A minha boa impressão da Tunísia não impede uma grande desconfiança em relação aos vendedores de tapetes. Costumava dizer aos companheiros de viagem que em Tunis, na proximidade da medina, qualquer estranho que lhes dirigisse a palavra, fosse para perguntar que horas eram, de que país vinha, para indagar se tinha ouvido falar numa feira de artesanato que acabava nesse dia, ou para comentar que estava um lindo fim de tarde, ou outro assunto qualquer, na realidade o que pretendia era levá-los a uma loja de venda de tapetes.
Na figura a o lado mostro um tipo de tapete tunisino típico, com desenhos geométricos simples. Embora goste normalmente de objectos minimalistas, nesta zona dos tapetes tenho alguma queda por desenhos persas com alguma exuberância.
Mas estou a escrever este post também para me penitenciar dos meus preconceitos em relação a estes países menos desenvolvidos. Acompanhei um colega a uma loja de venda de tapetes e como ele comprou um ganhei coragem para perguntar ao dono da loja qual era a relação entre o stock de tapetes que ele tinha na loja e o seu volume de vendas anual. Quando passo pelos bazares dos países muçulmanos fico sempre admirado de ver tanta mercadoria exposta e de estarem portanto tão longe de um "just in time", pelo que andava há muito tempo para fazer esta pergunta, mas não tinha tido a oportunidade e tinha dúvidas sobre se teria sucesso na resposta, o meu preconceito levava-me a pensar que os vendedores não teriam ideia do que se passava. Claro que estava errado, o tunisino perguntou-me se eu era contabilista mas disse-me logo a seguir que a rotação do stock de tapetes tinha um ciclo aproximadamente de um ano, queria dizer, o volume de vendas anual e o stock na loja tinham aproximadamente o mesmo valor.
Da próxima vez que for a uma loja de tapetes em Portugal vou-lhes fazer a mesma pergunta. Se algum dos leitores deste post tiver alguma informação breve sobre este assunto e ma quiser enviar agradeço desde já.
2009-07-01
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