Noutro dia fui a um supermercado comprar comida já confeccionada, o que à falta de uma expressão consagrada em português se costuma chamar "Takeaway".
Disse então à empregada que queria um quilo e duzentos e cinquenta gramas de um determinado prato ao que ela respondeu:
- qual é a embalagem que quer levar?
ao que respondi:
- uma em que caiba a quantidade que pedi;
começando ela então a encher uma embalagem com a comida seleccionada tendo depois pesado a mesma e dizendo:
- tem 640g, quer mais ou esta chega?
ao que eu, constatando a inumeracia acentuada da empregada respondi:
- quero outra igual a essa.
A segunda embalagem pesava 772g, dando assim um total de 1412g, levei um pouco mais do que o "especificado".
Fiquei a pensar que se a funcionária tivesse vindo numa máquina do tempo do império romano teria tido dificuldade em avaliar a diferença entre MCCL gramas e DCXL gramas, a aritmética nesse tempo requeria um ábaco, agora, para muita gente, é preciso uma calculadora mas para esta funcionária nem com uma calculadora se safava.
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2 comentários:
A pior desse género que tive foi uma vez que tive de pagar €5,05 num restaurante e dei uma nota de 10€ e uma moeda de 5 cêntimos. A funcionária praticamente atirou-me os 5 cêntimos à cara, dizendo com muito maus modos "Está a dar-me dinheiro a mais", e deu-me €4,95 em moedas pequenas queixando-se o tempo todo de que não tinha trocos.
Eu estive um quinzena em 1978 em Copenhaga, numa altura em que havia uma falta de moedas em circulação em Portugal e os vendedores perguntavam frequentemente se não tínhamos uma moeda pequena extra de forma a minimizar a quantidade de moedas a dar de troco. Habituado a esta prática, e não gostando de andar com muitas moedas, numa compra em Copenhaga adicionei uma pequena moeda para minimizar as moedas de troco e surpreendi-me com a prontidão com que o vendedor dinamarquês aproveitou a oportunidade para reduzir as moedas de troco. Perguntei-lhe então se andavam com falta de moedas na Dinamarca mas disse-me que não, que estava apenas a ser gentil para evitar dar-me muitas moedas de troco.
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