2022-04-21

Albert Hourani – História dos Povos Árabes

 

Ofereceram-me este livro no Natal/2021 e consegui chegar ao fim da sua leitura há poucos dias, a pandemia COVID-19, a guerra de invasão injustificada da Ucrânia pela Rússia e a informação em geral na internet tornam difícil ler um livro desta dimensão em pouco tempo, que contudo li sempre com muito gosto, juntando-me à multidão de admiradores desta obra que tem tido imenso sucesso e que recomendo vivamente.

O autor Albert Hourani (1915-1993) nascido em Manchester de pais libaneses, foi um historiador formado em Oxford, que leccionou na Universidade de Beirute, trabalhou na administração britânica no Cairo, em Jerusalém e em Londres, começando a sua carreira académica em 1948 em Oxford, tendo leccionado em universidades em Beirute, Chicago, Pensilvânia e Harvard.

A capa é do pintor orientalista Ludwig Deutsche. Na Wikipédia esta pintura é apresentada como seria vista num espelho perpendicular ao plano do quadro, aparecendo o jogador em roupa azul como dextro em vez de canhoto. Ignoro a razão da diferença.

O livro foi publicado em 1991 pela editora da Universidade de Harvard tendo tido posfácios em edições posteriores, para cobrir eventos desde meados dos anos 80 até à actualidade, feitos pelo académico Malise Ruthven.

O livro que li é a 2ª edição da tradução portuguesa publicada pela Bookbuilders em Jun/2021 e o livro cobre a história das regiões da língua árabe do mundo islâmico desde a ascensão do Islão até ao ano de 2012. Começa por um Índice seguido pelo prefácio da edição original, dum prefácio de 2012, agradecimentos, nota sobre as datas e um pequeno prólogo. Está dividido  em 5 partes:

Partes Páginas
1) A Criação de um Mundo (Séculos VII-X) 80
2) As Sociedades Muçulmanas Árabes (Séculos XI-XV) 140
3) A Era Otomana (Séculos XVI-XVIII) 60
4) A Era dos Impérios Europeus ( 1800-1939 ) 100
5) A Era do Estado Nação (desde 1939) 120

Posfácio ( dos anos 80 até 2012, por Malise Ruthven)

50
Mapas, Listas importantes, Notas, Bibliografia e Índice remissivo 115

 

As primeiras 5 partes contêm 25 capítulos sendo a extensão de cada capítulo muito próxima das 20 páginas. O texto compõe-se assim de 550 páginas, sucedidas por 115 páginas para facilitar consultas futuras.

Depois de ler o livro fiquei com a opinião que os legisladores dos países de tradição cristã estão numa situação diferente, que me parece melhor, da dos países de tradição islâmica pois, segundo o evangelho, Jesus Cristo disse a propósito de um certo dilema: “a César o que é de César, a Deus o que é de Deus” estabelecendo assim uma separação clara entre as leis humanas e as leis divinas. Neste livro são referidas várias dificuldades sentidas na extensão da sharia (lei revelada a Maomé) a assuntos mais mundanos.

Pensei também que o programa da História no ensino secundário em Portugal deveria conter algo mais sobre a influência da civilização árabe na nossa sociedade, ao ler o livro reconhecia de vez em quando que as descrições de características das sociedades árabes se aplicavam também à portuguesa.


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