2018-08-21

Asia Argento e o PRD


Li agora no Da Literatura (que também se poderia chamar "Da Actualidade") que Asia Argento, uma importante acusadora do produtor Harvey Weinstein foi por sua vez acusada de ter abusado sexualmente de um menor então com 17 anos.

Fez-me lembrar o PRD-Partido Renovador Democrático, nascido em Portugal em 1985, sob patrocínio não oficial do então presidente de República general Ramalho Eanes, baseado num programa para moralizar a política de então em Portugal.

Tiveram 18% dos votos em 1985, ano da sua criação, mas caíram logo para 5% em 1987 e 0,6% em 1991, ano em que deixaram de ter representação parlamentar.

Os eleitores constataram após o escrutínio à vida pessoal dos novos eleitos, decorrente da sua posição de destaque, que afinal os membros deste novo partido tinham tantas fraquezas humanas como os políticos que eles substituíram. Eu até diria que em muitos dos escrutínios então feitos se podia aplicar a frase popular, "a cada cavadela sua minhoca".

Seria absurdo dizer que em cada acusadora do Harvey Weinstein está uma abusadora sexual mas não podemos esquecer que são seres humanos logo alguns terão cometido erros.

Na imagem do New York Times que mostro a seguir

vêem-se tatuagens. Parece-me que quando a pele humana está exposta durante períodos prolongados devido à ausência de roupa, à excepção da cara, das mãos e de zonas com pelos, existe uma  maior probabilidade de aumentar o uso de tatuagens. Prefiro a pele lisa.


2018-08-14

Jerusalém



Consegui ler do princípio ao fim, de forma relativamente rápida, o livro "Jerusalém" de Simon Sebag Montefiore sobre a história desta cidade.

Frequentemente quando leio um livro escrevo (a lápis) referências a algumas páginas com detalhes que me interessaram e/ou surpreenderam. Neste caso não tenho essas notas disponíveis pois a obra ficou em Lisboa e assim tenho uma razoável desculpa para não me pronunciar sobre a situação actual, tão intratável que parece insolúvel, pelo menos até que aconteça algo tão inverosímil que viabilize novos caminhos actualmente inexistentes.

Mesmo assim custa-me a  perceber a atracção tão forte por uma região da Terra que parece deter o recorde de atrocidades ao longo da sua longa história. Em Lisboa, além das fomes e pestes da Idade Média tivemos o terrível terramoto de 1755, mas nada que chegue aos horrores da destruição da cidade e massacre dos seus habitantes no ano 70 DC e da segunda destruição do que restava da cidade por Adriano em 132 DC, na sequência de outra  revolta judaica, onde construiu outra povoação a que deu o nome de Élia Capitolina, em que era proibido que entrassem judeus.

O mesmo imperador renomeou a região chamada Judeia como Síria Palestina, um nome derivado de Filistina, terra dos Filisteus, habituais inimigos dos Judeus nas narrativas bíblicas. A cidade teve ainda que sofrer as investidas dos árabes na sua guerra santa no seúlo VII, dos cruzados, com algumas invasões sanguinolentas, assim como as diversas guerras entre muçulmanos pelo controlo da cidade, finalizando no mandato britânico, na independência de Israel e nas guerras permanentes entre judeus e árabes desde 1948 até à actualidade.

Descobri ao ler o livro que existia a crença que no fim do mundo a ressureição dos mortos começaria pelos cemitérios de Jerusalém, donde existirem pessoas que viajavam até lá para aí serem enterradas e a consequente abundância de cemitérios, como se vê na imagem.



Fez-me pensar em Varanasi, outro sítio onde parece ser conveniente morrer.

Os meus avós paternos fizeram uma viagem à Terra Santa, na primeira metade do século XX, mas não me descreveram a viagem e é sítio que até agora não me suscitou intenção de visitar.

2018-08-10

Fato de banho completo na praia de Alvor



Vi há poucos dias na praia de Alvor um fato de banho como este, incluindo touca, que eu vira num anúncio em Marraquexe e que referira neste post. O que vi agora era uma versão de cores mais discretas, um azul muito escuro aplicado uniformemente em todas as peças, com as linhas das costuras (naturalmente finas) de vermelho.


Vi na Índia mulheres a tomar banho de sari e é possível que, na ausência de protectores solares a preços compatíveis com o poder de compra local e dadas as elevadas temperaturas, acabe por ser uma solução razoável para alguns climas.


Lembro-me também de há uns 50 ou 60 anos os Montanheiros (das montanhas de Monchique) se deslocarem à Praia da Rocha numa festa anual em que as mulheres tomavam o seu banho de mar no que então se chamava "combinação", uma roupa interior com o formato de um vestido de alças. O banho era tomado à noite, talvez por pudor. Mas essa tradição acabou.


Antipatizo com esta moda em Portugal mas não deve ser proibida uma vez que não oculta a face da mulher. Se chamam a isto um burkini discordo desse nome pois a ocultação da face e de todo o corpo é o que caracteriza a burka.


Considero que andar de cara tapada na via pública deve ser proibido, como se defende por exemplo em  "Os Tempos e as Vontades" aqui e aqui.



2018-08-07

Sinais do incêndio de Monchique no litoral


Anteontem, 5/Ago/2018, ao fim da tarde o céu ao pé da praia dos 3 irmãos continuava com os fumos do enorme incêndio na serra de Monchique.



O sol é aquele pequeno círculo branco no eixo central da imagem, próximo do horizonte, teria uma intensidade luminosa (depois de filtrado pelo fumo) ligeiramente maior que a lua. Abundam as cinzas sobre os terraços, automóveis e outras superfícies horizontais. Tenho memória de cinzas aqui cada 4 ou 5 anos, são recorrentes os incêndios na serra de Monchique.

São frequentes os incêndios nas pequenas propriedades florestais, o ano passado ardeu o grande pinhal de Leiria gerido pelo Estado, parece que só se safam os grandes eucaliptais geridos pelas celuloses.

Entretanto hoje à tarde passaram ao  pé da Prainha em Alvor 3 hidroaviões do Reino de España, certamente para intervir em Monchique, é bom podermos contar com nuestros hermanos



a seguir um zoom da imagem anterior


e um perfil do mesmo avião


Adenda: segundo diz aqui os últimos grandes fogos em Monchique ocorreram em 1983, 1991, 2003 e agora em 2018. O tempo voa, afinal os fogos são mais espaçados do que os 4 ou 5 anos que referi "de memória" no meu texto acima