2024-12-31

Choupo com folhas amarelas

 

 

 

 

 

Em Lisboa os  choupos são das últimas árvores a perderem as folhas todas e como é um fenómeno lento acabam por já ter poucas folhas quando todas elas ficam amarelas.

Mas uma vez ou outra, quando ficam muitas folhas todas amarelas, costumo fotografar esses casos, esta foto foi tirada nos Olivais Sul em 20/Dez/2024 cerca das duas da tarde, erm que o choupo sobressai fortemente iluminado em relação às árvores que o rodeiam.

Eu julgava que já tinha publicado muitas fotos de folhas amarelas mas afinal não tem sido todos os invernos, fiquei descansado depois duma busca no blogue.

Pensava também em explicar as pequenas dificuldades na obtenção desta imagem mas ficará para melhor ocasião no ano que vem que, como habitualmente, será difícil.

Boa passagem de ano para os prezados leitores e até para o ano!

2024-12-29

Reflexo do Solar de Mateus

 

Quando vi esta foto feliz tirada pelo embaixador Seixas da Costa ao Solar de Mateus e ao seu reflexo no lago, num dia em que nem uma agulha bulia nos pinheiros do caminho (ou nem uma folha bulia nas árvores frondosas caso não existam pinheiros por ali)

 


fiquei a pensar no que seria aquele reflexo negro, em forma de violoncelo deitado, que perturbava o reflexo do telhado na superfície espelhada da água imóvel do lago.

Fui ver, não à janela mas à internet, e descobri na foto seguinte a escultura provavelmente do João Cutileiro duma mulher deitada, que explica o mistério. As fotos foram tiradas de sítios ligeiramente diferentes o que explica que na segunda imagem a estátua "não perturbe" o reflexo do telhado.

 





2024-12-23

Feliz Natal e Bom Ano Novo de 2025

 

Desta vez volto a mostrar uma Estrela de Natal que já apresentara neste post de 2008, objecto que costumo pendurar em casa durante a época natalícia e que uma vez filmei em rotação lenta num filminho de 38 segundos que mostra apenas a estrela em rotação lenta reflectindo a luz da janela que nela incide.

 

 

Desejo a todos um Natal Feliz e que Deus nos ilumine no novo Ano de 2025


2024-12-20

Vergonha!

 

Assustadora intervenção da Polícia nesta rua ao pé do Martim Moniz em Lisboa, colocando uma multidão, na sua maioria de imigrantes, de mãos ao alto encostadas às paredes dos prédios.

 


A experiência mostrou mais uma vez que aquela zona não é perigosa. E o resultado da operação foi a detecção de uma arma branca na posse de um cidadão nacional.

A gastar recursos policiais nestas operações teatrais com o único resultado de assustar inocentes,  satisfazer boatos mentirosos sobre falta de segurança e confirmar que ali não falha a segurança, não admira que depois faltem recursos para actividades policiais necessárias.

O governo devia-se concentrar em actividades mais produtivas e menos insultuosas para a comunidade imigrante, como por exemplo conseguir manter actualizada a documentação legal a que os trabalhadores imigrantes têm direito.

Copiei a foto de cima, de cena mostrada também na RTP3, do blogue do embaixador Seixas da Costa.


2024-12-14

Novo cortador de castanhas

 

Um dos posts deste blogue "Assar castanhas no forno" tem visitas sazonais, na época das castanhas aumenta o número de visitantes.

Nesta actividade de assar castanhas em casa sempre achei que cortar as castanhas com uma faca era um bocado perigoso, pela força que era preciso aplicar num espaço reduzido, com a hipótese da castanha escapar da mão que a segurava e ocorrer algum movimento instintivo que levasse a um corte acidental.

Com a adopção desta ferramenta que referi no post acima e que volto a mostrar

essa sensação de insegurança desapareceu mas passei a achar que o corte agora era pequeno , dificultando o descasque da castanha quando já assada.

Disseram-me que se podia obviar esse inconveniente passando a cortar a castanha pelo lado mas preferi manter a incisão no topo da castanha.

Por isso passei a fazer duas incisões perpendiculares usando esta ferramenta, com o inconveniente óbvio de duplicar o tempo necessário para as incisões nas castanhas.

Entretanto referiram-me a existência de cortadores de castanhas com duas lâminas serrilhadas perpendiculares que eram satisfatórias.

Comprei esta nova ferramenta no Continente do Centro Comercial Vasco da Gama

 


e estou satisfeito com o seu desempenho. É fabricado pela Tescoma uma empresa checa de utensílios de cozinha.


2024-12-09

Notre-Dame de Paris

 

A catedral de Notre-Dame (Nossa Senhora) de Paris reabriu ao público em geral neste fim-de-semana de 7 e 8 de Dezembro incluindo uma missa no domingo dia 8/Dez em que participaram 2500 pessoas.

Num post de 18/Abril/2019, 2 dias depois do incêndio de grandes dimensões que causou grande destruição na catedral fiz estas considerações:

« ...

Tenho lido algumas notícias que tratam este evento como o fim desta catedral com centenas de anos, ou o sinal de decadência inexorável da França, da Europa , ou talvez mesmo da civilização ocidental. Esta forma de respeito pelo legado da História tem aspectos curiosos pois revela falta de conhecimento dessa mesma história.

Um monumento como a catedral de Notre-Dame cuja construção se iniciou no século XII e “terminou” no século XIV, sofreu certamente ao longo do tempo numerosas vicissitudes. Na Wikipédia referem que a catedral chegou ao século XIX em bastante mau estado, tendo sido recuperada por obras que duraram 25 anos, datando dessas obras a espira que agora foi vítima do incêndio.

...
Certamente que imensos pormenores da catedral estão exaustivamente registados tornando possível uma recuperação da maior parte do que se perdeu, dando ainda lugar a animadas discussões sobre as obras necessárias.

No fundo o que se perdeu foi mais o usufruto pleno da catedral durante uns tantos anos. 

...

»

Constato com satisfação que se verificou esta minha última frase, ao fim de 5 anos e 7 meses do trabalho de mais de 2000 trabalhadores e de 700 milhões de euros,  foi restaurado o usufruto pleno da magnífica catedral que foi objecto de operações de restauro profundas que em muito beneficiaram o seu aspecto, designadamente a limpeza exaustiva das suas pedras interiores, tornada possível além da técnica, pela simples duração das obras de recuperação.  Numa catedral em funcionamento normal esta limpeza não era viável.

Constatei em fotografias que tirei da catedral antes do incêndio que não existe nenhuma vista da sua nave central e tenho uma vaga ideia da falta de luz que me inibiu de fotografar essa parte.

Fiquei deslumbrado pelo aspecto actual dessa nave central como se vê nesta imagem

 

tirada por Christophe Petit Teson/Sipa  que retirei deste sítio das BeauxArts , com o novo Baptistério em primeiro plano.

 

No mesmo sítio da internet tem este vídeo magnífico de 16 minutos documentando a  visita do presidente Macron à catedral em 29/Nov com algimas explicações sobre os trabalhos de restauro.



2024-12-02

O perdão do presidente Joe Biden ao filho

 

Os EUA são um país difícil de compreender. Embora Joe Biden tenha dito repetidas vezes que não perdoaria o filho, a acusação de falsas declarações (sobre consumo ilegal de drogas) na compra de um revólver, num país em que vendem metralhadoras a qualquer um, é um forte indício de que a acusação deriva directamente do facto de ser filho do presidente. Neste caso parece-me mais justo que o presidente perdoe o filho do que não faça nada.

No fundo estas coisas também acontecem em Portugal, em que era comum até alguns anos depois do 25/Abril subdeclarar o valor de aquisição duma casa para reduzir ou evitar o pagamento do imposto de sisa, e onde se tornou prática comum a averiguação do valor declarado por quase todos os políticos na aquisição da sua casa. Lembro-me até do António Vitorino, que aceitara um bocado de má vontade uma posição ministerial ter aproveitado os rumores sobre a sua sisa para pedir logo a demissão do cargo e dos jornalistas terem protestado pela demissão apressada, por terem perdido um alvo fácil.

Continua a ser comum a investigação dos políticos com um zelo de que não é vítima o cidadão comum, descuidando consequentemente a lisura de processos de decisão política em que está envolvido muito mais dinheiro. 


2024-12-01

A Mecânica dos Corpos Celestiais


Quando Galileu nasceu em 1564 já Copérnico falecera em 1543 e a sua hipótese heliocêntrica prosseguia o seu caminho no meio das polémicas suscitadas pelas teorias quando jovens, fazendo lembrar as polémicas suscitadas actualmente pelas alterações climáticas, possivelmente ou mesmo provavelmente causadas pela actividade humana, causa essa ainda muito contestada. Actualmente esta contestação vem dos consumidores, que não querem reduzir consumo de combustíveis fósseis nem geração de CO2, e também dos produtores de combustíveis fósseis com natural interesse económico nessa actividade.

Na polémica entre geocentrismo e heliocentrismo não havia intervenção de consumidores/produtores da sociedade mas “apenas” uma possivel oposição de quem tinha que fazer cálculos sobre os movimentos dos planetas para efeitos da astrologia, obrigando a mudanças radicais dos métodos de cálculo ptolomaicos então em uso, bem como de parte considerável da hierarquia católica, que considerava teologicamente importante que o planeta Terra fosse o Centro do Universo. A adopção do heliocentrismo obrigaria que se modificassem alguns textos da doutrina da igreja para acomodar esta nova percepção da realidade.

Nas diversas contribuições de Galileu sobressai o conceito de Referencial de Inércia, um referencial onde as leis da física teriam a forma mais simples e teriam também a mesma forma em qualquer outro referencial que se movesse em relação a ele com velocidade constante, quer em amplitude quer em direcção. Este conceito é vantajoso quando comparamos, por exemplo, o estudo das leis da física a bordo duma quadriga romana sujeita a “forças de inércia” nas curvas e nas aceleraçoes e travagens, perante o estudo num laboratório com alguns instrumentos para fazer medições. Galileu estudou também com pormenor a queda dos graves, usando para isso planos inclinados, para facilitar a medição dos tempos dos movimentos de esferas sobre eles, medindo assim a aceleração provocada pela gravidade.

Terá estudado qual o ângulo ideal para maximizar a distância percorrida na horizontal de um projéctil na ausência da resistência do ar. Terá observado parábolas semelhantes às destas curvas geradas no Excel, para lançamentos com a mesma velocidade inicial mas com ângulos de 30, 45 e 60 graus. A distância máxima na ausência de ar seria para 45º.

 


O referencial de inércia é um conceito abstracto, dado que nem na Terra nem no próprio Sistema Solar existe existe tal referencial. O mais próximo deste conceito que pressupõe um espaço e tempo absolutos seria o espaço interestelar aproximadamente a meio caminho entre o Sol e a estrela mais próxima, esperançadamente com uma massa parecida à do Sol.

Contudo, a equivalência dos referenciais de inércia terá sido mais um passo para migrar duma teoria geocêntrica para uma heliocêntrica.

Galileu argumentou contra a física Aristotélica afirmando que os corpos se moveriam em movimento de velocidade constante caso sobre eles não actuasse nenhuma força enquanto que Aristóteles afirmava que os corpos se moviam quando sobre eles actuavam forças e que na ausência de forças eles paravam Neste texto intitulado “Aristóteles, Galileu e a queda dos graves” de Carlos Fiolhais e João Paiva argumenta-se que a física Aristotélica explicava melhor o que se passava no planeta Terra do que as considerações de Galileu, que no entanto se revelariam no futuro como muito mais fertéis em resultados.

Eu acrescentaria que a física de Galileu estaria mais adaptada ao estudo dos Corpos Celestiais, tais como os planetas e designadamente à queda dos graves na Lua, conforme se constatou na missão Apolo 15 quando o astronauta David Scott deixou cair na Lua um martelo e uma pena, constatando que na ausência de ar os dois corpos chegavam ao chão ao mesmo tempo.


Notar que astrónomos contemporâneos de Galileu como Kepler e Tyco Brahe
 

se moviam para a teoria heliocêntrica tendo Kepler constatado que as órbitas não seriam mesmo círculos mas elipses de pequena excentricidade com o Sol situado num dos focos da elipse e tendo calculado pequenas variações de velocidade ao longo da órbita, existindo relação entre período de uma órbita e distância ao Sol. Tyco Brahe, um dinamarquês que fizera um grande conjunto de observações com grande exactidão e que a certa altura trabalhara em conjunto com Kepler em Praga, inclinava-se para uma teoria intermédia em que o Sol orbitaria à volta da Terra mas todos os restantes planetas orbitariam à volta do Sol.

Mesmo assim admiro como toda esta gente registaria as suas observações sem recurso ao conceito de coordenadas cartesianas cujos eixos tridimensionais se confundem actualmente com o conceito de referencial e que foram inventadas por Descartes, que tendo nascido em 1596 nada contribuiu para os trabalhos de Tyco Brahe e desconheço se terá influenciado os trabalhos de Galileu e de Kepler.

À semelhança dos gregos que deram nomes de deuses aos planetas os cristãos, possivelmente na tradição judaica, inventaram os anjos como mensageiros de Deus que, à semelhança dos planetas, pairavam nos céus eternamente.

Quando Galileu nasceu em 1564 já este quadro de Botticelli sobre a Natividade pintado em 1500 tinha 64 anos.

 

Volto a transcrever parte do texto acompanhando a imagem na National Gallery em Londres, que já transcrevera aqui (  )

« … A cúpula dourada do céu abriu-se e está circundada por 12 anjos segurando ramos de oliveira entrelaçados com pergaminhos e pendurados com coroas. Em primeiro plano, três pares de anjos e homens abraçam-se; entre os seus pés, demónios correm em busca de abrigo no submundo através de fendas nas rochas.»

Estas alegorias seriam um pouco mais difíceis de integrar num cenário heliocêntrico mas o quadro é muito bonito, já estamos num cenário heliocêntrico e o quadro continua a ser muito apreciado.

Para terminar mostro uma gravura do século XVI, que vi pela primeira vez na capa do livro “Os Descobridores” de Daniel J. Boorstin, de que tanto gostei e que sobreviverá à febre woke contra os Descobrimentos que são o motor da História. Nela um ser humano curioso tenta desvendar o que estará por trás do cenário quotidiano, isto já no século XVI!