Nos últimos dias tenho-me cruzado com este Bentley, estacionado ao lado dum passeio no meu trajecto de casa para o trabalho. Não é habitual ver estes carros estacionados na via pública, além de serem raros, normalmente beneficiam da possibilidade de se abrigarem nas garagens que os seus donos possuem. Poder-se-ia dizer que a crise vai tão má que já nem os donos de Bentleys têm garagem para os guardar...
O meu primeiro contacto com a palavra “Bentley” foi num conto dos cinco em que aparecia um Bentley preto. O nome ficou-me na memória provavelmente por nunca ter visto um automóvel dessa marca. Fiz agora google a (enid blyton bentley) e constatei que existia realmente um “mysterious Black Bentley” numa das histórias.
Disseram-me depois que tinha sido uma marca absorvida pela Rolls-Royce, sendo um carro mais desportivo, o Rolls normalmente era conduzido pelo chauffeur, enquanto o Bentley “podia” ser conduzido pelo dono.
Fui agora ver o site da Bentley e constatei que o modelo da imagem foi produzido na década de 1980-1989, tendo sido o reinício da diferenciação da marca, após anos em que eram praticamente iguais aos Rolls-Royce.
O carro terá entre 20 e 30 anos, está bem conservado e é um carro bonito, de uma beleza clássica, com a grelha frontal de grande discrição pois usa a cor da carroçaria em vez do cromado habitual.
Há muito tempo li na revista l’Automobile uns testes que fizeram a um Cadillac, a um Rolls-Royce e a um Mercedes 600, tendo apurado que as performances desses automóveis não justificavam o seu preço, com um topo de gama de então da BMW conseguia-se uma melhor performance e conforto por metade ou terço do preço desses automóveis de grande luxo. O artigo concluía que esses carros se vendiam pelo status que davam o seu dono.
Foi por isso com algum desagrado que ouvi o empresário António Champalimaud dizer há muito tempo numa entrevista na TV que tomara uma decisão economicamente fundamentada quanto optara por adquirir um Bentley, comprara um carro para durar. Embora sendo caros, o preço destes carros seria acessível a um conjunto muito grande de pessoas se fosse realmente um bom investimento, em vez duma despesa desnecessária. Ainda não consegui perceber a necessidade que o empresário sentiu de tentar justificar um consumo supérfluo. Se fosse um político dir-se-ia que tinha mentido.
Mas estes modelos de luxo servem também para afinar em pequenas séries as novidades de conforto, segurança e performance que se estendem passados poucos anos à generalidade dos automóveis.
2010-04-07
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1 comentário:
Um senhor que vive perto da minha casa comprou um Rolls cabrio,lindo, a um arabe que o tinha mandado transformar,ligeiramente,para ir á caça!
Não tem portas,o interior é um luxo,a parte de tras é em rede de aço e têm apoios para espingardas.
È caro que a matricula não é portuguesa porque se fosse era considerado tuning ou coisa parecida e a GNR decerteza que fazia-lhe logo a tal "caça á multa" como nos sabemos.
Sabem,este tipo de pessoas tem uma maneira de pensar que nada tem a ver com a nossa.Vivem num mundo completamente diferente do nosso.
Moreno
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