De vez em quando neste blogue refiro que desde a minha infância que tenho frequentado a Praia da Rocha. Dessa infância recordo esta imagem de uma das duas vivendas maiores e melhor situadas na falésia com vista desafogada para o mar.
Encontrei esta fotografia e alguma informação sobre a história desta moradia neste artigo do “Sul Informação”.
Resumindo a moradia (chamada Vivenda Compostela) foi construída no início do século XX para as férias da família de Francisco Bivar Weinholtz, tendo a sequência de proprietários posteriores incluído o Conde da Covilhã, o empresário têxtil Manuel Gonçalves, seus herdeiros e agora Armando Faria, anterior dono da rede de lojas “Perfumes & Companhia”.
A maior parte das vivendas que então existiam na Praia da Rocha foram substituídas por prédios de apartamentos, num processo intenso mas de baixa (ou mesmo muito má para evitar eufemismos) qualidade urbanística que documento muito parcialmente nesta “vista aérea” do Google Earth,
provavelmente datada do Verão de 2016, por exame das imagens históricas disponíveis nessa aplicação.
Se esta vivenda fosse propriedade dum emigrante retornado de França dir-se-ia que era uma “casa tipo maison”. Assim diz-se que era um ex-libris da Praia da Rocha. Nunca simpatizei com a arquitectura desta casa, detesto mesmo o seu telhado preto fortemente inclinado, como se estivéssemos num local frio e chuvoso do norte da Europa e penso nos calores que os infelizes ocupantes das águas furtadas terão tido que suportar.
Entretanto o proprietário solicitou autorização para fazer uma construção neste vasto terreno, que lhe foi concedida pela Câmara Municipal de Portimão, conforme alvará afixado num muro da propriedade.
Ergueu uma estrutura de betão armado no lado oposto ao da piscina não visível nesta foto e passado algum tempo iniciou a demolição da moradia existente.
Por razões que ignoro a demolição foi embargada ficando agora uma estrutura de betão incompleta e uma casa semi demolida, conforme se constata nas fotos que tirei a partir da praia.
Desconheço as razões desta trapalhada que me fez lembrar a demolição atabalhoada do cine-teatro Monumental em Lisboa há uns anos. As autorizações camarárias deviam ser mais claras e os embargos mais expeditos.
1 comentário:
Olá Zé!
Nada de especial a comentar pois é o nosso urbanismo no seu melhor. Entretanto teimam em demolir o famoso prédio COUTINHO em Viana do Castelo por causa da estética urbanística, como se este país fosse um exemplo de urbanismo exemplar.
Se fossemos corrigir os abortos urbanísticos desta terra teríamos de demolir o país quase todo!
Em resumo tudo isto acaba por sempre a mesma coisa - Dinheiro à mistura e favores inconfessáveis.
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