A referência à exposição do Escher, actualmente em Lisboa até 16/Set/2018, levou-me a rever numerosas imagens que coleccionei de vários sítios da Internet como por exemplo estes:
- M.C.Escher Foundation Gallery
- WikiArt (Visual Art Encyclopedia) M.C.Escher
Alguns dos endereços internet de sítios com imagens do Escher desapareceram, os hyperlinks são cómodos e rápidos mas são muito voláteis. Tenho começado a guardar os conteúdos que refiro aqui no blogue para eventualmente tornar mais fácil descobrir a nova localização do sítio para o qual tinha uma ligação.
O Escher costumava datar a grande maioria das gravuras com o mês e o ano. Considerando que nasceu no ano de 1898, esta gravura intitulada “Paraíso” e datada de 1921 foi portanto concluída no ano em que completou 23 anos.
Se bem que a técnica de realização da gravura pareça razoável a um leigo como eu, a composição é muito naïf, com uma simetria infantil e os animais em pose, a olhar para o pintor como se se tratasse de uma fotografia de família!
Nos sítios que visitei vi umas cenas bíblicas e uns poucos nus que me pareceu melhor omitir dada a sua fraca qualidade. O artista deve ter chegado à mesma conclusão pois abandonou a representação de pessoas e de mamíferos, tendo-se concentrado em paisagens, arquitectura, plantas, e no reino animal os peixes, insectos, répteis e aves. Dedicou-se ainda a estudar formas de preencher o plano com figuras não geométricas e a representar cenas irreais, com um detalhe local quase fotográfico. Talvez o artista se tenha interessado pelos desenhos irreais como forma de mostrar que uma cena, perfeitamente verosímil quando observada em grande detalhe, pode conter impossibilidades apenas detectáveis quando se olha para o conjunto.
Além de ter vivido na Holanda, na Suíça e na Itália o Escher visitou o Alhambra, tendo ficado fascinado com os mosaicos islâmicos que lá encontrou, que foram inspiração para o resto da vida. Mostro a seguir a cópia de um mosaico do Alhambra, feito por Escher em 1922
e a seguir uma foto dum mosaico semelhante que tirei em Jun/2011 e que mostrei aqui num dos posts em que referi o Alhambra:
Noto que enquanto no desenho do Escher as linhas de separação entre as peças esmaltadas de várias cores têm espessura, são brancas e passam alternadamente umas por cima das outras (isso será sempre possível?), no mosaico que fotografei são apenas linhas sem espessura. Não sei se existem as duas variantes na construção original, ou se se trata duma reconstrução em que se optou por suprimir a espessura das linhas referidas.
Para perceber as técnicas de construção destes mosaicos indicaram-me dois artigos:
- Jay Bonner paper "Three Traditions of Self-Similarity in Fourteenth and Fifteenth Century Islamic Geometric Ornament"
- Craig_Kaplan_and_David_Salesin "Islamic Star Patterns in Absolute Geometry"
As técnicas de construção dos mosaicos não eram divulgadas, constituindo uma espécie de “segredo industrial” e algumas têm vindo a ser reconstituídas, entre várias pessoas pelos autores acima citados. Mostro a seguir uma figura do artigo do Jay Bonner.
Na biografia resumida de Jay Bonner consta que se profissionalizou como “Architectural Ornamentalist”, depois dum mestrado em Design em Londres, estando a sua empresa de consultadoria localizada actualmente em Santa Fe no Novo Mexico, USA. Na sua biografia consta que realizou trabalhos na grande mesquita de Meca, o que me parece, no mínimo, notável. O início do site tem uma pequena amostra de trabalhos realizados.
Neste post de Dez/2013 sobre “A Rota do Azulejo” referi esta imagem
como disponível neste endereço (https://thoth.nl/Rubrieken/Kunst/Escher-schatten-uit-de-islam), duma exposição intitulada “Escher-meets-islamic-art”. Entretanto o link deixou de estar disponível, como é bastante frequente na Internet. Mas googlando (Escher-meets-islamic-art) aparecem imensas imagens e sítios interessantes.
Farei em breve mais posts sobre a obra do Escher.
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