Não resisti a fotografar com o telemóvel esta imagem no écran de TV da minha casa no programa de notícias 360 na RTP3, sobre a reunião de Xi Jinping com Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen.
O telemóvel ajustou bem os brancos do écran em detrimento da parede traseira e do móvel de suporte da TV, ambos brancos mas iluminados com lâmpadas de 2700ºK.
Notei o contraste entre esta mesa redonda, que contudo mantém a dimensão majestosa devida ao país mais populoso da Terra, e a mesa oval em que Putin recebia recentemente os seus convidados no Kremlin em Moscovo, como por exemplo António Guterres
Quando a reunião era entre equipas, em vez de entre duas pessoas, esta mesa oval era usada doutra forma, como se constata a seguir na reunião da equipa de Putin com a do Governador do Estado da Baviera em 29/Jan/2020, cerca de um ano e um mês antes da invasão da Ucrânia.
Embora a tradição histórica quer da China quer da Russia seja a existência dum poder fortemente hierárquico lembro-me que as mesas redondas são mais comuns nos restaurantes chineses do que nos portugueses (não conheço restaurantes russos em Lisboa) e por vezes lembro-me de quando um consultor técnico americano comentou no meu gabinete que a mesa redonda, lá existente nessa altura para pequenas reuniões, era muito politicamente correcta.
No caso da recente reunião em Beijing medi no écran do meu PC as dimensões da oval interior da mesa azul (eram 13,2 x 2 cm) e deformei toda a fotografia para que essa oval se transformasse numa circunferência. Depois no PowerPoint fiz com os círculos e as rectas uma construção semelhante à que se fazia com régua e compasso para obter 3 segmentos de recta (a amarelo) convergindo no centro de um dos círculos e fazendo ângulos de 120º entre eles
Seguidamente retive os elementos geométricos necessários e coloquei-os sobre a fotografia distorcida, constatando que unindo os 3 interlocutores por sementos de recta até ao centro da mesa, esses segmentos formam entre eles ângulos de 120º conforme se vê na figura seguinte
Era razoavelmente evidente que iria chegar a este resultado mas achei graça a repetir a técnica da régua e do compasso para dividir uma circunferência em 3 partes iguais, e a deformar uma oval para regressar a uma forma circular.
Recordei também o rigor da colocação das chávenas de chá nesta foto que mostrei noutro post, revelando o cuidado que os chineses dão aos detalhes.
Concordei com a posição de Macron que Taiwan não é assunto para a OTAN, diria o Sr. La Palisse que essa ilha não se encontra no Atlântico Norte, mas no Oceano Pacífico.
Ao ler o primeiro ponto da “Posição da China sobre uma resolução pacífica da crise da Ucrânia”:
«
1. Respecting the sovereignty of all countries. Universally recognized international law, including the purposes and principles of the United Nations Charter, must be strictly observed. The sovereignty, independence and territorial integrity of all countries must be effectively upheld. All countries, big or small, strong or weak, rich or poor, are equal members of the international community. All parties should jointly uphold the basic norms governing international relations and defend international fairness and justice. Equal and uniform application of international law should be promoted, while double standards must be rejected. »
continuo sem perceber porque é que a China não aprovou a moção da ONU censurando a invasão russa da Ucrânia, limitando-se a uma abstenção.
1 comentário:
Meu caro, aprecio a geometria euclidiana. Quanto à tua interrogação sobre a política chinesa sobre a guerra na Ucrânia temo que se inscreva mais nos modelos de geometria riemmaniana e da termodinâmica relativista. Com estes modelos talvez compreendamos um pouco mais e melhor a ‘situação’ 😎🫣🧐🤓
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