under impaired (frequency and VOLTAGE) conditions with reduced performances for a limited duration accordingly. A number of generating units are equipped for start-up with no external VOLTAGE supply (black start capability). These plants should be suitably distributed throughout the network. It is recommended that these plants be located on sites comprising several generating units. 
»
Estava-se portanto a referir este serviço que as centrais prestavam aos TSOs e que passaria a ser explicitamente remunerado no novo cenário de separação das empresas de Produção, Transporte, Distribuição e Comercialização. Certamente o tema teria sido abordado na reunião da UCTE de Mai/2003 donde a marcação do teste em Portugal pela REN nessa data.

No teste realizado em Out/2003 constatou-se que a automatização nos anos 70 das centrais hidráulicas, para  permitir o seu telecomando, não tinha considerado completamente a existência do arranque autónomo na situação, então e agora normal,  de ausência de operadores na central, tendo a REN solicitado à EDP várias acções para tornar o arranque autónomo mais expedito.

Dentro dessas acções destaco a definição no autómato da central dum programa inexistenete em 2003 e que fotografei em 2012.03.19 num dos testes realizados em 2012. 

 


Além dos programas comuns a todos os geradores P1-MARCHA EM VAZIO, P2-CARGA MINIMA, P3-CARGA BASE, P4-SAIDA REDE e P5-P. NORMAL (Paragem Normal) aparece agora P30-ARR. R. ISOL (Arranque Rede Isolada) que passou a ser usado nos testes para o arranque autónomo.

Noutro ensaio em 2012.05.24 fotografei o conjunto de pessoas, na maioria da EDP-Produção que neles participaram 

 


Entre o início da RNT (Rede Nacional de Transporte) em Portugal em 1951 e a interligação com a rede europeia através da Espanha em 1961 a RNT funcionou sempre como rede isolada e qualquer apagão nacional terá requerido um arranque autónomo. 

A partir da ligação com Espanha todos os apagões totais em Portugal até agora foram repostos a partir duma interligação com tensão vinda de Espanha, com provavelmente a única excepção do incidente de 12 de Dezembro de 1967 às 04:56 em que, devido a um curto-circuito no barramento da subestação de Picote onde chegava a então única linha de interligação vinda da central de Saucelle, foi necessário recorrer a arranque autónomo.

No livro intitulado “Memórias do Despacho da Rede Eléctrica Nacional (1951-1996)” de autoria do Engºs J. André Ferreira e Jorge M.B. Mendonça Machado, despachantes então recentemente reformados, edição da REN em 1998, consta sobre essa excepção o seguinte parágrafo:
«
Neste incidente a reposição do serviço a partir do zero (“blackstart”) foi algo demorada e complicada, tendo havido várias tentativas falhadas a partir de pontos diferentes.
»

Embora os arranques autónomos de Castelo de Bode e da Tapada do Outeiro tenham tido dificuldades no seu arranque autónomo o país iniciou a reposição do seu sistema eléctrico antes do restabelecimento da interligação com o sistema europeu.

A REN já contratara fornecimento deste serviço a partir de mais duas outras centrais para arranque autónomo e será possível melhorar as especificações dos testes e a sua periodicidade para que, caso sejam necessárias no futuro, a reposição do serviço seja mais rápida.

 
Para tornar este post menos árido fui buscar uma fotografia que presumo datada de 1954, ano em que eu faria 5 anos em que estou eu a a minha irmã na praia de Quarteira com o bar do Isidoro ou do Calcinha ao fundo, única foto do áldum da família em que apareço com uma fatinho de banho com alças.
A partir daí apareço sempre com calções de banho nas fotos da praia e tenho uma vaga ideia que apreciei essa mudança.


Nasci no Porto onde vivi até aos 10 anos onde até os fogões da cozinha eram eléctricos e em Quarteira julguei que o candeeiro da mesinha de cabeceira estava avariado por não acender quando o testei durante a tarde. Um primo explicou-me que só havia electricidade em Quarteira durante a noite, sendo então ligado um gerador diesel para a iluminação pública durante esse período. O gerador estava instalado numa casa de onde saía um barulho apreciável durante as horas de operação. Não sei quando chegou a electricidade a Quarteira via RNT mas nessa altura ainda não tinha chegado.
 

2025-06-14

Política Externa da Europa por Seixas da Costa

 

O embaixador Francisco Seixas da Costa referiu neste seu post uma comunicação que fizera em 11Jun2025 numa reunião em Lisboa de socialistas do Parlamento Europeu.

O texto completo da comunicação de que concordo com quase tudo ou mesmo tudo e que termina com esta frase "My Europe deserves a better diplomatic face. It deserves a decent one. Not this one "

está disponível noutro blogue do embaixador aqui

 

 

2025-06-12

Não há almoços grátis, já quanto a canhões , aviões e outras armas...

 

Lembro-me da frase constantemente usada pelo economista João César das Neves de que não existem almoços grátis. A facilidade com que o secretário da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sugere ou quase exige que cada membro passe dos actuais 2% do PIB para 3,5% ou mesmo 5% parece-me completamente injustificada. 

E acho curioso o discurso do governo minimizando a eventualidade de outras áreas da governação verem os eu orçamento reduzido pelo aumento da despesa em armamento. É como se dissessem:

 Não há almoços grátis, já quanto a canhões , aviões e outras armas: não sabemos

Por outro lado inquieta-me esta tolerância para aumentar o déficit para comprar armamento. Da última vez que isto aconteceu, quando na sequência da crise do subprime causada pelos então nossos grandes aliados e amigos, os Estados da União Europeia foram encorajados a gastarem liberalmente em investimentos como contra-ciclo à recessão que ameaçava ou existia. Portugal, como bom aluno, seguiu a sugestão para depois ser violentamente censurado pelo déficit excessivo, foram-nos impostos PECs sucessivos (Programas de Estabilidade e Crescimento) até à intervenção da austeridade da Troika.

Tanto mais que J.D.Vance nos explicou em Munique que a preocupação que tínhamos com Putin era completamente injustificada, devíamo-nos era preocupar com os atentados aos "nossos" valores ocidentais deixando proliferar à vontade nas redes sociais os insultos , calúnias e falsidades que aparentemente segundo ele são essenciais numa sociedade livre. Devíamos também não ser tão burocratas ao anular, por exemplo, uma eleição presidencial na Roménia em que buscas na casa do vencedor da eleição revelou quantidade grande de dinheiro indiciando que teria havido na campanha maiores gastos do que os legalmente permitidos.

Enquanto o amigo americano nos avisa para não nos preocuparmos com Putin, o nosso general Agostinho Costa, que há quem diga ser pró-russo também nos tranquiliza sobre Putin, alegando que em Portugal não existem russos no sentido de que não justificam uma invasão.

Contudo não me esqueço da ambição manifestada por Medvedev que referi no post "De Lisboa a Vladivostok ou o Sonho de Medvedev" de Abril/2022 com esta imagem


em que manifesto a minha alegria por pertencermos à NATO, alegria essa que desde então tem esmorecido. 

É nesse sentido que me parece prudente reforçar as nossas capacidades de defesa, sem entrar em exageros. O presidente da América quer fazer a América (não é Portugal) grande outra vez, vendendo muitas das suas armas sofisticadíssimas e caríssimas, tão sofisticadas que poderão certamente ser desligadas a partir de Washington caso os aviões americanos sejam usados de forma com a qual eles discordem. À semelhança dos Teslas que são remotamente imobilizados quando, por exemplo, existe algum mal-entendido na liquidação dum pagamento. Comprar um F-35 fará a América um pouquinho maior, julgo que o mesmo não sucederá a Portugal. Como fornecedor prefiro a Suécia. 

 

2025-06-11

Arranque autónomo em Castelo de Bode


Na sequência do apagão ibérico de 28/Abril/2025, em que Portugal ficou sem electricidade durante cerca de dez horas, falou-se bastante sobre o que aconteceu, entre outras coisas sobre a importância das centrais de arranque autónomo. 

Estas centrais (em inglês de “Blackstart”) podem iniciar a sua operação mesmo que o sistema electroprodutor a que estão ligadas esteja completamente fora de serviço. As centrais sem esta capacidade precisam de absorver inicialmente alguma energia do sistema de transporte para após o seu arranque começarem a entregar energia ao sistema referido.

Dotar uma central hidráulica de arranque autónomo é tecnicamente mais simples e mais económico do que dotar uma central térmica desse tipo de capacidade. Dentro das térmicas o arranque autónomo das centrais a gás é mais simples do que das centrais a carvão.

A central hidroeléctrica de C.Bode (Castelo de Bode) localizada na barragem do mesmo nome iniciou funcionamento em 1951, sendo a primeira central hidroeléctrica em Portugal com uma potência maior do que 100MW (Mega Watt, unidade de potência). No mesmo ano entrou em serviço a central de Vila Nova turbinando água da albufeira de Venda Nova.

Não sei se existia arranque autónomo na Vila Nova mas a central de C.Bode teve arranque autónomo desde a sua entrada em serviço, tendo este sido utilizado muitas vezes durante a década de 50 do século XX.

Na imagem seguinte, que tirei em 25/Mar/2008, mostro os três geradores principais da central, cada um com uma turbina do tipo Francis de eixo vertical, capaz de gerar um pouco mais de 50MW, dependendo da cota da água da albufeira, perfazendo um total superior a 150MW. São máquinas grandes quando comparadas com as figuras humanas na imagem

 


Existem condutas da água da albufeira que terminam em cada um destes grupos de turbina hidráulica e alternador existindo em cada par de conduta/grupo uma válvula esférica que terá que ser aberta na fase de arranque.

Para abrir essa válvula (uma espécie de torneira gigante) será necessário colocar em marcha um motor eléctrico. Esse motor precisará então que um dos dois grupos auxiliares existentes na central forneça electricidade. Mostro esses dois grupos na imagem seguinte que encontrei no Linkedin de Fernando Caldas Vieira

 



e ainda outra imagem que tirei também em 25/Mar/2008, com uma pessoa que dá melhor a dimensão desta máquina. Disseram-me que cada um destes geradores (turbina tipo Francis de eixo horizontal) tinha uma potência de 1 MW (1MW= 1000kW).

 


Surpreendeu-me um bocado a dimensão e potência destes grupos cujo arranque pode ser feito manualmente, bastando para tal abrir uma pequena válvula esférica que controla a saída de uma conduta de água ligada à albufeira. Segundo uma estimativa que ouvi bastariam umas centenas de KW para arrancar os grupos grandes na primeira imagem deste post.

Nessa altura não existia uma Rede Nacional de Transporte de Electricidade, uma “rede” pressupõe a existência de malhas contendo percursos alternativos, resumindo-se o transporte de electricidade em MAT (Muito Alta Tensão, inicialmente 150kV) a uma sequência de linhas em série:
- Central de Vilanova – Subestação de Ermesinde;
- Subestação de Ermesinde – Subestação do Zêzere (a que se ligava C.Bode);
- Subestação do Zêzere – Subestação de Sacavém.
Mesmo assim, com esta configuração era possível pela primeira vez abastecer as cidades de Lisboa e do Porto com energia hídrica gerada a centenas de quilómetros do local de consumo.

Em 1951 embora existissem numerosas pequenas centrais para consumos locais, os sítios onde se construíam centrais hidráulicas grandes eram remotos, sem electricidade e sem mais uma data de coisas. A construção de cada grande central hídrica, com o seu bairro de casas de habitação decentes para albergar os  trabalhadores da central e alguns edifícios para cuidados médicos, educação e convívio da comunidade eram verdadeiras ilhas de civilização do meio do panorama desolador da sociedade rural portuguesa.

O sobredimensionamento para o arranque autónomo destes grupos auxiliares devia-se assim à sua utilização adicional para abastecer o consumo eléctrico do bairro dos trabalhadores da central.

A potência dedicada ao arranque autónomo é necessária para abrir a válvula esférica com o respectivo êmbolo de controlo do primeiro grupo de 50 MW que se mostra a seguir,

 

estabelecer pressão do óleo lubrificante para o grupo poder rodar sem se danificar e finalmente abrir o distribuidor regulável, situado debaixo do anel metálico pintado de vermelho da imagem seguinte, que roda pela acção de dois êmbolos visíveis na foto e que controla o fluxo de água maior ou menor que “atacará” as pás da turbina

 

A rotação da turbina hidráulica será comunicada ao alternador através do eixo/cilindro metálico presente na foto que accionará o alternador colocado numa cota mais elevada.

A central tinha uma sala de controlo com indicações do estado dos grupos e dos diversos sistemas de apoio ao funcionamento da central e um frequencímetro objecto de observação permanente do operador de turno que garantia a frequência objectivo de 50Hz na gama das pequenas variações, as grandes variações eram tratadas pelo Despacho Nacional alterando telefonicamente pontos de funcionamento de geradores, entradas e saídas dos mesmos.

Em 1961 deu-se a primeira interligação com a rede europeia através de ligações com linha de transporte da Iberduero no Douro internacional. A frequência da rede passou a ter uma enorme estabilidade em comparação com a situação anterior a esta interligação.

Embora o arranque autónomo continuasse disponível, o procedimento preferido em caso de apagão nacional era esperar que a Espanha fornecesse tensão a partir da linha de interligação e restaurar o sistema a partir dessa linha pois restaurar um sistema a partir duma ilha com pouca geração e consumo é uma tarefa muito delicada, qualquer variação brusca de consumo ou de produção pode provocar variação de frequência que leve ao disparo de geradores e a novo  apagão. 

Desde que entrei na EDP em Maio/1976 não me recordo de ter ocorrido um apagão nacional antes de 28/Abril/2025. À interligação com Espanha em 1961 sucedeu a instalação nos anos 70 de numerosos relés de deslastre frequencimétrico. Quando se dava uma variação brusca do saldo na interligação por saída abrupta de um grupo provocando o seu disparo, a diminuição de frequência subsequente por Portugal ficar separado da Europa era eliminada por estes relés que, cortando automatica e rapidamente algum consumo, evitavam o colapso completo do sistema que era depois reposto de forma muito mais rápida com o arranque de grupos disponíveis na altura do incidente.

O famoso apagão da cegonha em 9/Maio/2000 não foi “nacional”, apagando “apenas” o consumo de Lisboa e da região ao Sul do Tejo, tendo o serviço sido reposto em menos de duas horas.

Este post já está tão comprido que vou ficar por aqui. Possivelmente farei outro post descrevendo acções posteriores para que o arranque autónomo ficasse mais fácil.





2025-06-02

Carrières des Lumières, a produção de armas, isto anda tudo ligado

  

No fim de Maio vi no magazine Beaux Arts esta imagem

em que tive uma sensação de já ter estado neste sítio, com paredes cobertas de imagens de reproduções de quadros e/ou de fotografias numa experiência imersiva/envolvente.

Depois lembrei-me que tinha estado numa antiga pedreira duma pedra branca em que faziam projecções sobre as paredes, numa excursão do ano passado ao Sul de França. Tinha sido ao pé de Baux-de-Provence e no caminho para essa pedreira tinha tirado esta foto do ambiente do local às 14:50


 depois vi esta foto que tirara na cafetaria da pedreira às 15:24 depois de ter visto o ambiente com as paredes preenchidas umas vezes com quadros famosos, outras com fotos de antiguidades egípcias 


 e finalmente esta às 16:15, já depois de termos saído da pedreira

Dado que gostei do ambiente da pedreira com as paredes animadas e dada a ausência de fotos do interior concluí que era proíbido fotografar na pedreitra durante as projecções sobre as paredes.


Googlando a primeira imagem do post fui direccionado para esta entrada da Wikipédia "Carrières des Lumières", mostrando algumas imagens com motivos de Klimt, Van Gogh, Gauguin e outros.

Nessa entrada relata processos em tribunal da autarquia de Baux-de-Provence com duas empresas a quem a pedreira foi concessionada, com indemnizações de alguns milhões de euros viajando entre os 3 contendores

Parecia-me verosímil que a primeira imagem se baseasse em obras do Claude Monet, recortei a figura feminina que aparecia na parede e apareceu-me logo o quadro de Claude Monet "Jardim em Giverny" de 1895.


 A obra faz parte da colecção de Emil Georg Bührle (1890-1956), um fabricante de armas e coleccionador de Arte suíço. Ao visitar a pequena biografia de Emil Georg Bührle vi que o industrial de origem alemã se instalara a certa altura na Suíça onde criara uma fábrica de material de guerra na povoação Oerlikon. Vi agora que foi uma povoação integrada na zona norte da cidade de Zurique em1934, constituindo um bairro, freguesia ou equivalente dessa cidade.

Não sei porque razão memorizei a palavra Oerlikon quando a vi pela primeira vez no álbum "A Conquista do Espaço" editado pela Agência Portuguesa de Revistas. 

A referência na colecção ao Sputnik, que entrou em órbita em Outubro/1957 coloca 1958 como primeira data possível desta coleção. A referência ao avião Caravelle, que entrou em serviço comercial na SAS em 1959, faz-me pensar que a colecção terá sido publicada no princípio dos anos 60.

Agora fui à procura do cromo em que referiam a palavra Oerlikon e encontrei-o com facilidade no fim, onde estavam os diversos mísseis que na altura eram referidos como "foguetes".

Era o cromo 240, que passo a exibir, onde além de dizerem que o OERLIKON 54 era o melhor foguete existente na época, dizem que era produzido na "Oerlikon, Buhrle & Company".



Numa das reuniões dos TSOs da Europa fiquei num hotel nesta zona de Zurique o que talvez tenha reavivado a minha memória desse nome.

Éramos talvez umas 15 pessoas e em vez de alugarem um pequeno autocarro, como era habitual quando íamos a um restaurante fora do hotel, dessa vez o nosso colega suíço comprara um bilhete de grupo para combóio, uma solução prática e económica.