No post anterior referi-me a vários aspectos do livro de John D. Barrow tentando ilustrar a enorme abertura de espírito necessária para tentar chegar a alguma espécie de Teoria de Tudo.
Claro que nessa procura o autor fala da Teoria da Relatividade Geral, da distorção do espaço pela Gravidade, da Expansão do Universo, da parte não visível do Universo, do Big Bang, dos Buracos Negros, do 2º Princípio da Termodinâmica, das partículas subatómicas, da Mecânica Quântica, da Teoria das Cordas, etc, em suma da grande panóplia de descobertas, conceitos e ferramentas que podem guiar o explorador da Totalidade do Universo. Mas se eu fosse abordar estes temas este post ficaria, na melhor das hipóteses (de eu ser capaz dessa tarefa) com uma dimensão parecida ao livro, pelo que me limitarei a mais alguns apontamentos soltos.
Um tema engraçado é o das Constantes da Natureza. Ele há a constante de gravitação universal, a constante de Planck, a velocidade da luz e são conhecidas mais umas tantas. De uma forma geral elas são apresentadas como um facto observado. Mas constata-se que sabemos pouco sobre elas porque caso contrário existiria uma teoria que explicasse o seu valor e não teriam a importância que têm actualmente. O autor interroga-se se as constantes sempre foram constantes e se terão o mesmo valor em todos os locais do Universo. Perguntas que ilustram a nossa ignorância sobre o tema.
Saltando o capítulo da Quebra de Simetria, passo ao dos Princípios Organizativos, onde o autor aborda com elegância o tema do Reducionismo. Na sua versão troglodita o reducionista vê uma hierarquia rígida. A Zoologia pode (e deve, como nos casos seguintes) ser reduzida à Biologia, que pode ser reduzida à Química que por sua vez pode ser reduzida à Física que deverá preferentemente ser explicada pelos comportamentos das partículas mais elementares da matéria. Na minha educação foram-me apresentadas várias versões mais ou menos mitigadas desta ideologia, no sentido pejorativo do termo.
O autor aponta que num conjunto muito grande de elementos em que exista forte interacção entre eles o todo é maior do que a soma das partes surgindo fenómenos em que as leis do nível mais básico são inadequadas para os descrever. É essa complexidade adicional que faz com que surjam novos domínios da Ciência, caso contrário explicaríamos tudo com as leis da Mecânica Quântica, para usar uma imagem simplória da minha lavra.
É neste capítulo que aparecem uns gráficos onde num apresentam a massa versus a dimensão de várias entidades desde o protão, passando pelos seres humanos e pelas galáxias até ao Universo visível, noutro o tempo passado entre várias fases da evolução do Universo, sememelhante à usada por Carl Sagan no programa Cosmos que passou na TV, noutro onde mostra a evolução do poder de cálculo dos computadores e finalmente outro, que mostro a seguir, onde se apresenta a memória e o poder de cálculo de vários sitemas, uns criados sem intervençao humana e outros feitos pelo homem.
Tenho dúvidas sobre a posição no gráfico de alguns dos sistemas mas apresento-o sobretudo para mostrar que as Teorias de Tudo também têm que tratar destes sistemas.
O livro aborda os Efeitos de Selecção em que se fala do Princípio Antrópico Fraco: o Universo evoluiu de forma que viabilizou o aparecimento de seres como nós, baseados no carbono, que existiram antes das estrelas se extinguirem. Aprecio a sensatez deste princípio.
Finalmente o livro fala do papel da Matemática na concepção da nossa visão do Universo.
Nem sei porque tento descrever os livros que li. Se calhar é porque o meu pai me pedia quando eu era pequeno para lhe descrever o que acabara de ler
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